“Referimo-nos a aves selvagens como símbolos de independência ou de libertação.
Mas hoje poderíamos, do mesmo modo, falar em aviões a jato ou em foguetes espaciais, pois são encarnações físicas do mesmo princípio de transcendência quando nos libertam, ao menos temporariamente, da gravidade.
Qualquer um de nós pode facilmente verificar que existe em nossas vidas um conflito entre aventura e disciplina, mal e virtude, liberdade e segurança. Mas são apenas frases que utilizamos para descrever uma ambiva lência que sempre nos atormentou e para a qual parecemos nunca encontrar resposta.
A iniciação é, essencialmente, um processo que começa com um rito de submissão, seguido de um período de contenção a que se sucede um outro rito, o de liberação. Assim, todo indivíduo tem possibilidade de reconciliar os elementos conflitantes da sua personalidade: pode chegar a um equilíbrio que o faça de fato um ser humano e também, verdadeiramente, o seu próprio dono.
Dragões alados (…) misturam o simbolismo transcendente da serpente com o da ave.”
JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus símbolos. Ed. Harper Collins, 2016, Pág 204-205.
II Os Mitos antigos e o homem moderno
Joseph L. Henderson