Conceito Iniciático revestido de cultura popular: “Do curioso ao filosófico”

“Eu consisto de Energia Negativa e vivo nas mentes das pessoas que têm medo de mim. Também ocupo metade de cada átomo da matéria física e cada unidade de energia mental e física.”

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.50.

Etapas para Atingir a Gnosis

“Outro texto extraordinário, intitulado Alógeno, que significa “o estranho” (literalmente, “alguém de outra raça”), referindo-se a uma pessoa espiritualmente madura que se torna um ser “estranho” ao mundo, também descreve as etapas para atingir a gnosis. Aqui, Messos, o iniciante, na primeira etapa, aprende “o poder que está dentro dele”. Alógeno lhe explica seu próprio processo de desenvolvimento espiritual:

(…) [Eu estava] muito perturbado e recolhi-me a minha introspecção. (…) [Ao] ver a luz que me [rodeava] e a bondade que havia em mim, tornei-me divino.” *(Alógeno 52.8-12, em NHL 446.)

Diz Alógeno, ele teve uma experiência fora do corpo e viu “poderes sagrados” que lhe deram uma instrução específica:

(…) “O Aló[g]leno, contempla a bênção (…) em silên cio, pela qual você conhece a si mesmo e, buscando a si mesmo, ascenda à Vitalidade que verá movendo. E se for impossível permanecer, não tema; mas se quiser permanecer, ascenda à Existência e a encontrará parada e em repouso (…) E quando receber a revelação (…) e se o lugar o amedrontar, retorne, por causa das energias. E quando se tornar perfeito naquele lugar, tranquilize-se.” 8(Ibid., 59.9-37, em NHL 449.)

Agora eu estava ouvindo essas coisas pronunciadas por aqueles seres. Havia uma calma silenciosa em mim e eu senti a bem-aventurança de modo que conheci [meu] próprio eu. *(Ibid., 60.13-18, em NHL 449)

Ao contrário de muitas outras fontes gnósticas, Alógeno ensina que, primeiro, uma pessoa deve conhecer “a bondade que existe em si” e, depois, conhecer-se a si mesma e “àquele que existe dentro de si”, mas não se pode obter o conhecimento do Deus Incognoscível.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 157-158.

Capítulo: 6- Gnosis: Autoconhecimento Como Conhecimento de Deus.

Iniciação na Gnosis

“Os gnósticos admitem que o bispo, como o demiurgo, exerce autoridade legítima sobre a maioria dos cristãos que não são iniciados. Entretanto, as demandas, advertências e ameaças do bispo, assim como as do demiurgo, não podem mais atingir aquele que foi “redimido”.

O candidato recebe de sua iniciação na gnosis uma relação- totalmente nova com a autoridade espiritual. Agora ele sabe que a autoridade da hierarquia clerical provém do demiurgo- não do Pai.

...Outros (…) além dos nossos (…) autodenominam-se bispos e também diáconos, como se tivessem recebido autoridade de Deus (…) Essas pessoas são canais secos. *(Apocalipse de Pedro 79.22-30, em NHL 343.)

O Tratado Tripartido, escrito por um seguidor de Valentino, compara os gnósticos, “filhos do Pai”, com os não iniciados, gerados pelo demiurgo. Os filhos do Pai, diz, reúnem-se como iguais, desfrutando amor recíproco, ajudando uns aos outros de forma espontânea. Mas os descendentes do demiurgo – os cristãos comuns – “queriam mandar uns nos outros, rivalizando-se na sua vã ambição”; envaidecidos com a “luxúria do poder”, “imaginando, cada um, ser superior aos outros”.

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 42-44.

Capítulo: 2- “Um Deus, Um Bispo”: A Política do Monoteísmo.

