“Orígenes, o mais brilhante teólogo do século III, expressou, embora tenha sido suspeito de heresia, o ponto de vista ortodoxo ao declarar que Deus não teria oferecido um caminho para a salvação acessível somente à elite intelectual ou espiritualizada. O que a igreja ensina, afirma, deve ser simples, unânime e acessível a todos.
(…)
Quando Muhammad ‘Ali quebrou aquele jarro cheio de papiros no penhasco próximo a Nag Hammadi e desapontou-se por não encontrar ouro, jamais poderia imaginar as implicações dessa descoberta acidental. Caso tivessem sido achados mil anos antes, os textos gnósticos, provavelmente, teriam sido queimados como hereges. Mas eles permaneceram escondidos até o século XX, quando nossa experiência cultural nos proporcionara uma nova abordagem das questões que eles suscitariam.”
PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 167-168.
Capítulo: Conclusão.