A Batalha Humana

O aspecto humano de Jesus não desmerece sua grandeza; ao contrário, o enaltece perante os olhos humanos. Além disso, infunde nos corações frágeis a esperança de que, por meio do exercício pleno da força de vontade sobre o corpo e suas tentações, o homem pode vencer a carne e, tal como Jesus, elevar-se desde a condição humana até o plano divino.

(…) Nesse caso, as palavras de Jesus “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” teriam sido hipocrisia ou encenação absurda. Se Jesus fosse Deus, como poderia sentir-se separado Dele mesmo?

Um Jesus verdadeiramente humano e divino que se debate contra as torturas e as tentações da carne, e que por força do poder da alma alcance a vitória sobre elas e a herança da vida eterna, é uma grande fonte de inspiração e de confiança para os frágeis seres humanos sujeitos a severas tentações.

(…) Seria fácil para um deus imortal, dotado de um corpo mas não afetado por ele, desempenhar um papel de sofrimento, perdão e crucificação; porém é extraordinariamente difícil para um simples ser humano vencer o ódio dos demais com o amor e aceitar e suportar que crucifiquem seu corpo injustificadamente.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 406-407.

Capítulo 74: A crucificação.

Capacidade de Transformação

(…)

– Encontramos aqui precioso ensinamento acerca da oração…

Anésia, mobilizando-a, não conseguiu modificar os fatos em si, mas logrou modificar a si mesma. As dificuldades presentes não se alteraram. Jovino continua em perigo, a casa prossegue ameaçada em seus alicerces morais, a velhinha doente aproxima-se da morte, entretanto, nossa irmã recolheu expressivo coeficiente de energias para aceitar as provações que lhe cabem, vencendo-as com paciência e valor. E um espírito transformado, naturalmente transforma as situações.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 20.

Provas Terrestres

“Notando-a mais senhora de si, embora o sofrimento lhe transfigurasse o rosto, falou-lhe com extremado carinho:

– Minha irmã, recomponha-se. Você orou, pedindo assistência espiritual, e aqui estamos, trazendo-lhe solidariedade. Reanime-se! Não perca a esperança!

– Esperança? – clamou a pobre criatura em lágrimas. – Fui traída, miseravelmente traída…

E o entendimento, entre os dois, prosseguiu comovente e expressivo.

– Traída por quem?

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 20.