Deus é Amor

Assim, o método supremo para que o homem possa livrar-se da necessidade de colher os resultados de suas ações errôneas do passado consiste em abandonar sua condição de ser humano, convertendo-se em filho divino. As más ações de uma alma identificada com o corpo (isto é, como o ego) terão de ser punidas de acordo com a lei do karma; mas se a alma, por meio da meditação extática, libertar-se totalmente de sua identificação com o corpo e se perceber como a pura imagem do Espírito, ela não estará mais sujeita a punição por quaisquer erros que tenha cometido em sua condição humana.

Suponhamos que o poderoso monarca de uma nação se disfarce e vá até uma taverna de seu reino, embriagando-se a ponto de esquecer sua estatura, e dê início a uma violenta briga com um dos clientes. Os taberneiros o levam até o juiz, o qual havia sido indicado para o cargo pelo próprio rei. Quando o juiz está prestes a pronunciar a sentença, o monarca recupera suas faculdades, retira o disfarce e diz: “Eu sou o rei que o nomeou para o cargo de juiz e tenho poder para lançá-lo na prisão. Como você se atreve a condenar-me?” Similarmente, a alma soberana e sempre perfeita, enquanto identificada com o corpo, pode agir mal e ser condenada pelo juiz do karma; mas, quando identifica sua consciência com Deus – o Criador do juiz cármico -, então essa alma régia não está mais sujeita ao julgamento relativo às suas negligências do passado.

(…)

O amor por Deus – a entrega a Deus – destrói no homem o karma da ignorância. O amor puro – o amor divino – remove as barreiras que se interpõem entre o homem e seu Criador. A mulher pecadora que “muito amou” foi transformada pelo toque santificante desse amor.

(…)

Deus é amor. Ainda que a consciência externa esteja iludida ou sob a influência do mal, toda alma é um sagrado receptáculo pleno desse divino amor.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 99-100.

Capítulo 35: O Perdão dos Pecados.

Tornar-se Puro de Coração

A suprema experiência religiosa é a percepção direta de Deus, para a qual é necessário tornar puro o coração.”

Bhagavad Gita 

O iogue que, de maneira completa, tranquilizou a mente e controlou as paixões, livrando-as de toda a impureza, e que se unificou com o Espírito, ele verdadeiramente alcançou a suprema beatitude.

Com a alma unida ao Espírito com a yoga, tendo uma visão de igualdade para com todas as coisas, o iogue contempla seu Eu (unido ao Espírito) em todas as criaturas, e todas as criaturas no Espírito.

Aquele que Me percebe em toda parte e contempla todas as coisas em Mim nunca Me perde de vista, nem Eu jamais o perco de vista.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 486.

Capítulo 26: As Beatitudes. O Sermão da Montanha, Parte I.

Beatificar é Tornar Supremamente Feliz

Enquanto ensinava, Jesus fez com que suas sagradas vibrações e divina força vital emanassem através de sua voz e de seus olhos e se difundissem sobre os discípulos, tornando-os tranquilamente sintonizados e magnetizados, capazes de receber a plena medida de sua sabedoria por meio da compreensão intuitiva.

(…) Beatificar é tornar supremamente feliz; beatitude significa a felicidade, a bem-aventurança, do céu. *(…) princípios morais e espirituais cujo eco jamais decresceu ao longo dos tempos – princípios por meio dos quais a vida do homem se torna abençoada, repleta de bem-aven turança celestial.

A palavra “pobres”, utilizada na primeira Beatitude, significa estar destituído de qualquer refinamento superficial e exterior de riqueza espiritual. (…) Ser “pobre de espírito” é despojar o ser interior, o espírito, do desejo e apego por objetos materiais, posses terrenas, amigos materialistas e o amor humano egoísta.

*Nota:  “Beatificar” deriva do latim: beatus, feliz + facere, tornar. O termo utilizado para “bem-aventurados (…)” no texto original grego dos Evangelhos é makarios, que em latim corresponde a beati, do qual deriva beatitude em português, estado de bem -aventurança ou suprema alegria.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 480.

Capítulo 26: As Beatitudes. O Sermão da Montanha, Parte I.

Jejum e Cura

Um método físico de tratar a doença consiste em jejuar criteriosamente a fim de purificar o corpo de toxinas e rejuvenescer a força vital. No jejum, a vontade volta a depender do Espírito e retira energia da fonte cósmica, reforçando e estimulando a energia curativa no corpo.

(…)

Mas, qualquer que seja o método de tratamento adotado, o resultado – positivo ou negativo – é ainda assim determinado em boa medida pela mente.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 460.

Capítulo 25: A cura dos doentes.

Instrução e Expansão

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; por tanto sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos acoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos de cuidado como, ou o que haveis de falar, porque na quela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.

