“(…) Se não discutirmos esses preconceitos básicos de nossa civilização, jamais entraremos em contato com outras civilizações. Devemos saber que preconceitos temos, embora possamos continuar a guardá-los, dizendo que gostamos deles, mas é possível pensar de modo diferente; as opiniões diferem. Essa largueza mental é necessária se desejarmos analisar as pessoas objetivamente e não ser apenas propagandistas de uma tendência; um analista deve ser tolerante e ver o que natureza íntima do analisando constela como processo curativo, para onde quer que ele conduza. Essa, pelo menos, é a nossa convicção.

(…) a antiga atitude prometeica?

Na mitologia grega, temos esse típico mito grego que espelha a posição grega e não faz disso um problema primordialmente ético, como ocorre na Bíblia: ou bem ou mal. Acontece também um roubo: rouba-se dos deuses algo que estes queriam conservar para si mesmos e, de acordo com o mito, isso acarreta uma punição. Prometeu mete-se em apuros e sai-se mal mas não há uma avaliação moral.

O pensamento afirma simplesmente que se deve pagar quando se rouba algum conhecimento do inconsciente, mas isso não impede que, mesmo assim, se possa ter a atitude certa! Podemos dizer: não importa, eu pago, mas quero ter isso! O mito não recomenda que se faça ou não se faça, mas temos de saber que há sempre um preço a pagar.”

VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 95-96.

2a Palestra | Alquimia Grega