Identificado com o Corpo

“Na tradição védica da antiga Índia, a criança recém-nascida é denominada kayastha, que significa “identificado com o corpo”. Os dois olhos físicos, que enxergam a atraente matéria, são legados pelos pais físicos; mas, durante a iniciação ou batismo espiritual, o olho espiritual é aberto pelo guru. Com a ajuda do guru, o iniciado aprende a utilizar esse olho telescópico para ver o Espírito, tornando-se então dwija, “nascido duas vezes” – a mesma terminologia metafísica usada por Jesus -, e inicia seu progresso até o estado de brâmane, aquele que conhece Brahman ou o Espírito.”

Nota: Atribui-se à verdadeira meditação (dhyana, o sétimo passo da Senda Óctupla da Yoga, delineada pelo sábio Patânjali) “a concepção da magnitude de Om“, o Verbo ou Espírito Santo da Bíblia. (…)  Seguindo com afeição os preceitos sagrados desses santos personagens, o homem se torna capaz de dirigir para dentro todos os seus órgãos dos sentidos, na direção do centro comum deles: o sensório, Trikuti ou Sushumnadwara, a porta para o mundo interior – onde ele percebe a Voz (…) [a Vibração Cósmica, que é] o Verbo, Amém, Om (…).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 276-277.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

Iniciação e Batismo

A palavra “iniciação” (em sânscrito, diksha), segundo se utiliza na Índia, tem o mesmo significado do termo “batismo” adotado no Ocidente. A iniciação por um guru corresponde à consagração interior do discípulo ao caminho espiritual que leva do domínio da consciência material ao reino do Espírito. A verdadeira iniciação, como demonstrado, é o batismo pelo Espírito. (…) Todo aquele que possa ver a corrente vital do olho espiritual transformando e espiritualizando as células cerebrais e a própria composição da mente do iniciado é alguém que batiza com o Espírito Santo. (…) uma alma de elevada estatura espiritual pode transfe parte da experiência de sua própria consciência divina àqueles que sejam receptivos.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 126.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

O processo Iniciático Através das Águas

É preciso preciso explicar os vários processos do batismo, juntamente com seus efeitos correspondentes ou estados espirituais. O ritual do batismo pela imersão em água originou-se na Índia, e enfatizava a purificação do corpo precedendo a purificação da mente. Os estudantes que buscavam a instrução de um santo tinham primeiro de purificar seu corpo banhando-o – o que por si só iniciava o processo de purificação da mente, ao demonstrar o devido respeito ao mestre e ao interiorizar os pensamentos na expectativa das bênçãos e do valor das lições a serem recebidas. “Ser asseado é quase como ser santificado” – eis uma útil primeira lição. A imersão em água abre os poros da pele, eliminando do corpo toxinas perturbadoras, aliviando e acalmando o sistema circulatório. A água refresca as terminações nervosas e envia mensagens de sensações calmas por todos os centros vitais do corpo, equilibrando harmoniosamente as energias vitais.

A vida surgiu inicialmente da energia, depois das nebulosas e, por fim, da água. Toda semente de vida está irrevogavelmente vinculada à água. A vida física não pode existir sem ela. Aquele que se banha diariamente e medita logo a seguir esse sentirá o poder do “batismo” pela água. Banhar-se com a consciência de purificação sagrado ou lago, ou em outro curso de água natural cercado pela majestade cênica de Deus, é uma experiência de vibrante elevação. 

(…)

É a atitude mental de fé e devoção com que alguém recebe o batismo cerimonial – seja por imersão, seja pelo modo alternativo simbólico de espargir água sobre a cabeça – que determina as bênçãos recebidas; e é a continuidade de pensamento e ação corretos que assegura benefícios perduráveis. O iniciado, portanto, deveria regularmente batizar seu eu com o Espírito, pela imersão da consciência na sabedoria, no magnetismo e na radiação divina do Espírito Santo, em meditação.

Uma vez que o objetivo do batismo é trazer uma transformação e elevação da consciência por meio de alguma forma de imersão simbólica, é útil considerar como podemos ser “batizados” inconscientemente por aqueles com quem nos associamos. Portanto, aquele que almeja a “iniciação” deve manter-se cuidadosamente atento em relação às águas em que imerge sua consciência. As vibrações de outras pessoas podem ser recebidas por um intercâmbio de magnetismo.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 117-118.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Batismo, Iniciação Espiritual

“Palavras podem ser facilmente esquecidas ou desvirtuadas, a erudição dos atos é bem mais indelével.

