É libertado por sua mãe

“Aconteceu que seu pai precisou ausentar-se, a negócios, por algum tempo, deixando o homem de Deus preso no calabouço. A mãe, que ficou sozinha com ele em casa, e não aprovava o procedimento do marido, dirigiu-se ao filho com palavras ternas. Mas, vendo que não conseguia fazê-lo mudar de opinião, sentiu seu coração materno se enternecer e, soltando as correntes, deixou-o sair.

Nesse meio tempo, o pai estava de volta. Não o tendo encontrado, acumulando seus desatinos, armou uma gritaria com sua mulher. Depois, irado e ameaçador, correu em busca do filho, decidido a expulsá-lo da região, se não conseguisse traze-lo de volta.

(…)logo que o filho da graça viu que seu pai carnal estava chegando, veio seguro, alegre e espontaneamente ao seu encontro, dizendo claramente que, para ele, cárceres e castigos não queriam dizer nada. Até garantiu que, por amor de Cristo, estava disposto a suportar qualquer mal.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 304-312.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo VI- É libertado por sua mãe.

Igualdade Entre Mulheres e Homens

Nossa evidência, então, indica uma correlação patente entre a teoria religiosa e a prática social. Entre os grupos gnósticos e os valentinianos, as mulheres eram consideradas iguais aos homens; algumas eram reverenciadas como profetas; outras agiam como professoras, evangelistas viajantes, curandeiras, padres, talvez até bispos. Essa observação geral não é, entretanto, universalmente aplicável.

Na Grécia e na Ásia Menor, as mulheres participavam com os homens dos cultos religiosos, sobretudo nos cultos à Grande Mãe e à deusa egípcia Ísis. Enquanto o papel principal estava reservado aos homens, as mulheres participavam nos serviços e nas profissões. Ocupavam-se da educação, das artes e de profissões como a medicina. No Egito, as mulheres atingiram, por volta do século I d.e., um estado de emancipação social, política e legal relativamente avançado. Em Roma, as formas de educação mudaram, em torno de 200 a.C., para oferecer, a algumas crianças da aristocracia, o mesmo currículo para meninas e meninos.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 67-69.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Mãe Divina

A vós, Pai, e por meio dele, a vós, Mãe, os dois nomes imortais, Pais do ser divino, habitantes do céu, da humanidade, de nome poderoso…” Outros textos indicam que seus autores se perguntaram a quem um Deus, único, masculino, havia proposto: “Façamos o homem [Adão] à nossa imagem, como nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Como a narrativa do Gênesis prossegue dizendo que a humanidade foi criada “homem e mulher” (1:27), concluíram que Deus, de cuja imagem fomos feitos, também deve ter sido ambos – masculino e feminino, Pai e Mãe.

(…) a Mãe divina? (…) Em primeiro lugar, vários grupos gnósticos descrevem a Mãe divina como parte de um casal original. Valentino, professor e poeta, apresenta de início a premissa de que Deus é, na essência, indescritível. Contudo, sugere que o divino possa ser imaginado como díade; e consiste, de um lado, no Inefável, no Profundo, no Pai primordial; e, de outro, na Graça, no Silêncio, no Ventre e na “Mãe de Todos”. Valentino especula que o Silêncio é o complemento apropriado do Pai, designando o primeiro como feminino e o último como masculino, devido ao gênero gramatical das palavras gregas. Prossegue a descrição de como o Silêncio recebe, como em um ventre, a semente da fonte Inefável; e cria todas as emanações do ser divino, alinhadas em pares harmônicos de energias masculinas e femininas.

Além do Silêncio místico e eterno e do Espírito Santo, certos gnósticos sugerem uma terceira caracterização da Mãe divina: a Sabedoria. Aqui, a palavra grega feminina para “sabedoria”.

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 55-59.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Deus Pai – Deus Mãe

“O Deus de Israel, ao contrário das várias deidades contemporâneas no antigo Oriente Médio, não partilhava o poder com nenhuma divindade feminina (…) a ausência de simbolismo feminino para Deus marca o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, contrastando, de forma acentuada, com as outras tradições religiosas do mundo, como as de Egito, Babilônia, Grécia e Roma, ou África, Índia e América do Norte, abundantes em simbolismo feminino. (…) Enquanto os católicos reverenciam Maria como mãe de Jesus, nunca a identificam como divina, de direito: se é “Mãe de Deus”, não é “Deus Mãe”, em posição igual à de Deus Pai!”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 53.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

O Espírito Dá à Luz a Criação

“(…) cada uma é individualmente dotada por Deus com os poderes e as características que melhor servirão à sua missão divina e sustentarão o realismo ilusório do drama cósmico ao tornarem reais, em sentido relativo, as experiências por que passam ao representarem o seu papel como alma encarnada.”

