Poimandres, o Nous do Domínio Absoluto

“Uma vez, quando me veio uma reflexão acerca dos seres e se elevou o meu pensamento impetuosamente, enquanto meus sentidos corporais eram possuidos, como os que são pesados de saciedade de comida ou de trabalho do corpo, eu imaginei alguém enorme em medida ilimitada passando a chamar meu nome e me dizendo: o que queres ouvir e ver, e, tendo meditado, aprender e conhecer?

Disse eu: Tu, então, quem és? -Eu. de fato, disse ele, sou o Poimandres, o Nous do Domínio Absoluto; sei o que queres, e coexisto contigo em todo lugar.

(…) Guarda na tua mente tanto quanto queres aprender, e eu te ensinarei.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 117.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus I

Ponto de Vista Absoluto e Relativo

Mas o ponto de vista Absoluto mostra um só lado do panorama, o outro lado é o Relativo. A Verdade Absoluta foi definida como sendo as Coisas como a mente de Deus conhece ao passo que a verdade Relativa são as Coisas como a mais elevada Razão do Homem as compreende. Assim, ao passo que para TODO O Universo é irreal e ilusório, um simples sonho ou resultado de meditação; para as mentes finitas que fazem parte deste mesmo Universo e a observam através das suas faculdades, ele é verdadeiramente real e assim deve ser considerado.(…)”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 51.

O Universo sob a Lei

“Assim, as doutrinas herméticas não ensinam a insubstancialidade do Universo com palavras mais altíssonas do que as que vos são familiares, mas, apesar disso, o seu modo de encarar o assunto parecerá uma coisa mais assustadora. Uma coisa que tem um principio e um fim pode ser considerada, em certo sentido, como irreal e não verdadeira; e, conforme todas as escolas de pensamento, o Universo está sob esta lei. No ponto Absoluto de vista, nada há real a não ser o TODO, que não pode ser realmente explicado. Ou o Universo é criado da Matéria, ou é uma criação mental na Mente do TODO: ele é insubstancial, não-duradouro, uma coisa de tempo, espaço e mobilidade.(…)”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 50.

Revolta dos Instintos

“O primeiro pensamento que o homem pensador tem, de pois que ele compreende bem a verdade que o Universo é uma Criação Mental do TODO, é que o Universo, e tudo o que de contém, é mera ilusão, irrealidade; ideia contra a qual os instintos se revoltam. Contudo esta, como todas as outras grandes verdades, pode ser considerada sob os pontos de vista Absoluto e Relativo. Sob o ponto de vista Absoluto e Relativo o Universo comparado com o TODO em si é de natureza duma ilusão, dum sonho, duma fantasmagoria. (…)”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 50.

O Absoluto e o Relativo

“Aquilo que os Hermetistas conhecem como a Lei do Paradoxo é um aspecto do Principio de Polaridade. Os escritos herméticos estão cheios de referências ao aparecimento de Paradoxos na consideração dos problemas da Vida e da Existência. Os Instrutores previnem constantemente os seus discípulos contra o erro de omitir o outro lado de cada questão. E as suas admoestações se referem particularmente aos problemas do Absoluto e do Relativo, que deixam perplexos todos os estudantes de filosofia, e que causam muitas ideias e ações contrárias ao que é geralmente conhecido como senso comum.

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 49.

Tudo o Que é Finito Não é Real

O TODO sendo Infinito, Absoluto, Eterno e Imutável, segue-se que tudo o que é finito, passageiro, condicional e mutável não é o TODO. E como não há nada Real fora do TODO, todas as coisas finitas não são Reais. Não deveis ficar admirados e espantados das nossas palavras; não queremos levar-vos à Ciência Cristã fundada sobre a parte inferior da Filosofia hermética. Há uma Reconciliação para o aparente estado contraditório atual do assunto. Tende paciência, que nós trataremos deste assunto em seu tempo.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 39.

Livrai-nos do Mal, Afinal…

Download, no café da manhã, da aula 120 – UMA VISÃO DO NOVO MUNDO. Demandei com Rebecca a possibilidade de gravar uma série de aulas sobre a Civilização Exoconsciente. Na Aula, relacionei os valores da Revolução Francesa com o manifesto do Pai Nosso, de Jesus.

(…)

Muito se fala sobre o novo mundo. Especula-se sobre um novo tempo. Mais quais os seus sintomas? Quais são os seus sinais? Há certas compreensões que são sintomas do novo mundo. Existem diversas réguas que podem medir esses sintomas mas um só é o tamanho da coisa, messa ela em centímetros, milímetros, polegadas ou palmas; as diferentes formas de medir não mudam o tamanho do objeto medido, pois a forma é absoluta em relação ao parâmetro de sua mensuração. Livrai-nos do mal, afinal. O mal é ignorância mas o conhecimento é movimento e transformação!

Willian Walker

Círculo Como Totalidade e Queda do Paraíso

“A correspondência de um ano no Paraíso com cem anos na existência terrena é um motivo mitológico bem conhecido. A duração de cem anos significa a totalidade. Os trezentos e sessenta graus da circunferência tem o mesmo significado; razão por que os Puranas hindus representam um ano dos deuses como equivalente a trezentos e sessenta anos dos homens. Do ponto de vista dos olímpicos, era após era da história terrestre transcorre, de modo que, onde os homens veem apenas a mudança e a morte, os bem-aventurados contemplam a forma imutável, o mundo sem fim. Mas o problema reside em manter esse ponto de vista diante de uma dor ou prazer terrenos imediatos. O sabor dos frutos do conhecimento temporal afasta concentração do espírito do centro da era para a crise periférica do momento. O equilíbrio da perfeição é perdido, o espírito fraqueja e o herói cai.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 218-219.