A Imagem em Negativo

Até 1898, o Sudário de Turim era uma relíquia pouco conhecida, cuja autenticidade despertava dúvidas na mente de muitos cristãos, incluídos sacerdotes e bispos.

Nesse ano realiza-se uma das raras exposições do lençol, e um advogado de Turim, Secondo Pia, apaixonado pela fotografia – processo descoberto em 1835-, lembra-se de fotografá-lo.

O resultado foi surpreendente. No momento em que examinou no revelador o «negativo», viu aparecer o rosto de um homem com matizes de sombras e luzes que punham em relevo uma imagem muito mais rica em detalhes e contrastes do que a figura suave e desmaiada do próprio Sudário visto a olho nu.

(…)

“Numerosas fotografias tiradas posteriormente, com técnicas mais apuradas, em cores e com raios ultravioletas, apenas vieram confirmar a primeira descoberta: o decalque do homem do Sudário é do tipo exato de um negativo fotográfico; um negativo sobre tecido, muito anterior descoberta do principio fotográfico. (…)

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 15-16.

A Foto de Giuseppe Burie

“Em 1931 (…) O trabalho foi confiado a um fotógrafo profissional, Giuseppe Enrie, o qual, com aparelhos e técnicas mais evoluídas, obteve boas fotografias que até hoje são usadas e que confirmaram a precisão dos resultados obtidos por Secondo Pia.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 31.

Meio Científico

“(…) graças à indiscutível seriedade e capacidade de Secondo Pia, o evento deu origem à fase de estudos científicos sobre o Sudário. A descoberta de que sobre o Sudário havia um registro negativo, conceito que surgiu no século XIX com a invenção da fotografia, representava um sério golpe à hipótese da falsidade, baseada nas afirmações de Pierre d’Arcis. (…) Entre os primeiros interessados no êxito da fotografia, encontrava-se o cientista agnóstico Yves Delage, que se convenceu da autenticidade do Lençol. Isto não teve consequências de caráter religioso em relação à sua pessoa, mas levou-o a fazer uma comunicação científica sobre o tema à Academia de Ciências de Paris, da qual era membro, documento de muita seriedade e limpidez, que ainda hoje goza de grande apreço pela honestidade e rigor.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 30.

A Imagem do Sudário

“Por esse mesmo período, em abril de 1898 foi constituída uma subcomissão da Mostra com o objetivo específico de encaminhar os preparativos para fotografar o Sudário, mesmo sem que tivesse sido recebida uma autorização oficial que se imaginava difícil de ser obtida, pois a Casa Real mantinha algumas reservas pelo medo com possíveis especulações sobre o Sudário. As resistências só foram superadas quando todos os requisitos foram preenchidos, avalizados pelo fato de que teria sido Secondo Pia a efetuar o procedimento.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 28.