Um homem perfeito

“Um homem perfeito em termos científicos não é nem todo corpo nem todo espírito, mas a integração dos poderes do espírito no corpo que o alimenta e que serve a todas as suas manifestações. É mantido um equilibrio constante, de modo a proteger a unidade do indivíduo de qualquer prevaricação dos dois fatores que o compõem.

Falando mais claramente: um homem que vive em um estado de exuberância da alma é imperfeito, tão imperfeito quanto um homem que vegeta por afogar na carne os direitos da alma.

1. Um corpo sensível e sólido (carne, ossos, tecidos).

2. Uma emanação mais sutil derivada do elemento acima, compondo sua sensibilidade inferior (nervos, centros nervosos, cérebro).

3. Uma individualidade mais completa derivada das duas anterio- res, que constitui sua mentalidade (homem mental).

4. Um luminoso princípio intelectivo, que participa da vida uni versal, sendo, portanto, uma fonte inesgotável de vitalidade, tanto espiritual quanto física.

Os nomes dados pela magia a esses quatro elementos constituin tes são tradicionais e emprestados da mitologia:

1. Corpo saturnino: come, consome, se renova e se reproduz.

2. Corpo lunar, reflete o de cima, assim como a Lua reflete a luz do Sol.

3. Corpo mercurial: a individualidade resultante: homem mental com asas na cabeça e nos pés.

4. Corpo solar: a individualidade divina que não se manifesta para o homem, exceto através do corpo mercurial, que, por sua vez, se manifesta para o corpo lunar, enquanto este último se manifesta para o corpo saturnino.

O discípulo deve compreender que esta divisão é feita para que entendamos uns aos outros em termos concretos, mas isso não existe de fato no homem, porque esses quatro corpos estão de tal forma interrelacionados que cada célula, cada átomo do corpo físico humano contém os outros três corpos de forma rudin dimentar ou atômica.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.229-230.

Terceira Parte

Os Aforismos

O Mundo, O homem e o Cristo

“O Mundo: Instinto, julgamento, razão sensorial.

Homem ou alma: razão pura, vontade, inspiração

O Ovo ou Cristo: Logos, a palavra encarnada, Esoírito universal, Deus-homem.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.220-221.

Terceira Parte

Os Aforismos

O Reino Hominal

“Não considero o homem no isolamento individual, mas na universalidade de sua espécie, que chamei de Reino Hominal. Vejo sempre esse reino como um único ser que goza de uma existência intelectual perceptível por meio da individuação. Quando os filósofos diziam que a natureza só cria indivíduos, estavam certos ao aplicar esse axioma à natureza física, mas proferiam um absurdo quando o aplicavam também à natureza intelectual: essa natureza superior, ao contrário, só cria Reinos que primeiro se transformam em Espécies, depois em Gêneros e, finalmente, em Indivíduos, pela natureza inferior.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.234.

Capítulo 9

A unidade

“O Universo, concebido como um todo animado, é composto de três princípios: Natureza, Homem e Deus, ou, na linguagem hermética, Macrocosmo, Microcosmo e Arquétipo.

O homem é chamado de microcosmo, ou mundo pequeno, porque contém
analogicamente as leis que regulam o Universo.

A natureza constitui o fulcro e o centro para a manifestação geral dos outros principios.

O homem, afetando a natureza por intermédio da ação e outros homens por intermédio do verbo, sobe para Deus por intermédio da prece e do êxtase, constituindo o vínculo entre criação e criador.

Deus, que oculta suas ações providenciais em domínios onde outros princípios atuam livremente, controla o Universo, do qual reconduz todos os elementos para a unidade de direção e ação.

Deus se manifesta no Universo por meio de ações da Providência enviadas para iluminar o homem em sua evolução; mas não pode, dinamicamente, se opor a nenhuma das outras duas forças primordiais.

O homem se manifesta no Universo por meio da ação da vontade, que lhe permite lutar contra o Destino e torná-lo servo de seus desígnios. Na aplicação de sua volição ao mundo exterior, ele tem completa liberdade para invocar a luz da Providência ou rejeitar seus efeitos.

A natureza se manifesta no Universo por meio da ação do destino, que perpetua, de maneira imutável e em ordem estritamente determinada, os tipos fundamentais que constituem a base para sua ação.

Fenômenos são do domínio da natureza; leis são do domínio do homem; principios são do domínio de Deus.

Deus só cria princípios. A natureza desenvolve os princípios criados a fim de
fazer fenômenos; e o homem, pelo uso sua vontade faz das faculdades que
que possui, estabelece as relações que unem os fenômenos aos princípios e transforma e aperfeiçoa esses fenômenos graças à criação de leis.

Mas um fenômeno, por simples que seja, não passa da tradução, pela natureza, de um princípio emanado de Deus; e o homem pode sempre restaurar o vínculo que relaciona o fenômeno visível ao princípio invisível recorrendo a uma lei (a base para o método analógico).

(…)

Um navio é lançado no imenso oceano e navega rumo ao objetivo que lhe foi de signado como termo de viagem.

Tudo que o navio contém vai sendo conduzido para lá.

No entanto, cada um de nós é livre para organizar sua cabine do modo que lhe convém. Cada um de nós é livre para subir ao convés e contemplar o infinito ou descer ao porão. O avanço ocorre todos os dias para tudo o que está no navio; mas cada pessoa é livre para agir como quiser no círculo de ação a ela prescrito.

Todas as classes sociais estão a bordo, do imigrante mais pobre, que passa as noites no saco de dormir, ao norte-americano rico, que ocupa uma cabine luxuosa.

E a velocidade é a mesma para todos: o rico e o pobre, o alto e o baixo chegarão ao fim da jornada no mesmo momento.

