Tempo de pobreza

“Seis semanas depois de sua morte, meu pai apareceu-me em sonho. Surgiu bruscamente diante de mim e disse que tinha voltado das férias. Tinha descansado e voltara para casa. Pensei que me censuraria, por ter-me instalado em seu quarto, mas ele não disse nada. No entanto, envergonhei-me por ter imaginado que ele tinha morrido. — Alguns dias depois o sonho se repetiu: meu pai voltara para casa, curado, e eu me censurava por tê-lo julgado morto. Perguntava a mim mesmo: “O que significa essa volta de meu pai nos sonhos? Por que tem um aspecto tão real?” Esse acontecimento inesquecível obrigou-me, pela primeira vez, a refletir sobre a vida depois da morte.

(…)

Não lamento o tempo de pobreza, pois me ensinou a apreciar as coisas simples. Lembro-me muito bem que certa vez recebi de presente uma caixa de charutos. Senti-me um príncipe. Os charutos duraram um ano, pois não fumava mais do que um por domingo.”

 

JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova Fronteira, 2019, Local Kindle 1942-1952.

Anos de estudo

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