Simplicidade e devoção

“E para poder levar a termo perfeito o que tinha começado com simplicidade e devoção, suplicou a Deus que lhe indicasse o que era mais oportuno fazer logo que abrisse o livro pela primeira vez.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1305.

SEGUNDO LIVRO

Capítulo 2- O maior desejo de São Francisco.

Um homem simples

“Como já era um homem simples não pela natureza mas pela graça, começou a acusar-se de negligente por não ter pregado antes para as aves, que tinham ouvido a palavra de Deus com tanto respeito. Daí para frente, passou a exortar com solicitude todos os pássaros, animais, répteis e até as criaturas inanimadas a louvarem e amarem o Criador, já que, por experiência própria, comprovava todos os dias como obedeciam quando invocava o nome do Salvador.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 883.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 21- Pregação aos pássaros e obediência das criaturas.

Simplicidade do Evangelho

“É por essa razão que os Evangelhos constituem o livro da humanidade, por excelência. Sua simplicidade e singeleza transparecem na tradução de todas as línguas da Terra, prendendo a alma dos homens entre as luzes do Céu, ao encanto suave de suas narrativas (…)

(…)

(…) os mensageiros do Cristo presidem à redação dos textos definitivos, com vistas ao futuro, não somente junto aos Apóstolos e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 113-114.

Apoio dos Conterrâneos da Galileia

“Mudam-se as épocas, mas os homens se repetem, porque a Terra ainda é uma escola de educação primária, cuja turma aprovada no aprendizado do ABC e imediatamente substituída por outro contingente de almas analfabetas e, portanto, nas mesmas condições espirituais dos aprovados anteriormente. Aliás, o próprio Jesus queixou-se de “que ele viera para os seus e eles não o conheceram”, justificando perfeitamente o aforismo “santo de casa não faz milagres”, coisa que tornaria a acontecer hoje, caso ele retornasse à Terra para cumprir tarefas semelhantes.

(…)

Ele contrariava a própria tradição do aconchego íntimo do santuário, uma vez que pregava abertamente em público, junto aos montes, aos lagos, enfraquecendo o poder religioso e a força sacerdotal centralizados nos dogmas religiosos. A natureza era a sua única igreja, pois ele tanto pregava ao povo do cimo de uma colina, sob a fronde de uma árvore, à margem dos rios e dos lagos, como da popa de um barco de pesca. Os seus sermões eram claros, simples e sem mistérios, o que também não agradava aos sacerdotes que se sacudiam nos agitando a atmosfera das sinagogas com os berros de uma altiloquência deliberada sobre o público.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 231-233.

 

A Simplicidade dos Ensinamentos

“(…) empolga-nos reconhecer que a mesma doutrina, cujas bases Jesus assentou na rudeza e simplicidade de um Pedro, na sublimação de Madalena e na sinceridade do publicano Mateus, mais tarde, gerou um Agostinho, discípulo apaixonado de Platão e cuja eloquência, ao expor a Teologia Cristã, abalou Roma e Cartago; ou ainda, o maior filósofo da Igreja, como é Tomás de Aquino, um dos maiores gênios da Idade Média na propaganda do Catolicismo. Mas prevendo também o perigo do intelecto desgarrar-se em demasia e depois formalizar o Evangelho acima do coração humano, aristocratizando em excesso o clero responsável pela ideia cristã, o Alto recorre então ao mesmo espírito que fora o apóstolo João e o faz renascer, na Terra, para viver a figura admirável de pobreza e renúncia de Francisco de Assis. Assim, o calor cordial do sentimento purificado e a abdicação aos bens transitórios do mundo, vívidos pelo frade Francisco de Assis, reativaram novamente a força coesiva e poderosa que cimentou as bases do Cristianismo nas atividades singelas de pescadores, camponeses, publicanos e gente de mau viver. Na comunidade da própria Igreja Católica, transformada em museu de granito e mármore, cultuando as quinquilharias de ouro e prata entre a púrpura e o veludo dos sacerdotes, o Alto situou Francisco de Assis, convidando todos os eclesiásticos à volta do Cristo-Jesus da simplicidade, da renúncia e do amor.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 183.