A assertiva de João aos sacerdotes e levitas: “Eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim (…) vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo” apresenta uma doutrina fundamental para que se alcance a salvação: que o autêntico batismo consiste na iniciação espiritual concedida por um verdadeiro guru.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 116-117.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Escolas Iniciáticas

“Depois de perpetuarem nas pirâmides os seus avançados conhecimentos, todos os Espíritos daquela região africana regressaram à pátria sideral.

Em virtude das circunstâncias mencionadas, os egípcios traziam consigo uma ciência que a evolução da época não comportava.”

“Aqueles grandes mestres da Antiguidade foram, então, compelidos a recolher o acervo de suas tradições e de suas lembranças no ambiente reservado dos templos, mediante os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus mistérios. Os conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao círculo dos mais graduados sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no problema da iniciação.”

Nota Pessoal: A razão das escolas iniciáticas

“A própria Grécia, que aí buscou a alma de suas concepções cheias de poesia e de beleza, através da iniciativa dos seus filhos mais eminentes, no passado longínquo, não recebeu toda a verdade das ciências misteriosas.”

“Os sábios egípcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandes revelações espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um mundo de cujas lutas, na oficina do aperfeiçoamento, haviam guardado as
mais vivas recordações, os sacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a humanidade terrestre teria de realizar. Aí residem os mistérios iniciáticos e a essencial importância que lhes era atribuída no ambiente dos sábios daquele tempo.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 36.

Os Essênios e os Judeus

“Muitos dos valiosos ensinamentos dos Essênios, e que no tempo de Jesus ainda cingiam-se a certos ritos e a uma pragmática iniciática tradicional, hoje podem ser aprendidos e cultuados com facilidade, sem o discípulo abandonar suas tarefas cotidianas e através de filiação a certas instituições espiritualistas. Algumas dessas instituições modernas ministram lições admiravelmente práticas e sem quaisquer complexidades, pois desenvolvem a mente e ajustam emoções do discípulo sem exigências fatigantes ou compromissos exóticos. Aliás, insistimos em dizer que, depois do advento de Jesus, já não se justificam as iniciações a portas fechadas.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 303-304.

 

Diferença Entre os Essênios

“A Confraria dos Essênios teve o seu inicio no ano 150 a. C., no tempo dos Macabeus. Era uma espécie de associação moral e religiosa, lembrando algo das cooperativas agrícolas modernas, que além dos cuidados da indústria, do comércio ou da lavoura, devota-se à assistência social e à educação de seus componentes. Assim nasceram pequenas sociedades ou agremiações nas povoações da Judéia, que mais tarde estenderam seus ramos até a Fenícia, Índia e ao Egito.

(…)

(…) depois que os Essênios se consolidaram nessa forma associativa benfeitora, de segurança econômica e aprimoramento moral, naturalmente nasceu-lhes a ideia de uma instituição esotérica, a fim de se cultuar os valores do espírito imortal. (…) a dignidade, os objetivos superiores e o desinteresse dos Essênios, visando exclusivamente ao Bem, atraíram a atenção do Alto e em breve eram alvo da presença de entidades de boa estirpe espiritual, que passaram a orientá-los para seu maior progresso espiritual. Como a Confraria dos Essênios era uma verdadeira ressurreição da velha “Fraternidade dos Profetas”, fundada por Samuel, o Alto permitiu encarnações de alguns profetas tão tradicionais do Velho Testamento, em sua comunidade. Em breve, o padrão espiritual dos Essênios elevou-se ante a presença de espíritos de excelente estirpe sideral.

(…)

Aliás, o capítulo 7 de Mateus, em seus 29 versículos, é quase um resumo dos estatutos dos Essênios, elaborado para graduar as diversas fases da iniciação dos neófitos nos santuários maiores.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 289-293.