Uma máquina indiferente funciona de acordo com leis rigorosas, que movem o sistema inteiro.

Uma força cega (vapor), gerada por um fator especial (calor) e canalizada pelos tubos de metal e órgãos do navio, anima a máquina toda.

Uma vontade, que controla tanto a máquina orgânica quanto os passageiros, governa tudo: o capitão.

Alheio às ações dos passageiros, o capitão, de olhos fixos no objetivo a ser atingido e mãos presas ao leme, move o imenso organismo em direção ao termo da viagem, dando ordens a um exército de inteligências que lhe obedecem.

O capitão não comanda diretamente a hélice que propele o navio; só tem controle sobre o leme.

Assim, o Universo pode ser comparado a um imenso navio, com aquele que chamamos Deus manobrando o leme; a natureza é a máquina, resumida pela hélice, que faz cegamente o sistema inteiro trabalhar de acordo com regras estritas; e os humanos são os passageiros.

Há progresso geral para o sistema todo, mas cada humano é absolutamente livre dentro de seu próprio círculo de destino.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.231-232.

Capítulo 9

Conhecer a Deus para Amá-Lo

“Embora seja necessário amar a Deus para conhecê-Lo, é igual mente verdade que precisamos conhecer Deus para amá-Lo.

(…)

Há apenas um Criador de todas as faculdades do homem. Deus é a Origem do amor com que amamos; de nossas almas com que cla mamos pela imortalidade; de nossas mentes e processos mentais com que pensamos, raciocinamos e alcançamos êxito; e de nossa vitalidade com que nos empenhamos nas atividades da vida.

(…)

Amar a Deus de toda a alma requer a completa quietude da interiorização transcendente.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 503-505.

Capítulo 53: A observância dos dois maiores mandamentos.

O Adorador e o Objeto de Adoração

Criador por meio de formalidades religiosas externas corresponde a manter uma separação entre o adorador e seu Objeto de adoração; mas amar a Deus significa tornar-se Seu amigo, Seu filho, um com Ele.*

(…) essa lei não visa satisfazer a um capricho quixotesco de Deus, mas em vez disso é uma condição necessária para que a alma individualizada possa esta belecer uma conexão consciente com sua Fonte. Deus pode viver sem o amor do homem; todavia, assim como a onda não pode viver sem o oceano, não é possível para o homem existir sem o amor de Deus. A sede de amor em cada coração humano deve-se ao fato de o homem ser feito à imagem divina, plena de amor. Assim, os santos e avatares conclamam a humanidade a amar a Deus, não por uma compulsão ou mandamento, mas porque o oceano de Seu amor ergue-se por trás da pequena onda de amor em cada coração.

*Nota:Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minbas entranhas pelo pecado da minha alma?

“Ele te declarou, o homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus? (Miqueias 6:6-8).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 502.

Capítulo 53: A observância dos dois maiores mandamentos.

Relação Entre a Consciência e o Corpo

“Quando o homem conhecer plenamente a relação entre a consciência e o corpo, virá a compreender por que razão se desintegram as célu las corporais quando se separam do corpo a vida e a consciência; e saberá como remodelar o corpo infundindo-lhe vida e consciência à vontade, mesmo que tenha experimentado a morte física. A conquista da imortalidade consciente, evidenciada na ressurreição de seu corpo físico, é o “sinal” supremo e a demonstração metafísica que Jesus con cedeu ao mundo para toda a futuridade. Seu propósito foi despertar nos homens a fé, e encorajar e dar esperança àqueles que estivessem dispostos a esforçar-se por alcançar, através da meditação, sua própria imortalidade no reino de Deus.

(…)

Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. (Matheus 12:43-45)”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 133-134.

Capítulo 36: Que significa a blasfêmia contra o Espírito Santo?

Perguntas e Respostas

“Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas do que pelas suas respostas.” Voltaire

(…)

“Pergunta é uma palavra derivada do verbo perguntar, que, por sua vez, provém do latim “percontari”. “Per” em latim significa “por”, e assim como “percapita”, significa “por cabeça”, “percontari”, significa “por contar”[i]. A pergunta é um pedido de informação, uma palavra ou frase que se espera que alguém responda ou, como “percontari” sugere, conte algo a respeito.”

(…)

“Indagação também vem do latim, “in dagatio onis”, e guarda relação com um ato íntimo de perguntar a si mesmo, com um ato investigativo.”

(…)

“Questão também vem do latim, “quaestĭo -ōnis”. A questão se relaciona a um ponto, um aspecto circunscrito que se presta a uma discussão.”

In GOLDEMBERG, Gilda. Perguntas Poderosas: Um guia prático para aprender a
perguntar e alcançar melhores resultados em coaching. Ed. Casa do Escritor – 2a Edição, 2019. Versão Kindle, posição 183-195.

Blasfemar Contra Deus, Deve Ser Apedrejado

“Os judeus dizem a Pilatos: Está contido em nossa lei que, se um homem pecar contra um homem, ele é digno de receber quarenta açoites, exceto um; mas aquele que blasfemar contra Deus, deve ser apedrejado.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 290.

Filho de Deus Se Tornou Filho do Homem

“(…) o Filho de Deus se tornou Filho do Homem. Ele abraçou as duas qualidades, possuindo humanidade e divindade, para que pudesse, por ser Filho de Deus, vencer a morte e, por ser Filho do Homem, restaurar o pleroma.

(…)

No começo, Ele estava acima como uma semente da verdade, que foi antes do surgimento do cosmos. Na estrutura cósmica, muitos domínios e divindades surgiram.”

Nascimento, Peterson do. O Tratado Sobre a Ressureição (Coleção Apócrifos do
Cristianismo Livro XVII) – Versão Kindle, Posição 117 -118.