Princípio de Gênero em desequilíbrio

“Nas sinagogas, locais de reunião da classe dominante dos hebreus, a separação de classes era estritamente observada, sendo as mulheres consideradas incapazes, quanto a exercer qualquer posição na igreja. Esta atitude para com as mulheres está retratada em muitas passagens da liturgia judaica usada nas sinagogas, quando a ação de graças é expressa da seguinte forma: “Bendito sejas, meu Senhor e meu Deus, que não me fizeste mulher.” As mulheres eram consideradas criaturas sem alma, não podiam desenvolver qualquer grau de espiritualidade, sendo, portanto, incapazes de se tornarem angelicais. É sempre interessante, para os ocidentais que viajam pelos países do Oriente, verificar que todas as estatuas de anjos são do sexo masculino. Esta ideia da mulher sem alma se manteve em todas as línguas latinas, nas quais a palavra “anjo” é sempre masculina. Nenhum rabino se permitiria conversar com uma mulher sobre problemas religiosos, nem discutir com ela qualquer assunto espiritual.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 45.

Resumo do Processo Iniciático

“Primeiro, vem a separação.(…) A purificação, interna e externa, (…) A morte simbólica (…) Depois de receber o novo conhecimento, o iniciado renasce.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, pp. 121-124.

Iniciação e Ansiedade

“Freud sugeriu que todos os momentos de ansiedade reproduzem os dolorosos sentimentos da primeira separação da mãe – a falta de fôlego, a congestão, etc., da crise do nascimento. Inversamente, todos os momentos de separação e de novo nascimento produzem ansiedade”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 61.

A Jornada do Herói (etapas)

I grande estágio
Separação ou Partida

    1. O chamado da aventura, ou os indícios da vocação do herói;
    2. A recusa do chamado, ou a temeridade de se fugir de Deus;
    3. O auxílio sobrenatural, a assistência insuspeitada de vem ao encontro daquele que leva a efeito sua aventura adequada;
    4. A passagem pelo primeiro limiar;
    5. O ventre da baleia, ou a passagem para o reino da noite.

II grande estágio
Provas e Vitórias da Iniciação

    1. O caminho de provas, ou o aspecto perigoso dos deuses;
    2. O encontro com a deusa (Magna Mater), ou a benção da infância recuperada;
    3. A mulher como tentação, a realização e agonia do destino de Édipo;
    4. A sintonia com o pai;
    5. A apoteose;
    6. A bênção última;

III grande estágio
Retorno e reintegração à Sociedade

    1. A recusa do retorno, ou o mundo negado;
    2. A fuga mágica, ou a fuga de Prometeu;
    3. O resgate com ajuda externa;
    4. A passagem pelo limiar do retorno, ou o retorno ao mundo cotidiano;
    5. Senhor dos dois mundos;
    6. Liberdade para viver, a natureza e função da benção última.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 40-41

Separação, Iniciação e Retorno

“O percurso padrão da aventura mitológica do herói é uma magnificação da fórmula representada nos rituais de passagem: separação-iniciação-retorno – que podem ser considerados a unidade nuclear do monomito.

Um  herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 36.

Separação e Transfiguração

“O professor Toynbee utiliza os termos “separação” e “transfiguração” para descrever a crise por intermédio da qual é atingida a dimensão espiritual mais elevada que possibilita a retomada do trabalho da criação. O primeiro passo, a separação ou afastamento, consiste numa radical transferência da ênfase do mundo externo para o mundo interno, do macrocosmo para o microcosmo, uma retirada, do desespero da terra devastada, para a paz do reino sempiterno que está dentro de nós”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 27.