Insensatez

“Qualquer pessoa que golpear uma pedra com o punho se machucará em decorrência de sua própria ação insensata, e não porque a pedra deseje feri-lo. Do mesmo modo, Jesus advertiu que todo aquele que seja tolo o bastante para opor-se conscientemente às inquebrantáveis verdades estabelecidas em seus ensinamentos causará dano a si mesmo ao ativar a Lei Cósmica no sentido de destruir sua vida espiritual e retardar sua evolução rumo à salvação.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 184.

Capítulo 65 : Jesus ensina pela última vez no templo de Jerusalém.

O Senhor da Vinha e a Consciência Crística

Em uma parábola simples que encerra verdades metafísicas, Jesus relata como, no princípio de um incomensurável ciclo da criação universal, o “Pai de Família” Cósmico criou esta Terra como uma fértil vinha em que Seus filhos humanos – as almas, um reflexo de Seu próprio e único Ser – destinavam-se a trabalhar como “lavradores” a fim de cultivar os frutos da libertadora sabedoria e com eles deleitar-se. O Senhor cercou a vinha terrena com a aura de Suas vibrações divinas, cavou na consciência humana um lagar de intuição e edificou ali uma torre de visão espiritual. Depois disso entregou essa vinha aos cuidados de Seus lavradores – as almas encarnadas – e “ausentou-se para longe“, ou seja, ocultou-Se no plano transcendente da Consciência Cósmica pela duração daquele ciclo da criação.

Chegando o tempo dos frutos” – quando Deus esperava que os lavradores das videiras da sabedoria a quem arrendara a frutífera vinha colhessem a safra de muitas experiências belas –, Ele enviou Seus profetas para coletar desses lavradores uma parte de sua colheita de amor e gratidão fertilizada pela sabedoria. Mas as pessoas da Terra, cuja prístina consciência espiritual se havia degradado sob a influência da ilusão, recusaram-se a aceitar os mensageiros de Deus e os rejeitaram com violência. Muitos outros profetas enviados à Terra foram igualmente caluniados e assassinados. Um deles veio na forma de João Batista e também foi tratado de modo vergonhoso.

Por último, o Senhor da vinha resolveu enviar às pessoas ingratas e cruéis da Terra Seu reflexo único em toda a criação vibratória – O Filho ou Consciência Crística – manifestado na forma de um avatar. Deus esperava que tais pessoas ingratas demonstrassem reconhecimento a Ele, reverenciando Seu filho. Entretanto, elas estavam embriagadas com a ilusão. Em sua perversidade, desejaram desfrutar as bênçãos da Terra sem a interferência dos preceitos orientadores de Deus ou de Seus emissários. Apesar da evidência de que esse filho era “o herdeiro“, um autêntico representante de Deus em quem a consciência divina estava plenamente manifestada, eles o mataram com a expectativa de “apoderar-se de sua herança, ou seja, de governar a Terra de acordo com seus próprios desejos, em vez de fazê-lo segundo os princípios da retidão.

É evidente que nesse caso Jesus se referia a si próprio, profetizando sua crucificação – o ponto culminante do mau tratamento que havia recebido dessas pessoas egotistas que ocupavam cargos de autoridade – e também o inevitável resultado de tais atos: o Senhor da vinha da Terra, por meio da Lei Cósmica, puniria os responsáveis pelo mal causado a Seu filho e daria a vinha a outros arrendatários que tentariam cultivar os frutos da sabedoria e oferecê-los em agra decida adoração. (…) “entenderam que falava deles“.

Outros lavradores” – aqueles que entregariam ao Senhor Vinha “os frutos a seu tempo” – é uma referência às gerações futuras de devotos que reverenciariam a vida exemplar de Jesus e seus ensinamentos. Por meio da devoção à Consciência Crística manifestada nesse filho divino, eles colheriam de seu trabalho na vinha da Terra uma profusa safra de sabedoria divina: a percepção do reino divino presente dentro deles – uma região de tão abundante bem-aventurança que eles voluntariamente devolveriam ao Senhor, na forma de louvor e adoração, os frutos que haveriam de colher.

Jesus prosseguiu, profetizando que a Consciência Crística – rejeitada por aqueles que haviam edificado sua própria civilização – seria a pedra angular utilizada na construção do templo de uma vida celestial sobre a Terra.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 182-183.

Capítulo 65 : Jesus ensina pela última vez no templo de Jerusalém.

