Princípios

“Era com esses princípios que o piedoso pai formava seus novos filhos, não só com palavras e doutrina, mas de verdade e com o exemplo.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 663.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 15- Fama de São Francisco

A crise atual da ação comunicativa

“A crise atual da ação comunicativa pode ser atribuída ao metanível de que o outro está desaparecendo. A desaparição do outro significa o fim do discurso. Toma da opinião a racionalidade comunicativa. A expulsão do outro reforça a coação da autopropaganda de doutrinar a si mesmo com suas próprias ideias. Essa autodoutrinação produz infobolhas autistas que dificultam a ação comunicativa. Aumentando a coação à autopropaganda, espaços discursivos ficam cada vez mais recalcados por câmeras de eco, nas quais eu escuto sobretudo a mim mesmo falar.

O discurso pressupõe a separação entre opinião e identidade próprias. As pessoas que não têm essa capacidade discursiva aderem de modo desesperado à sua opinião, pois senão ficariam ameaçadas de perderem sua identidade. Por esse motivo, a tentativa de dissuadi-las de suas convicções está condenada ao fracasso. Não escutam o outro, não escutam atentamente. O discurso, contudo, é uma práxis da escuta atenta. A crise da democracia é, antes que mais nada, uma crise da escuta atenta.”

HAN, Byung-Chul. Infocracia: Digitalização e a crise da democracia. Ed. Vozes, 2022, Local 453-457.

O fim da ação comunicativa

Maturidade Espiritual

“Os autores gnósticos quase sempre atribuem sua tradição a pessoas externas ao círculo dos 12 – Paulo, Maria Madalena e Tiago.

(…)o que os gnósticos celebram como prova de maturidade espiritual, os ortodoxos denunciam como “desvio” da tradição apostólica. Tertuliano acha uma afronta que

…cada um deles, como convém a seu próprio temperamento,
faça alterações na tradição recebida como aquele que a transmitiu a modificou quando moldou a tradição segundo sua própria vontade. * (Tertuliano, De Praescriptione Haereticorum 42 D · diante citado como DE PRAESCR.)

A conformidade com a doutrina definiu a fé ortodoxa. O bispo Irineu declara que a igreja católica

acredita nesses pontos da doutrina como se tivesse apenas uma alma e um único e mesmo coração, que proclama e ensina em perfeita harmonia (…) Porque, embora as línguas do mundo sejam diferentes, o significado da tradição é igual e único, pois as igrejas na Alemanha não acreditam nem transmitem nada diferente, nem as da Espanha, nem as da Gália, nem as do Oriente, nem as do Egito, nem as da África, nem as estabelecidas em regiões centrais do mundo.* Irineu, AH 1.10.2.

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 23-26.

Capítulo: 1- A Controvérsia Sobre a Ressurreição de Cristo: Acontecimento Histórico ou Símbolo?

A Ressurreição do Corpo

“Embora sua discussão, com frequência, seja interpretada como um argumento para a ressurreição do corpo, conclui com as palavras digo-vos, irmãos: a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que está sujeito a perecer [ou seja, o corpo mortal] herdar o imperecível”. Paulo descreve a ressurreição como “um mistério”, a transformação da existência física na espiritual.

(…) por que os cristãos ortodoxos, no século II, insistiram na visão literal da ressurreição e rejeitaram todas as outras como heréticas?

(…) ao examinarmos o efeito prático, paradoxal, no movimento cristão, podemos ver como a doutrina da ressurreição do corpo também serve a uma função política essencial: legitima a autoridade de certos homens que reivindicam o exercício exclusivo da liderança sobre as igrejas como sucessores do apóstolo Pedro. Desde o século II, a doutrina serviu para validar a sucessão apostólica dos bispos; base, até hoje, da autoridade papal.

(…) diversas formas de cristianismo floresceram nos primeiros anos do movimento cristão. Centenas de pregadores rivais reivindicavam, todos, pregar a “verdadeira doutrina do Cristo” e denunciavam uns aos outros como impostores.”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 5.

Capítulo: 1- A Controvérsia Sobre a Ressurreição de Cristo: Acontecimento Histórico ou Símbolo?

