(…) roue vem do latim rota. Fortune vem de fortuna, termo latino que significa “destino, acaso, sorte ou má sorte” (…) a potência.
Sobre a Roda da Fortuna
Na Idade Média, a roda cíclica do destino é associada a uma figura de mulher que a move, e o resultado é este conjunto iconográfico específico: a roda da fortuna.
Na Antiguidade grega, o filósofo Anacreonte (cerca de 550 – cerca de 470 a.C.) escreveu: “A vida humana gira de maneira instável como os raios da roda de um carro”. (…) sendo que tanto a roda do carro quanto a roda de fiar representam símbolos evidentes do caráter cíclico da vida. A Fortuna, por sua vez (…) foi recuperada como figura alegórica da contingência, do acaso e do jogo pelo Ocidente cristão (…) a fortuna não se opõe à Providência divina, mas dela é dissociada. A roda por ela acionada é simplesmente o tempo da história profana, da ascensão e da queda dos poderes laicos, o tempo circular e vazio de sentido. Os escolhidos, uma mistura de cães, macacos e coelhos, são alegorias da estupidez humana, que se vê como dona do destino ao alcançar o topo de alguma coisa, mas que não percebe que é apenas o joguete inconsciente de uma roda sobre a qual não tem nenhum domínio.
Para os autores antigos, não havia dúvida de que essa carta oferecia, antes, uma ocasião para refletir sobre o infortúnio humano.
Significados
(…) a ordem.
Sagacidade, presença de espírito que não deixa escapar as boas ocasiões iniciativa bem-sucedida, adivinhação de ordem prática, sorte; sucesso fortuito, como ganhar na loteria.
Descuido, especulação, abandono ao acaso.
O homem nas ações do presente, que têm sua origem nas obras periódicas do passado e preparam as do futuro, às quais o Divino dará uma conclusão bené- fica, sejam quais forem suas vicissitudes.
Ciclo cujo retorno à origem leva consigo a experiência adquirida, lógica.
Sejam quais forem os acontecimentos que se apresentam à vida do consulente, eles não são estáveis, orientam-se para uma evolução, uma mudança necessariamente feliz, pois a carta não é retrógrada.
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 230-232.