O Sentido do Paladar

“A mente estabelece um padrão para todas as atividades do corpo. Desse modo, as afirmações são úteis: “Eu vivo pelo poder de Deus, e não apenas por meios materiais”.

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A maioria das carnes (especialmente a bovina e a suína) e outros alimentos de vibração grosseira exigem demais da força vital, dificultando o processo de desvinculá-la dos sentidos e dos órgãos vitais sobrecarregados e de reverter a corrente de vida e a consciência na direção de Deus quando nos sentamos para a comunhão devocional.

Devemos eleger uma dieta saudável e equilibrada, com alimentos naturais ricos em força vital que sejam facilmente processados pelo corpo – frutas, vegetais, grãos integrais, legumes, produtos lácteos -, evitando alimentos em que a força vital tenha sido sido desnaturada ou destruída em razão de um processamento inadequado ou que de algum outro modo sejam impróprios para o sistema humano.* Em acréscimo, temos que evitar o fanatismo. Um fanático por alimentação, constantemente obcecado pela observância minuciosa de leis dietéticas e de saúde em geral, descobrirá que seu apego ao corpo torna-se um verdadeiro empecilho à realização espiritual.

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O sentido do paladar não deve ser corrompido com a gula, nem com a indigestão resultante de uma alimentação errônea e do excesso ao comer; seu propósito é o de selecionar e desfrutar o alimento correto de modo a manter o corpo saudável e vibrante para que seja, então, utilizado pela alma. Alimentar-se apenas para satisfazer o paladar leva à gula, à escravidão, à indigestão, à doença e à morte prematura. Alimentar-se para o sustento do templo corporal produz autocontrole, longevidade, saúde e felicidade.

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Nota: Meu guru, Swami Sri Yukteswar, apresentou concisamente os princípios da dieta natural apropriada para o homem como sendo vegetariana, fundamentando-se em uma análise da “formação dos órgãos que auxiliam na digestão e na nutrição – os dentes e o tubo digestivo” e na “observação da inclinação natural dos órgãos dos sentidos – os indicadores do que é nutritivo – por meio dos quais todos os animais são dirigidos a seu alimento” (A Ciência Sagrada, Capítulo 3; publicado pela Self-Reali zation Fellowship).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 192-193.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Experiência do Poder Divino

“Exemplos extremos são citados não como um objetivo a ser almejado pelo homem comum ou mesmo pelo buscador de Deus, mas para demonstrar que, se tal controle notável do ser físico é possível, é também possível para uma pessoa com uma vida comum espiritualizar a tal ponto seu corpo que tenha a experiência do Poder Divino como a verdadeira fonte de sua vida e possa utilizar conscientemente esse Poder para ajudar a libertar-se do sofrimento físico e de outras aflitivas limitações mortais.

Por meio da meditação de Kriya Yoga, a consciência gradualmente passa da identificação com o corpo físico inapto e muitas vezes traiçoeiro, com seu apego ao alento e ao alimento, à percepção do corpo astral interior de vibrante energia vital em constante autorrenovação; e então, à nossa derradeira natureza como alma, imagem de Deus – a Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente e sempre-nova.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 190.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Os Santos Que Vivem Sem Alimentos

“Num livro intitulado Amanzil, sobre Teresa Neumann, a camponesa de Konnersreuth na Baviera, escrito com base em palestra do Reverendo Joseph Schrembs, D.T., Bispo de Cleveland, proferida em 12 de fevereiro de 1928, encontram-se fatos notáveis sobre a vida dela, concernentes à sua subsistência pela energia divina.

1. “Ela possui os estigmas do Salvador crucificado. As chagas permanecem inalteradas. Elas não se inflamam nem cicatrizam.”

2. “Ela revive a Paixão de Nosso Senhor todas as sextas-feiras.”

3. “Ela repete em aramaico as palavras pronunciadas por Cristo.”

4. “Ela adivinha os segredos mais íntimos do coração.”

5. “Ela não toma nenhum alimento ou bebida. Não ingere alimentos sólidos desde 1923; apenas água ou um pouco de suco de fruta.”