Período Gestativo e Alimentação

“Maria viveu o período gestativo de Jesus à semelhança das outras mulheres? RAMATIS – (…) não houve nada de anormal quanto aos aspectos comuns do fenômeno da gestação humana. Aliás, comparada à maioria das gestantes terrenas, em geral assediadas por certas reações psíquicas um tanto agitadas, Maria foi uma parturiente feliz, vivendo esse período imersa num mar de sonhos e de emoções celestiais provindas tanto do espírito de Jesus, como da presença dos anjos que o assistiam.

(…)

Entrando em contato novamente com a carne, Jesus passou a evocar psiquicamente as reminiscências de suas existências já vividas no orbe. Como se tratava de espírito de alta estirpe sideral, ele sempre viveu na Terra, de modo simples, frugal, avesso à carne e nutrindo-se com as mais delicadas dádivas da Natureza, incutindo bons estímulos sobre o psiquismo de Maria e sugerindo-lhe alimentos sadios e delicados, como ele realmente os preferia toda vez que se manifestava na matéria, pois condiziam eletivamente com sua natureza superior.

Os gostos e as preferências que haviam sido habituais a Jesus nas últimas existências terrenas, transformaram -se em evocações a convergir para o psiquismo de Maria, sua futura mãe, despertando-lhe reações químicas no sistema endócrino e sugerindo “desejos” por alimentos. sadios, como vegetais, frutos, sucos e pãezinhos com mel de figo*.”

*Em nossa família ocorreu um caso que justifica as asserções de Ramatis. S.L.F. nossa parenta, quando grávida de seu segundo filho, passou a detestar a carne que tanto apreciava, manifestando repugnância instintiva e violenta ao simples olfato de alimentos carnívoros. Passou a nutrir-se quase que exclusivamente de arroz e saladas, deixando os seus familiares receosos de uma anemia em fase tão delicada, os quais não puderam demovê-la dessa alimentação. Finalmente, nasceu lhe o filho, o qual, apesar de descender de pais brasileiros, tem a fisionomia exata de um indochinês, avesso a qualquer tipo de carnes ou derivados e se alimentando com arroz e ovos. Hoje, moço de 22 anos, é admirador das músicas do Oriente, principalmente a opera “Turandot”, de Puccini, cujo enredo e musicalidade se passam na Indochina, terra de Ramatis. Aliás, mais tarde, soubemos que ele fora realmente dançarino de cerimonial religioso.

Sob a lei de correspondência vibratória espiritual, o corpo carnal de Maria tornou-se a tela ou o revelador do psiquismo delicado de Jesus; e as impressões psíquicas dele ativaram-lhe os estímulos físicos, despertando-lhe o gosto por alimentos de natureza superior; e a sua condição de espírito angélico provocou seu repúdio à carne.

(…) nem todas as mães revelam desejos insólitos ou excêntricos durante a fase de gestação de seus filhos; nem todos os desejos manifestos nessa fase tão delicada provém do espírito em encarnação.

A gravidez acentua a sensibilidade da mulher e ela também pode evocar no subconsciente os próprios gostos nutritivos e desejos da infância esquecida (…) a maioria dos desejos extemporâneos da mulher no período gestativo são realmente provocados pelos espíritos que se ligam ao ventre materno durante a sua encarnação.

(…)

Eis por que a mãe que é vegetariana sente-se aflita se durante a gestação do seu futuro filho se lhe despertam desejos carnívoros; ou então outra surpreende-se ao verificar que passa a detestar a carne e a preferir a nutrição de frutas e vegetais. A verdade é que o corpo carnal da mulher na fase gestativa se transforma em convergência e na revelação dos desejos e das preferências da alma encarnante, que se esforça para impor o seu comando instintivo desde o primeiro contato com a matéria.”