A Força Poderosa do Louvor

“Jesus assinalou que o louvor alcança a perfeição e se converte em força poderosa quando é uma genuína resposta à verdade. A mente e as palavras das crianças puras que ainda não foram maculadas com a política, a insinceridade, a tendência à manipulação e as falsidades – são receptivas à verdade e a reconhecem graças à maior clareza de uma inata intuição que não está distorcida por racionalizações preconceituosas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 169.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.

Poder Divino

(Mateus 21:18-22) (…)

No incidente da figueira desafortunada encontramos um desafiante contraste entre o humano e o divino, manifestando-se simultaneamente em um homem: a reação humana diante de um desapontamento, exteriorizando-se na forma de poder divino. (…) A vontade e a força vital presentes no corpo de Jesus, estando em sintonia com a Vontade Cósmica e a Vida Cósmica, simplesmente retiraram da figueira a vida e a vontade que até então a sustentavam. Assim como um engenheiro eletricista que tenha acesso a todos os interruptores do dínamo principal que controla as luzes de uma cidade pode conectar ou desconectar à vontade uma ou todas as lâmpadas, também Jesus, em sua unidade com o Engenheiro Eletricista Cósmico, podia acender a vida na extinta lâmpada do corpo inerte de Lázaro ou desconectar a vida que circulava na figueira.

(…)

A onipotência de Deus pertence ao homem contanto que ele abandone a ilusão e, por meio da meditação, eleve sua consciência do corpo até à união com o perfeito reflexo de Deus presente dentro de si. Segundo as escrituras hindus, aquele que conhece o Espírito torna-se o Espírito. Jesus demonstrou essa união com o Espírito pelo domínio sobre todas as coisas que resultava da sua unidade com o Espírito.

(…) Jesus falou do poder da fé – não da fé cega, mas da convicção perfeita que surge da realização divina e do comando pessoal de grandes leis metafísicas que têm o poder de mover montanhas e de conceder tudo o que se pede em oração.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 170-171.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.

Príncipe da Paz

“O Príncipe da Paz, cujo único grito de guerra poderia ser: Vitória aos Mansos!, não cavalgou um impetuoso cavalo de batalha em meio a um exército armado até os dentes, mas montou um manso jumento, pequeno e útil para os pacíficos caminhos cotidianos. Seus “guerreiros”, em nada robustos e ostentosos, eram apenas um grupo despretensioso de discípulos abnegados. Na verdade, esse rei, diante do qual as multidões estendiam ramos de palma, demonstrou uma vez mais que um filho de Deus celebra sua soberania na mansidão e na humildade.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 166.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.

A Entrada em Jerusalém

A entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém inspira um belo simbolismo quando interpretada espiritualmente como um acontecimento relevante para o ser humano de todas as épocas. A cidade de Jerusalém é a consciência do homem; seus pensamentos e sentimentos são os habitante. A chegada de Jesus a Jerusalém evoca a abertura dos portais da devoção humana para permitir a entrada da Consciência Crística – com seu poder onisciente – no reino corporal, diante do regozijo de todos os seus cidadãos: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 165.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.

Consciência Crística

” (…) um simples torrão de argila. Ele não estava enaltecendo a devoção pessoal que Maria lhe dedicava, mas aprovando sua perspicácia ao adorar o grande Deus do universo, cuja presença ele sentia conscientemente em sua Consciência Crística. Ele destacou com imparcialidade a sabedoria de Maria, que ofereceu adoração à mais venerável de todas as manifestações sagradas: a Consciência Crística presente no templo do corpo de Jesus – o reflexo vivo do Único Doador de toda a vida, de toda a consciência e de toda a virtude, inclusive dos impulsos caritativos de ajudar os pobres. (…) Jesus lembrou-lhes que eles teriam uma oportunidade perpétua de zelar pelos pobres, mas não teriam prontamente outra chance de demonstrar devoção a uma manifestação visível da presença de Deus numa forma corporal, pois essa é uma ocorrência rara na Terra.

As palavras de Jesus enfatizam que os devotos deveriam graduar sabiamente a importância de seus deveres espirituais e ações virtuosas, mantendo Deus como o primeiro e supremo objeto de adoração.

Existe uma única questão a ser resolvida na vida humana – estabelecer unidade com Deus -, mas essa simplicidade absoluta perde-se de vista em meio ao nevoeiro criado por milhões de outras questões! Negando a Deus um amor monoteísta, o homem tenta mascarar sua infidelidade com o respeito escrupuloso ao culto exterior da caridade.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 162-163.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.