“Mas no dia de Natal de 1926, ela parou inteiramente de tomar qualquer alimento, seja sólido ou líquido, de modo que agora, por quase dois anos, essa jovem não comeu ou bebeu coisa alguma, somente recebendo a Sagrada Comunhão todas as manhãs. (…) O veredicto de todos os médicos da Universidade de Berlim, de Praga, de Frankfurt, de Munique – doutores sem nenhum credo religioso – é este: ‘Falsidade ou fraude estão absolutamente fora de questão no caso de Teresa Neumann’. Ela não está desnutrida apesar da falta de alimentação desde o Natal de 1926 e tem uma aparência tão saudável quanto qualquer um à sua volta. Nas sextas-feiras ela perde cerca de quatro quilos e meio. Seis horas após o término das visões da Paixão, ela já readquiriu seu peso normal de 55 quilos.”

Quando encontrei Teresa Neumann na Baviera, em 1935, ela já vivia sem alimento por 12 anos, mas parecia tão jovial quanto uma flor.”

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Nota: Em Autobiografia de um logue, Capítulo 39, “Teresa Neumann, a Estigmatizada Católica”, Paramahansa Yogananda relata detalhadamente seu encontro com esta mística dos tempos modernos e sua experiência pessoal durante a visão extática que Teresa teve da Paixão de Cristo. Teresa Neumann faleceu em 1962. (Nota da Editora)

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“A santa bengali Giri Bala já vivia sem comer por mais de 56 anos quando a visitei em 1936. Segundo me contou, desde que seu guru a iniciou numa técnica que liberta o corpo da dependência do alimento material, ela consegue viver inteiramente da Energia Cósmica. Durante todos esses anos sem comer, ela jamais adoeceu ou experimentou desconforto. Sua nutrição deriva das energias mais sutis do ar e da luz do sol, bem como do poder cósmico que recarrega o corpo através do bulbo raquiano.

Perguntei-lhe o propósito de ter sido ensinada a viver sem alimento. “Provar que o homem é Espírito”, ela respondeu. “Demonstrar que, pelo progresso divino, o homem pode gradualmente aprender a viver da Luz Eterna, e não da comida.

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“Em eras evolutivas superiores, a regra será que o alimento consista principalmente de oxigênio, luz solar e energia etérea. Extrair nutrientes de material alimentar grosseiro é um meio um tanto indireto de obter a energia ali contida a fim de reparar o desgaste dos tecidos corporais. Retirar energia do oxigênio e da luz solar é muito mais efetivo.”

Nota: Entre outros santos cristãos que viveram sem comer (apresentavam também os estigmas), pode-se mencionar Santa Liduína de Schiedam, Beata Isabel Renzi, Santa Catarina de Siena, Domênica Lazarri, Beata Angela de Foligno e Luísa Lateau, santa do século 19. São Nicolau de Flüe (Irmão Klaus, eremita do século 15 cuja súplica apaixonada em favor da união salvou a Confederação Suíça) absteve-se de alimento durante 20 anos.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 185-186.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

O Prana

“A energia vital inteligente do corpo é o prana, vitátrons derivando das funções doadoras de vida do corpo astral. A diferença entre as formas materialmente ativas de energia (eletricidade, luz, calor, magnetismo) e a energia vital (prana) é que as primeiras são meramente forças mecânicas, ao passo que a última, sendo vitatrônica, possui uma inteligência divina inerente.

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Não é pecado viver segundo o padrão evolutivo da ingestão de alimentos; mas acreditar somente nos meios materiais para o sustento da vida é uma ilusão.

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Deus condensou engenhosamente Sua consciência em vitátrons, os vitátrons em elétrons e prótons, estas partículas subatômicas em átomos, e os átomos em moléculas e células – todos vivendo das radiações provenientes da Fonte Cósmica. Um ator numa tela de cinema parece muito real; mas ele não passa de radiação dividida em luzes e sombras emanando da cabine de projeção. O homem deve perceber a natureza etérea de seu ser – é composto de luz e consciência, é divino e indestrutível, sendo projetado na tela do tempo e do espaço pelo Feixe Cósmico criador de Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 181-182.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

O Homem Não é Sustentado Somente Pelo “Pão”

O homem não é sustentado somente pelo “pão” (…)  mas primordialmente de “cada palavra”  (unidade de Energia Cósmica ilimitada vibrando do Espírito Santo – o grande Om ou Amém) que entra no corpo humano através da “boca de Deus” (bulbo raquiano). Experimentar essa verdade, assim como Jesus o fez, significa conhecer o vínculo eterno entre o humano e o divino, a matéria e a consciência – a irrevogável unidade entre o Eu e o Criador.

