Conceitos de Demônio

“Ver Samuel 7:12: [Deus fala a Davi]: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.”

Isaías 11:1-2: “Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.”

Jeremias 23:5-6: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O Senhor Justiça Nossa.”

Do hebraico Ba’al zebhubh (“senhor das moscas”), uma deidade de Canaã; emalgumas traduções é citado como Belzebu, “senhor do esterco”.

A Enciclopédia Britânica oferece este breve resumo sobre o conceito de demônios segundo as principais religiões do mundo:

“No Zoroastrismo, religião fundada pelo profeta persa Zoroastro, que viveu aproximadamente no século 6 a.C., a hierarquia dos demônios (daevas) é presidida por Angra Mainyu (mais tarde chamado Ahriman), o Espírito do Mal ou da Destruição.

Os demônios estão em constante batalha contra Ahura Mazda (mais tarde chamado Ormazd), o Senhor do Bem.

“A hierarquia dos demônios no Judaísmo- que tem suas raízes na antiga demono logia zoroastrista e do Oriente Médio e se situa no período posterior ao exílio (depois do ano 538 a. C.)- é bem variada. O príncipe das forças do mal (em hebraico shedim, que significa ‘demônios’ e se aplica aos deuses estrangeiros, ou se’irim, que significa ‘demônios peludos’)- que segundo a crença usual habitava paragens desoladas, ruínas e túmulos e causava aos seres humanos diversos transtornos físicos, psicológicos e espirituais – recebeu diferentes nomes: Sată (o Adversário), Belial (o espírito da per versão, das trevas e da destruição), Mastema (Inimizade ou Oposição), entre outros. Embora o Antigo Testamento se refira a Sată como ‘o acusador’ do tribunal celestial de Deus (Zacarias 3; Jó 1-2), tanto na literatura do período intertestamentário como ne Judaísmo posterior desenvolveu-se toda uma hierarquia de demônios sob o comando de Satã ou de outros príncipes do mal.

“A hierarquia de demônios no Cristianismo se baseia em várias fontes: a judaica a zoroastrista, a gnóstica (um sistema religioso sincrético baseado em crenças dua listas, no qual se considera que a matéria é maligna, que o espírito é bom e que se pode alcançar a salvação através do conhecimento esotérico ou gnosis) e as religiões indigenas que sucumbiram à evangelização cristã. No Novo Testamento, Jesus se refere a Belzebu como o chefe dos demônios e o equipara a Satã. No período medieval eu ropeu e na época da Reforma desenvolveram-se várias hierarquias de demônios, como por exemplo a relacionada com os sete pecados capitais: Lúcifer (orgulho), Mammon (avareza), Asmodeus (luxúria), Sata (ira), Belzebu (gula), Leviatã (inveja) e Belfegor (preguiça).

“A hierarquia islâmica de demônios é encabeçada por Iblis (o diabo), também cha mado Shaytan (Sata) o aduw Allah (‘o inimigo de Deus’). Com base, em grande parte, na demonologia judaica e cristã, Iblis tornou-se o líder de uma hoste de jinn, espíritos que geralmente agouram o mal.

“No Hinduísmo, os asuras são os demônios que se opõem aos devas (os deuses). Entre as diversas classes de asuras se encontram os nagas (demônios com forma de serpente), Ahi (o demônio da aridez) e Kamsa (um arquidemônio). Entre os demônios que atormentam os seres humanos se encontram os rakshasas (seres grotescos que fre quentam os cemitérios, impulsionam ações néscias e atacam sadhus [homens santos]) e os pishacas (seres que assombram locais onde ocorreram mortes violentas).

“Os budistas frequentemente consideram seus demônios como forças que impedem a realização do Nirvana (bem-aventurança ou extinção do desejo); um exemplo im portante é Mara, o principal tentador, que juntamente com suas filhas – Rati (Cobiça), Raga (Fruição) e Tanha (Inquietude) – tentou dissuadir Sidarta Gautama, o Buda, de alcançar a iluminação. A medida que o Budismo Mahayana (o Grande Veículo) se propagou pelo Tibete, China e Japão, incorporaram-se às crenças budistas muitos dos demônios das religiões que se professavam nesses países (por exemplo, os kuei-shen chineses e os oni japoneses).”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. II. Editora Self, 2017, pág. 121-122.

Capítulo 36: Que significa a blasfêmia contra o Espírito Santo?

Poder Divino

(Mateus 21:18-22) (…)

No incidente da figueira desafortunada encontramos um desafiante contraste entre o humano e o divino, manifestando-se simultaneamente em um homem: a reação humana diante de um desapontamento, exteriorizando-se na forma de poder divino. (…) A vontade e a força vital presentes no corpo de Jesus, estando em sintonia com a Vontade Cósmica e a Vida Cósmica, simplesmente retiraram da figueira a vida e a vontade que até então a sustentavam. Assim como um engenheiro eletricista que tenha acesso a todos os interruptores do dínamo principal que controla as luzes de uma cidade pode conectar ou desconectar à vontade uma ou todas as lâmpadas, também Jesus, em sua unidade com o Engenheiro Eletricista Cósmico, podia acender a vida na extinta lâmpada do corpo inerte de Lázaro ou desconectar a vida que circulava na figueira.