Exotérico e Esotérico

“Todas as religiões autenticamente reveladas se fundamentam no conhecimento intuitivo. Cada uma delas possui uma particularidade exotérica ou exterior e um núcleo esotérico ou interior. O aspecto exterior é a imagem pública, incluindo seus preceitos morais e um código de doutrinas, dogmas, dissertações, regras e costumes que orientam seus seguidores comuns. O aspecto esotérico inclui métodos que se focalizam na autêntica comunhão da alma com Deus. O aspecto exotérico é para as multidões; o esotérico, para uma minoria fervorosa.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 264.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

Evangelhos São Escritos Religiosos

“Essas diferenças, por outra parte, são devidas ao fato de que os evangelistas não pretendem fazer da vida do Senhor uma narrativa propriamente histórica. Os Evangelhos são escritos religiosos, doutrinais, destinados a alimentar a fé e a comunicá-la, fazendo conhecer a pessoa de Jesus. Cada autor, ao escrever, tinha seu ponto de vista particular. Mateus escreve na Palestina para leitores judeus; seu texto se particulariza pela abundância de citações do Antigo Testamento. Marcos quer apresentar Jesus aos pagãos, fazendo notar sobretudo o que havia
de extraordinário e de valor probatório de sua missão nos milagres por ele operados. Lucas, escrevendo também para os pagãos, tem a visível preocupação de apresentar Jesus sob um aspecto mais atraente e comovedor, fazendo notar, antes de tudo, a bondade e a misericórdia do Salvador. João procura mostrar aos seus leitores a divindade de Jesus e revelar-lhes um pouco de sua realidade invisível, mas conservando o cuidado de apresentálo como um homem no concreto de seus atos e de seus discursos.”

Bíblia Sagrada Ave-Maria: Edição revista e ampliada. Edição Claretiana Editora Ave-Maria, Editora Ave-Maria, 2012. Versão Kindle, Posição 1192.

Evangelhos Sinóticos

“Esses três primeiros relatos, feitos num mesmo plano, foram chamados Evangelhos sinóticos, porque seu conteúdo pode ser abraçado de um só olhar, distribuindo-o em três colunas paralelas.”

(…)

“Mateus, cujo verdadeiro nome é Levi, coletor de impostos antes de ter sido chamado pelo Senhor para fazer parte do colégio apostólico, redigiu seu Evangelho em aramaico (dialeto do hebraico), segundo uma antiquíssima tradição, no ano 60.”

(…)

“Marcos é o sobrenome de João, primo de Barnabé, do qual se fala no livro dos Atos dos Apóstolos 12,12. É um discípulo de Pedro e companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária. Seu Evangelho representa um apanhado dos ensinamentos de Pedro em Roma, pouco antes de 64.”

(…)

“Lucas é de origem grega. É também um companheiro das missões de Paulo. Lucas escreveu também os Atos dos Apóstolos pouco antes de 68. Seu Evangelho é, pois, anterior a essa data. Embora não tenha ele sido testemunha ocular dos acontecimentos, seu livro é digno de crédito por causa do cuidado que teve o autor em documentá-lo. Ele utilizou certamente o texto de Marcos e o de Mateus.

(…)

“O Evangelho de João deve ser apresentado à parte. Seu autor é o apóstolo João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu. Ele foi um dos mais íntimos discípulos de Jesus, a quem o Salvador confiou o cuidado de sua mãe no momento de sua morte. Por várias vezes ele designa discretamente a si mesmo pelas palavras: “o discípulo que Jesus amava”. João compôs seu Evangelho, seja em Antioquia, seja em Éfeso, nos últimos anos do primeiro século, mais de trinta anos após a redação dos três primeiros.”

Bíblia Sagrada Ave-Maria: Edição revista e ampliada. Edição Claretiana Editora Ave-Maria, Editora Ave-Maria, 2012. Versão Kindle, Posição 1166-1178.

Experiência Pessoal da Realidade Única

Para a prova absoluta da verdade se requer mais do que a racional dos pedantes, as orações de fé dos eclesiásticos, a prova científica de investigadores dedicados; a derradeira validação de qualquer doutrina reside na autêntica experiência pessoal daqueles que entram em contato com a Realidade Unica. A diversidade de opiniões em assuntos religiosos persistirá indubitavelmente enquanto as multidões ainda carecerem de tal qualificação. Não obstante, Deus deve apreciar a heterogênea miscelânea de Sua família humana, já que não Se deu ao trabalho de escrever claras orientações através dos céus para todos pudessem igualmente vê-las e concordar em segui-las.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 78.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Influência de João Batista

“Ele aceitou a morte para não violentar a vida e preservar sua doutrina de Amor e de Paz. Justo e inocente, não condenou os pecadores, virtuoso e bom perdoou incondicionalmente, vivendo só em função da eterna máxima de que “Só o Amor salva o homem!”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 300.