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O homem julga que vive do “pão” – alimento, oxigênio e luz solar mas estes são apenas Energia Cósmica condensada. A energia radiante do sol nutre as plantas; as plantas são ingeridas pelos animais e humanos; e as plantas, por sua vez, deles se nutrem quando eles morrem. Direta ou indiretamente, a energia solar é a fonte material primária da vida. Quando alguém ingere um alimento, a energia vital no corpo começa a trabalhar na digestão e na metabolização do que é ingerido, extraindo por fim a energia solar armazenada naquele alimento para suprir o corpo. Desse modo, os cientistas afirmam que as células corporais operam pela energia que irradia do sol, liberada pela reação química de oxidação.

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Nota:  “O que comemos é radiação; nosso alimento são certos quanta de energia”, disse o Dr. George W. Crile, de Cleveland, numa reunião de médicos em Memphis, em 17 de maio de 1933. Ele enfatizou: “Os raios do sol fornecem esta radiação importantissima, que libera correntes elétricas no sistema nervoso, ou seja, no circuito elétrico do corpo”.

Algum dia os cientistas descobrirão como o homem pode viver diretamente da energia solar. O Dr. William L. Laurence escreve no New York Times: “A clorofila é a única substância conhecida na natureza que possui o poder de agir como ‘armadilha da luz solar. Ela ‘aprisiona’ a energia do sol, armazenando-a na planta. Nós obtemos a energia necessária para viver da energia solar armazenada no alimento-planta que comemos ou na carne dos animais que comem as plantas. A energia que obtemos do carvão ou do petróleo é a energia solar aprisionada pela clorofila na vida vegetal de milhões de anos atrás. Vivemos do sol, por intermédio da clorofila.” (Autobiografia de um logue)

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 179-180.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Os Filhos de Deus São Imortais

Como almas, centelhas individualizadas do Espírito ilimitado, os filhos de Deus são imortais, livres de qualquer dependência material. Deus planejou as células das flores, das plantas, dos animais e dos seres humanos para que vivessem recarregadas pela Energia Cósmica – e não se alimentando cruelmente umas das outras. Somente quando a alma se identifica com o corpo humano profanado por Satã é que o homem sente a fome característica da dependência de suprimentos da natureza. A Força Ilusória Cósmica levou o homem consciente de seu corpo a acreditar que sem o sustento físico sua existência se extinguiria. Ao voltar-se para os produtos da terra para sua nutrição (alento e alimento), o homem permanece preso a ela e esquece sua verdadeira natureza, que vive exclusivamente da Energia Cósmica e da vontade de Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 178.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Atenção ao Físico e Alimentação

“As pessoas dão muita atenção ao seu ser físico e pensam excessivamente sobre o que devem comer e quanto devem dormir. Tudo é uma questão de vontade. Eu nunca me senti cansado na vida e só durmo cerca de cinco horas por mês. Nunca como de manhã e, no almoço, prefiro uma refeição leve — de preferência frutas,
castanhas fatiadas e às vezes um ovo. No jantar, me contento com uma salada.”

YOGANANDA, Paramahansa. Como Despertar Seu Verdadeiro Potencial. Ed. Pensamento. Versão Kindle, 2019, Posição 425.

Período Gestativo e Alimentação

“Maria viveu o período gestativo de Jesus à semelhança das outras mulheres? RAMATIS – (…) não houve nada de anormal quanto aos aspectos comuns do fenômeno da gestação humana. Aliás, comparada à maioria das gestantes terrenas, em geral assediadas por certas reações psíquicas um tanto agitadas, Maria foi uma parturiente feliz, vivendo esse período imersa num mar de sonhos e de emoções celestiais provindas tanto do espírito de Jesus, como da presença dos anjos que o assistiam.

