“Também examinamos o estranho fato de que, com muita frequência, no final de uma civilização patriarcal, ocorre uma enantiodromia o poder é transmitido a uma figura feminina como, por exemplo, quando, no final da civilização egípcia, o culto de Ísis tornou-se predominante e İsis assumiu cada vez mais o papel de todos os outros deuses.”
Não devemos esquecer que essas deusas-mães também estão ligadas ao conceito de matéria, pois não só a própria palavra “matéria” está ligada à palavra “mãe”, mas toda a projeção da matéria e a ideia arquetípica modelar no fundo da mente dos cientistas naturais surgem do arquétipo materno. Platão, por exemplo, diz que o espaço é como uma nutriz para toda a ordem cósmica; assim, o espaço é visto como um recipiente feminino, uma função nutriente da mãe.
Como a ideia de matéria está ligada secretamente ao arquétipo da mãe, se o Papa transfere a ênfase do culto cristão para a Virgem Maria, isso constitui, consciente ou inconscientemente, um golpe desferido contra o materialismo comunista. É um gesto nesse sentido e uma tentativa de atingir seu aspecto materialista, conferindo destaque à matéria numa forma diferente. Portanto, o interesse na matéria provém de um ressurgimento desse arquétipo.”
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 111-112.
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