“Em todas as lutas da vida há sempre essa coisa que se situa além da luta; como o dr. Jung o descreveu de um modo tão belo em seu comentário sobre O Segredo da Flor de Ouro, é como se estivéssemos no pico da montanha, acima da tempestade. Vemos as nuvens negras, os relâmpagos e a chuva caindo, mas algo em nós está acima de tudo isso e podemos simplesmente observar os elementos em fúria. Numa escala menor ou mais humilde, atingimos esse objetivo se, numa tempestade de desespero ou no ataque dissolvente e destrutivo de um conflito, conseguimos manter o senso de humor por um instante – ou talvez sejamos arrebatados, uma vez mais, por um animus negativo, e então, de repente, dize-mos para nós mesmos que já ouvimos essa história antes.
Esses são os momentos divinos em que algo é claro e se movimenta além dos opostos e do sofrimento. Normalmente, são apenas breves momentos, mas se continuarmos trabalhando em nós próprios por um período de tempo suficientemente extenso, a pedra crescerá pouco a pouco, tornando-se cada vez mais o sólido núcleo da personalidade que deixará então de participar do circo simiesco da vida.
(…)
O leão é um símbolo muito conhecido do solstício do sol, quando este se encontra em seu apogeu, astrologicamente falando, mas é também um símbolo de ressurreição. ”
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 279-281.
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