Psique arquetípica

“O crânio como memento mori é um emblema da operação da mortificatio. (…)

Ele produz reflexões a respeito da mortalidade pessoal de cada um e serve como pedra de toque para os valores falsos e verdadeiros. Refletir sobre a morte pode nos levar a encarar a vida sob a perspectiva da eternidade e, desse modo, a negra cabeça da morte pode transformar-se em ouro (ver figura 6-14). Com efeito, a origem e o crescimento da consciência parecem estar vinculados de maneira peculiar à experiência da morte. Talvez o primeiro par de opostos a penetrar na consciência em vias de despertar dos seres humanos primitivos tenha sido o contraste entre o vivo e o morto.(…) Nossa mortalidade é nossa fraqueza mais importante e derradeira.

(…)

As formas mais remotas de expressão religiosa que indicam a primeira separação entre o ego e a psique arquetípica parecem estar associadas aos ritos funerários. O exemplo supremo da morte como gênese da religião e da consciência é o elaborado simbolismo mortuário do antigo Egito. Esta é claramente a origem da alquimia. O embalsamamento do rei morto o transformava em Osíris, um corpo incorruptível, eterno. Este é o protótipo da opus alquímica, que tenta criar a incorruptível Pedra Filosofal. (…) O simbolismo mortuário egípcio é o primeiro grande testemunho da realidade da psique. É como se a psique não pudesse vir a existir como entidade concreta até a morte do literal, do concreto e do físico.”

 

EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág.185-186.

Capítulo 6 Mortificatio Putrefactio

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