“Na antiguidade, o bastão de ouro ou a vara mágica pertenciam a Mercúrio e representam a sua capacidade de ordenar os elementos refratários do inconsciente. Se se tem um bastão não se é totalmente passivo, tem-se uma direção.
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A arte de arrumar (coiffure), é uma expressão de uma cosmovisão cultural. Contos folclóricos primitivos falam de demônios que, sendo capturados, são penteados e seus piolhos catados, o que significa que a confusão no inconsciente tem que ser ordenada e conscientizada. Por causa desse significado é que no início da análise é frequente sonhar com cabelos selvagemente desalinhados. O pente, consequentemente, representa a capacidade de a pessoa ordenar seus pensamentos, clareá-los e torná-los conscientes.
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Os sinos e outros instrumentos de sons similares são usados para afastar espíritos malignos (os sinos das igrejas, inicialmente, tinham esse propósito)”
FRANZ, Marie-Louise von. A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulus, 2022, pág.214-216.
7. Sombra, anima e animus nos contos de fada