(…) pregado na árvore, ele tornou-se o fruto da sabedoria [gnosis] do Pai. No entanto, não causou destruição porque [foi] comido, e os que o comeram rejubilaram-se com a descoberta. Pois ele os descobriu em si mesmo, e eles o descobriram neles mesmos… *(Ibid., 18.24-31, em NHL 38.)
Contrariamente às fontes ortodoxas, que interpretam a morte de Cristo como um sacrifício para redimir a humanidade da culpa e do pecado, esse evangelho gnóstico vê a crucificação como uma ocasião para descobrir sua entidade divina. Com essa interpretação diferente, o Evangelho da Verdade oferece um relato comovente da morte de Jesus:
(…) o misericordioso, o fiel, Jesus foi paciente em aceitar os sofrimentos (…) sabendo que sua morte representava a vida de muitos. (…) Foi pregado em uma árvore (…) Despiu-se para a morte, apesar de vestido com a vida eterna.” *(Ibid., 20.10-32, em NHL 39.4 NHL 86 87 Tratado Tripartido, 113-32-3)
(…)E foi pelo seu amor que se tornou manifesto em um sofrimento involuntário. (…) Não apenas recebeu em si mesmo a morte daqueles que pretendeu salvar, mas também aceitou suas pequenezas (…) Ele se deixou ser concebido e nasceu como uma criança em corpo e alma.”
PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 107-108.
Capítulo: 4- A Paixão de Cristo e a Perseguição aos Cristãos.