(…)le Capucin.
(…) eremita, por sua vez oriundo do grego erêmitês, que significa “do deserto” “que vive na solidão” e deriva de erêmos, “deserto”.
Sobre o Eremita
(…) com o significado a ele refere retira em uma solidão voluntária. (…) il Gobbo (o corcunda, depois recebeu o nome de il Vecchio (O Velho), Tempo. (…) aos efeitos devastadores do tempo sobre o homem (…) os primeiros tarô aros italianos exibem um homem idoso com uma ampulheta(…) Saturno. Em resumo, essa figura mostra nos quanto as consequências de sua obra e, nos dois us filhos seus ampulheta, algumas vezes munido de muletas ou de um cajado com a ampul marcha.
De resto, o Dictionnaire universel [Dicionário Universal] de Furetière (1690) define o eremita como um “homem devoto, que se retirou na solidão para melhor se dedicar à contemplação e se desvencilhar das questões mundanas”. Portanto, depois do homem vítima do tempo, vemos o homem sábio que se retira do mundo, sempre idoso e com um cajado, mas carregando um lampião. Esse lampião e esse eremita poderiam muito bem ser uma alusão a Diógenes de Sinope, filósofo grego do século IV a. C., que escandalizava por seu modo de vida marcado pela indigência. Dizem que ele percorria as cidades com seu lampião, clamando “Procuro um homem!”, e subentendia um homem digno desse nome. Na arte, ele costum ser representado com um lampião, um cajado e um cão: atributos significativos da errância, também encontrados com o Louco no tarô.
(…) essa carta arta poderia representar qualquer figura de homem religioso solitário peregrinação ão, uma vez que o o cajado costuma ser o atributo dos peregrinos.
Nota-se que a barba é um sinal flagrante de eremitismo. A vida dos padres do deserto, que se retiravam no Monte Atos, um dos primeiros lugares cristãos consagrados ao retiro, implicava uma regra que proibia o acesso ao monte a “todo animal fêmea, a toda mulher, a todo eunuco e a todo rosto liso”. Desse modo, deixar crescer a barba e os cabelos marcava o abandono do corpo e a ruptura com o mundo profano.
Significados
(..) o Sábio ou o Homem que busca a Verdade e a Justiça “O nº IX representa um filósofo venerável em longo manto e com um capuz nos ombros: ele caminha encurvado sobre seu cajado e segura um lampião com a mão esquerda. É o sábio que busca a justiça e a virtude. Portanto, de acordo com essa pintura egipcia, imagi- nou-se a história de Diógenes que, com o lampião na mão, procura um homem em plena luz do meio-dia. (…) pois os filósofos gostam de viver retirados e não se adaptam à frivolidade do século.
(…) os gênios protetores, a iniciação.
Isolamento, concentração, silêncio, aprofundamento, meditação, estudo. Ocultista que cala sobre seus segredos.
O homem em busca da verdade na calma e na paciência.
Retiro em si mesmo para examinar o resultado das atividades sancionadas pela Justiça.
Luz que ajuda a iluminar e resolver um problema qualquer.
Também significa prudência, não com a ideia de temor, mas para cons truir algo melhor.
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 227-229.