“Existem muitos contos de fada cujas personagens principais podem ser interpretadas como representantes da anima ou do animus. Estes contos destacam modelos de relacionamento humano: os processos que ocorrem entre homem e mulher ou os fatos fundamentais da psique que estão além das diferenças entre o masculino e o feminino. Muitos contos sobre a redenção mútua são deste tipo.(…) Sendo as crianças relativamente indiferenciadas tanto sexual como psiquicamente, elas estão muito mais próximas da imagem do ser hermafrodita original. Esta é a razão pela qual a criança também é um símbolo do SELF- de uma totalidade interior futura e, ao mesmo tempo, dos aspectos não desenvolvidos da individualidade. A criança significa uma parte da inocência e do maravilhoso que sobrevive em nós desde um passado remoto; ela é aquela parte de nossa infância pessoal que já passou, como também a forma nova e recente da individualidade futura. Vista sob esse enfoque, dizer que a criança é pai do homem tem um significado profundo.”
FRANZ, Marie-Louise von. A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulus, 2022, pág.232.
7. Sombra, anima e animus nos contos de fada