Esquecer

“Qualquer um desses elementos é capaz de se tornar parcial, temporária ou definitivamente inconsciente.

Esse material torna-se inconsciente porque simplesmente não há lugar para ele no consciente. Alguns dos nossos pensamentos perdem a sua energia emocional e tornam-se subliminares (isto é, não recebem mais a mesma atenção do nosso conscien-te) porque parecem ter deixado de nos interessar e não têm mais ligação conosco, ou então por existir algum motivo para que desejemos afastá-los de vista.

“Esquecer”, nesse sentido, é normal e necessário para dar lugar a novas ideias e impressões na nossa consciência. Se tal não acontecesse, toda a nossa experiência permaneceria acima do limiar da consciência e nossas mentes ficariam insuportavelmente atravancadas. Esse fenômeno, hoje em dia, é tão amplamente reconhecido que a maioria das pessoas que conhecem um pouco de psicologia já o aceitaram.

Assim como o conteúdo consciente pode se desvanecer no inconsciente, novos conteúdos, que nunca foram conscientes, podem “emergir”. Podemos ter a impressão, por exemplo, de que alguma coisa está a ponto de se tornar consciente que “há alguma coisa no ar” ou que “aqui tem dente de coelho”. A descoberta de que o inconsciente não é apenas um simples depósito do passado, mas que está também cheio de germes de ideias e de situações psíquicas futuras levou-me a uma atitude nova e pessoal em relação à psicologia. (…) o fato é que, além de memórias de um passado consciente longínquo, também pensamentos inteiramente novos e ideias criadoras podem surgir do inconsciente ideias e pensamentos que nunca foram conscientes. Como um lótus, nascem das escuras profundezas da mente para formar uma importante parte da nossa psique subliminar.”

 

JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus símbolos. Ed. Harper Collins, 2016, Pág 41.

I Chegando ao inconsciente

Carl G. Jung

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