(…)

A onipotência de Deus pertence ao homem contanto que ele abandone a ilusão e, por meio da meditação, eleve sua consciência do corpo até à união com o perfeito reflexo de Deus presente dentro de si. Segundo as escrituras hindus, aquele que conhece o Espírito torna-se o Espírito. Jesus demonstrou essa união com o Espírito pelo domínio sobre todas as coisas que resultava da sua unidade com o Espírito.

(…) Jesus falou do poder da fé – não da fé cega, mas da convicção perfeita que surge da realização divina e do comando pessoal de grandes leis metafísicas que têm o poder de mover montanhas e de conceder tudo o que se pede em oração.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 170-171.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.

Imagens Arquetípicas

“Numa palavra: a primeira tarefa do herói consiste em retirar-se da cena mundana dos efeitos secundários e iniciar uma jornada pelas regiões causais da psique, onde residem efetivamente as dificuldades, para torná-las claras, erradicá-las em favor de si mesmo (isto é, combater os demônios infantis de sua cultura local) e penetrar no domínio da experiência e da assimilação, diretas e sem distorções, daquilo que C. G. Jung denominou “imagens arquetípicas”. Esse é o processo conhecido na filosofia hindu e budista com viveka, “discriminação” [entre o verdadeiro e o falso].

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 27.

A relação do Jovem José e o Hinduismo

“Em Benares, o jovem José teve oportunidade de prosseguir com seus estudos de ética, lei natural, línguas e outros assuntos semelhantes, cujo estudo era possível em diversas grandes escolas da região, renomadas por sua cultura e erudição. Foi enquanto ali esteve que José se interessou profundamente pelo método hindu de cura, e fez um curso sobre os princípios hindus com Udraka, que tinha a fama de ser o maior dos curadores hindus.

Depois de visitar outras partes da Índia, com o simples objetivo de conhecer a arte, a lei e a cultura daqueles povos, José retornou ao mosteiro de Jagannath, onde ficou por mais dois anos. Seu progresso foi tal que Lhe designaram um professor na pequena cidade de Katak, o que Lhe deu a primeira oportunidade de aprender a arte de ensinar ou instruir pelo uso de parábolas ou histórias.

(…) Pelo que se pode depreender dos registros, Ele já havia incluído novas ideias e princípios verdadeiramente místicos em Seus discursos e instruções a crianças, que atraíam os mais eruditos ouvintes, mas despertava o antagonismo dos hindus incultos e estritamente ortodoxos. Por isto, ainda muito jovem, Ele sentiu o que era ter inimigos e seguidores ao mesmo tempo.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 165.

Os Símbolos da Criação do Genesis

“O espírito gerador do mundo do pai torna-se um múltiplo da experiência terrena por intermédio de um meio transportador – a mãe do mundo. Trata-se de uma personificação do elemento primal mencionado no segundo versículo do Gênesis, onde lemos que ” o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas“. No mito hindu, trata-se da figura feminina por meio da qual o Eu gerou todas as criaturas. Entendida de modo mais abstrato, a mãe do universo é a estrutura que fixa os limites do mundo: “espaço, tempo e causalidade”– a casca do ovo cósmico.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 291.

Círculo Como Totalidade e Queda do Paraíso

“A correspondência de um ano no Paraíso com cem anos na existência terrena é um motivo mitológico bem conhecido. A duração de cem anos significa a totalidade. Os trezentos e sessenta graus da circunferência tem o mesmo significado; razão por que os Puranas hindus representam um ano dos deuses como equivalente a trezentos e sessenta anos dos homens. Do ponto de vista dos olímpicos, era após era da história terrestre transcorre, de modo que, onde os homens veem apenas a mudança e a morte, os bem-aventurados contemplam a forma imutável, o mundo sem fim. Mas o problema reside em manter esse ponto de vista diante de uma dor ou prazer terrenos imediatos. O sabor dos frutos do conhecimento temporal afasta concentração do espírito do centro da era para a crise periférica do momento. O equilíbrio da perfeição é perdido, o espírito fraqueja e o herói cai.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 218-219.

Deus Oculto

“Embora esteja oculto em todas as coisas” dizem os hindus, “o Espírito não se mostra; no entanto, é visto por videntes refinados de mentes superiores e aprimoradas”. “Racha o cajado”, diz um aforismo gnóstico, “e ali está Jesus”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 141.

O Corpo e o Ser

“Enquanto se apegar de alguma forma a esse corpo à feição de cadáver”, escreve o monge hindu Shankaracharya, “o homem é impuro e sofre com seus inimigos, tal como sofre no nascimento, na enfermidade e na morte; mas quando se concebe a si mesmo como [ser] puro, como a essência do Deus e do Imóvel, ele se liberta… Rejeita com energia essa limitação de um corpo inerte e corrupto por natureza. Esquece-o. Pois o que foi vomitado (como deves vomitar teu corpo) só pode causar desgosto quanto retorna à mente”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 123.