* Nota do Médium: O caso de nossa parenta S. L. F., citado há pouco em rodapé, ajuda a clarear mais esses dizeres de Ramatís, pois durante a gestação do seu filho que descrevemos e hoje tem 22 anos, ela desejou a todo transe comer uvas, em época quase imprópria. Com muito custo seu esposo conseguiu-lhe algumas espécies de uvas obtidas nos frigoríficos de Curitiba, mas, para seu espanto, nenhum tipo de uva a deixava satisfeita. E o caro parecía insolúvel, quando um nosso amigo estudioso do Oriente, teve excelente intuição, certo de que S. L. F. tinha desejos de comer “uvas japonesas isto é, frutas miúdas, que dão em cachos pequenos, mas nos arvoredos e cujo sabor lembra algo da ameixa amarela. Realmente, nossa cunhada deu-se mor satisfeita com as uvas japonesas e conforme já dissemos anteriormente embora o seu filho descenda de brasileiros e europeus, ele é o tipo exato de um indochinês, devoto das musicas japonesas, hindus e chinesas, além de ser absolutamente vegetariano.

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 97-102.

Dificuldade nos Princípios Superiores

É muito fácil inventar teorias que nos exonerem do dever de servir, e muito difícil aplicar os princípios superiores que esposamos, utilizando-nos, para isso, de nossa cabeça e de nossas próprias mãos. Se a recuperação do mundo e de nós mesmos estivesse circunscrita a lindas palavras, o Cristo, que nos constitui o padrão de todos os dias, não precisaria ter vindo ao encontro dos necessitados da Terra. Bastaria que enviasse proclamações angélicas à Humanidade, sem padecer-lhe, de perto, a incompreensão e os problemas. Felizmente, porém, os espiritualistas conscientes e sensatos estão aprendendo que o nosso escopo é reviver o Evangelho em suas bases simples e puras e que o Senhor não nos concede o tesouro da fé apenas para que possamos crer e falar, mas também para que estejamos habilitados a estender o bem, começando de nós mesmos.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 29.

A Mediunidade é de Todos

Não obstante nosso respeito à ciência humana, indagávamos intimamente por que motivo tanto embaraço verbalístico em sucessos comuns a todos, quando a simplificação seria bem mais interessante. 

(…)

Acalentava tais pensamentos, quando Áulus, observando-me, por certo, a crítica meditada, considerou:

A mediunidade, indubitavelmente, é patrimônio comum a todos, entretanto, cada homem e cada grupo de homens no mundo registram-lhe a evidência a seu modo. De nossa parte, é possível abordá-la com a simplicidade evangélica, baseados nos ensinamentos claros do Mestre, que esteve em contacto incessante com as potências invisíveis ao homem vulgar, curando obsidiados, levantando enfermos, conversando com os grandes instrutores materializados no Tabor, ouvindo os mensageiros celestiais em Getsemani e voltando Ele próprio a comunicar-se com os discípulos, depois da morte na cruz, entretanto, a ciência terrestre, por agora, não pode analisá-la sem o rigor da experimentação.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 29.

Mediunidade e Paranormalidade

Tudo isso sem necessidade de recurso a complicações terminológicas

✔ Assimilação de
correntes mentais

✔ Psicofonia

✔ Possessão

✔ Desdobramento

✔ Clarividência

✔ Clariaudiência

✔ Forças curativas,

✔ Telepatia

✔ Psicometria e a materialização

✔ Poder da prece

✔ Fixação mental

✔ Emersão do subconsciente

✔ Licantropia

✔ Obsessão

✔ Fascinação

✔ Lei de causa e efeito

✔ Desdobramento no leito de morte

✔ Energias viciadas

Xavier, Francisco Cândido/ André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 29.

Pensamento e Vida

“Perguntou-nos coração amigo se não possuíamos algum livro no plano espiritual, suscetível de ser adaptado às necessidades da Terra.

Algumas páginas que falassem, ao espírito, dos problemas do espírito… Algo leve e rápido que condensasse os princípios superiores que nos orientam a rola…

E lembramo-nos, por isso, de singela cartilha falada de que dispomos em nossas tarefas, junto aos companheiros em trânsito para o berço, utilizada em nossas escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento.

Anotações humildes que repontam do cérebro como flores que rebentam do solo, sem pertencerem, no fundo, ao jardim que as recolhe, por nascerem da Bondade de Deus que conjuga o Sol e a gleba, a fonte e o ar, o adubo e o vento, para nelas instilar a cor e a forma, a beleza e o perfume…

Eis aqui, portanto, adaptada quanto possível ao campo do esforço humano, a nossa cartilha simples.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. Pensamento e Vida. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 7.