(…)

Entrando em contato novamente com a carne, Jesus passou a evocar psiquicamente as reminiscências de suas existências já vividas no orbe. Como se tratava de espírito de alta estirpe sideral, ele sempre viveu na Terra, de modo simples, frugal, avesso à carne e nutrindo-se com as mais delicadas dádivas da Natureza, incutindo bons estímulos sobre o psiquismo de Maria e sugerindo-lhe alimentos sadios e delicados, como ele realmente os preferia toda vez que se manifestava na matéria, pois condiziam eletivamente com sua natureza superior.

Os gostos e as preferências que haviam sido habituais a Jesus nas últimas existências terrenas, transformaram -se em evocações a convergir para o psiquismo de Maria, sua futura mãe, despertando-lhe reações químicas no sistema endócrino e sugerindo “desejos” por alimentos. sadios, como vegetais, frutos, sucos e pãezinhos com mel de figo*.”

*Em nossa família ocorreu um caso que justifica as asserções de Ramatis. S.L.F. nossa parenta, quando grávida de seu segundo filho, passou a detestar a carne que tanto apreciava, manifestando repugnância instintiva e violenta ao simples olfato de alimentos carnívoros. Passou a nutrir-se quase que exclusivamente de arroz e saladas, deixando os seus familiares receosos de uma anemia em fase tão delicada, os quais não puderam demovê-la dessa alimentação. Finalmente, nasceu lhe o filho, o qual, apesar de descender de pais brasileiros, tem a fisionomia exata de um indochinês, avesso a qualquer tipo de carnes ou derivados e se alimentando com arroz e ovos. Hoje, moço de 22 anos, é admirador das músicas do Oriente, principalmente a opera “Turandot”, de Puccini, cujo enredo e musicalidade se passam na Indochina, terra de Ramatis. Aliás, mais tarde, soubemos que ele fora realmente dançarino de cerimonial religioso.

Sob a lei de correspondência vibratória espiritual, o corpo carnal de Maria tornou-se a tela ou o revelador do psiquismo delicado de Jesus; e as impressões psíquicas dele ativaram-lhe os estímulos físicos, despertando-lhe o gosto por alimentos de natureza superior; e a sua condição de espírito angélico provocou seu repúdio à carne.

(…) nem todas as mães revelam desejos insólitos ou excêntricos durante a fase de gestação de seus filhos; nem todos os desejos manifestos nessa fase tão delicada provém do espírito em encarnação.

A gravidez acentua a sensibilidade da mulher e ela também pode evocar no subconsciente os próprios gostos nutritivos e desejos da infância esquecida (…) a maioria dos desejos extemporâneos da mulher no período gestativo são realmente provocados pelos espíritos que se ligam ao ventre materno durante a sua encarnação.

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Eis por que a mãe que é vegetariana sente-se aflita se durante a gestação do seu futuro filho se lhe despertam desejos carnívoros; ou então outra surpreende-se ao verificar que passa a detestar a carne e a preferir a nutrição de frutas e vegetais. A verdade é que o corpo carnal da mulher na fase gestativa se transforma em convergência e na revelação dos desejos e das preferências da alma encarnante, que se esforça para impor o seu comando instintivo desde o primeiro contato com a matéria.”

* Nota do Médium: O caso de nossa parenta S. L. F., citado há pouco em rodapé, ajuda a clarear mais esses dizeres de Ramatís, pois durante a gestação do seu filho que descrevemos e hoje tem 22 anos, ela desejou a todo transe comer uvas, em época quase imprópria. Com muito custo seu esposo conseguiu-lhe algumas espécies de uvas obtidas nos frigoríficos de Curitiba, mas, para seu espanto, nenhum tipo de uva a deixava satisfeita. E o caro parecía insolúvel, quando um nosso amigo estudioso do Oriente, teve excelente intuição, certo de que S. L. F. tinha desejos de comer “uvas japonesas isto é, frutas miúdas, que dão em cachos pequenos, mas nos arvoredos e cujo sabor lembra algo da ameixa amarela. Realmente, nossa cunhada deu-se mor satisfeita com as uvas japonesas e conforme já dissemos anteriormente embora o seu filho descenda de brasileiros e europeus, ele é o tipo exato de um indochinês, devoto das musicas japonesas, hindus e chinesas, além de ser absolutamente vegetariano.

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 97-102.