“Uma das mais destrutivas síndromes num intervalo psicótico ocorre quando as pessoas são sobrepujadas por experiências emocionais ou alucinatórias e não podem expressá-las. Logo que elas se sentem capazes de contar essas experiências a alguém, já não são completamente psicóticas; a primeira fase terminou. Se elas podem dizer alguma coisa a respeito disso, e podem descrevê-la ainda que de um modo hesitante ou simbolicamente, se são capazes de desabafar de alguma maneira, já não estão mais perdidas e o processo de cura já está em curso.

É extremamente importante, por conseguinte, se tivermos que considerar tal possibilidade, que tratemos tais pessoas como se tivessem uma psicose latente e lhes proporcionemos uma tremenda quantidade de conhecimento simbólico. Se suspeitarmos de uma possível irrupção ou invasão do inconsciente coletivo, devemos incutir nessas pessoas o máximo que pudermos de conhecimento simbólico (…)  Elas não saberão por que e poderão até pensar que isso é um tanto estranho, mas depois, se a experiência avassaladora chegar, elas talvez possam expressá-la ou, pelo menos, descrevê-la.”

VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 314-315.

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