“E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que per severar até o fim será salvo.

“Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?

“Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. O que vos digo em trevas, dizei-o na luz; e o que escutais ao ouvido, pregai-o sobre os telhados.

“E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.

“Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.

“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei tam bém diante de meu Pai, que está nos céus.

“Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.

“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo em qualidade de justo, receberá galar dão de justo.

“E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”

E, aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.”

Mateus 10:16-11:1

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 234-235.

Capítulo 41: Conselhos de Jesus aos que pregan a palavra de Deus (Parte II).

O Absoluto Não-Manifestado

Espirito significa o Absoluto não-manifestado. Na treva sem treva e na luz sem luz da eterna infinitude – sem nem mesmo a mínima ondulação de pensamento ou atividade vibratória para manifestar a criação; onde as próprias categorias de espaço, tempo e dimensão são inexistentes – lá habita a Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente e sempre-nova, que é o Espírito.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 339.

Capítulo 18: Adorar a Deus “Em Espíto e em verdade”. A Mulher de Samaria, Parte II.

O Espírito Dá à Luz a Criação

“(…) cada uma é individualmente dotada por Deus com os poderes e as características que melhor servirão à sua missão divina e sustentarão o realismo ilusório do drama cósmico ao tornarem reais, em sentido relativo, as experiências por que passam ao representarem o seu papel como alma encarnada.”

(…)

A fim de manifestar a criação, o Espírito dá origem a uma vibração de dualidade, dividindo Seu Ser Unico no Criador inativo transcendente e na Sua Força Criadora ativa: o Deus-Pai e a Mãe-Natureza Cósmica. O Espírito e a Natureza, o sujeito e o objeto, o positivo e o negativo, a atração e a repulsão – é a dualidade que torna possível o surgimento do múltiplo a partir do Uno. Em Sua ativa Vibração Criadora que materializa a criação (Espírito Santo ou Maha-Prakriti), o Próprio Deus está subjetivamente presente em um reflexo imutável e inabalável, o Espírito Universal na criação: Kutastha Chaitanya, a Consciência Crística ou Consciência de Krishna. Essa Inteligência orientadora imanente – a consciência subjetiva ou alma do universo – possibilita a estruturação da Força Vibratória onipotente em miríades de manifestações objetivas; assim, no ventre da Mãe Natureza, o Espírito dá à luz a criação.

(…)

(…) em verdade, é o Espírito que Se tornou a criação, que todas as coisas são apenas uma gloriosa diversificação de Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 314-316.

Capítulo 16: Alegrar-se com a voz do Esposo.

Almas no Seio de Deus

“Como almas, todos estávamos originalmente no seio de Deus. O Espírito projeta o desejo de criar uma expressão individualizada de Si Próprio. A alma se torna manifesta e projeta a ideia do corpo em uma forma causal. A ideia se torna energia, o corpo astral vitatrônico. O corpo astral se torna condensado no corpo físico. Através do corredor espinal integrado desses três instrumentos, a alma desce para a identificação com o corpo e a matéria densa.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 283-284.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

Identificado com o Corpo

“Na tradição védica da antiga Índia, a criança recém-nascida é denominada kayastha, que significa “identificado com o corpo”. Os dois olhos físicos, que enxergam a atraente matéria, são legados pelos pais físicos; mas, durante a iniciação ou batismo espiritual, o olho espiritual é aberto pelo guru. Com a ajuda do guru, o iniciado aprende a utilizar esse olho telescópico para ver o Espírito, tornando-se então dwija, “nascido duas vezes” – a mesma terminologia metafísica usada por Jesus -, e inicia seu progresso até o estado de brâmane, aquele que conhece Brahman ou o Espírito.”

Nota: Atribui-se à verdadeira meditação (dhyana, o sétimo passo da Senda Óctupla da Yoga, delineada pelo sábio Patânjali) “a concepção da magnitude de Om“, o Verbo ou Espírito Santo da Bíblia. (…)  Seguindo com afeição os preceitos sagrados desses santos personagens, o homem se torna capaz de dirigir para dentro todos os seus órgãos dos sentidos, na direção do centro comum deles: o sensório, Trikuti ou Sushumnadwara, a porta para o mundo interior – onde ele percebe a Voz (…) [a Vibração Cósmica, que é] o Verbo, Amém, Om (…).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 276-277.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

O Vento Assopra Onde Quer

“Assim como a fonte do vento permanece oculta embora o vento se faça perceber pelo som, também a substância do Espírito está invisível, oculta além do alcance dos sentidos humanos; e as almas encarnadas que nascem do Espírito são o fenômeno visível. O vento invisível se dá a conhecer pelo som; o Espírito invisível se declara na presença de almas inteligentes.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 274.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.