(…)

A fim de manifestar a criação, o Espírito dá origem a uma vibração de dualidade, dividindo Seu Ser Unico no Criador inativo transcendente e na Sua Força Criadora ativa: o Deus-Pai e a Mãe-Natureza Cósmica. O Espírito e a Natureza, o sujeito e o objeto, o positivo e o negativo, a atração e a repulsão – é a dualidade que torna possível o surgimento do múltiplo a partir do Uno. Em Sua ativa Vibração Criadora que materializa a criação (Espírito Santo ou Maha-Prakriti), o Próprio Deus está subjetivamente presente em um reflexo imutável e inabalável, o Espírito Universal na criação: Kutastha Chaitanya, a Consciência Crística ou Consciência de Krishna. Essa Inteligência orientadora imanente – a consciência subjetiva ou alma do universo – possibilita a estruturação da Força Vibratória onipotente em miríades de manifestações objetivas; assim, no ventre da Mãe Natureza, o Espírito dá à luz a criação.

(…)

(…) em verdade, é o Espírito que Se tornou a criação, que todas as coisas são apenas uma gloriosa diversificação de Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 314-316.

Capítulo 16: Alegrar-se com a voz do Esposo.

Filhos do Altíssimo

“Todas as almas são “filhos do Altíssimo” (Salmos 82:6). Esquecer esta linhagem divina significa aceitar as limitações de uma identidade, humilhante para a alma, com um corpo humano – “tu és pó“. Aquele que conhece Deus lembra-se sempre que o Pai-Mãe-Criador Celestial é o verdadeiro Progenitor das almas e dos corpos de todos.

(…)

A devoção aos pais é, portanto, uma parte da devoção a Deus, a qual consiste primeiramente e acima de tudo em amor filial pelo Progenitor que está por trás daqueles que, em nossa família, zelam por nós o Divino Pai-Mãe que delegou aos pais a responsabilidade de educar a criança. Quando o coração está divinamente sintonizado, relacionamentos humanos próximos são oportunidades para absorver o infinito amor de Deus das taças de muitos corações.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 237-238.

Capítulo 11: Água em vinho: “Jesus principiou assim os seus sinais (…)”

Compreesão da Trindade

“Na seqüência o texto diz que deste Espírito invisível surgiram três poderes, o Pai, a Mãe e o Filho e que eles vieram do silêncio, do silêncio do Pai desconhecido. É muito interessante e curioso a forma como grupos diferentes compreendiam e explicavam a Trindade.”

Nascimento, Peterson do. Evangelho Copta dos Egípcios (Coleção Apócrifos do
Cristianismo Livro XVI) – Versão Kindle, Posição 492.

Três Poderes

“(…) todos louvando com uma única voz, com um acordo, com uma voz que não silencia nunca, dando glórias ao Pai, e à Mãe, e ao Filho, os três poderes que emanaram do Espírito invisível (…)

Nascimento, Peterson do. Evangelho Copta dos Egípcios (Coleção Apócrifos do
Cristianismo Livro XVI) – Versão Kindle, Posição 190.

Jesus e a Família Humana

“Se Jesus houvesse casado e constituído um lar, a humanidade só teria lucrado com isso, pois ele então deixaria mais uma lição imorredoura da verdadeira compostura de um chefe de família.

(…)

Mas embora ele tenha da Lei do Senhor, evitado formar um lar, jamais condenou ou menosprezou a agrupamento da família, porquanto sempre advertiu quanto à legalidade e ao fundamento da Lei do Senhor, que assim recomendava: “Crescei a multiplicai-vos!” O sangue humano como vinculo transitório da família terrena, tanto algema as almas que se odeiam, como une as que amam no processo cármico de redenção espiritual.

(…)

O Imenso amor de Jesus pela humanidade é que o afastou do compromisso de constituir um lar. (…) Por isso, ao recomendar a terapêutica do “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, ele mesmo já havia demonstrado esse amor incondicional, que abrange a Família-humanidade.

Isso era um cunho intrínseco de sua alma, pois aos doze anos de idade já respondia dentro do conceito da família universal.(…) “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?” (…) “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe!”

(…)

Quando, no futuro, as virtudes superiores da alma dominarem os interesses e o egoísmo humanos, então existirá uma só família, a da humanidade terrena. Os homens terão abandonado o amor egoísta e consanguíneo, produto da família transitória para se devotarem definitivamente ao amor de amplitude universal, que consiste em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Independente da recomendação de Jesus, quando aconselha o “abandono” de pai, mãe, irmão e irmã para o seguirem, a verdade é que os membros de cada família humana também não permanecem em definitivo no conjunto doméstico, pois à medida que se desfolha o calendário terrícola, processam-se as separações obrigatórias entre os componentes do mesmo lar.

(…)

Quem ama o próximo como a si mesmo, ama o Cristo e assim desaparece o amor egoísta de casta, raça e de simpatia ancestral da matéria. Em troca surge o “amor espiritual”, que beneficia todos os membros da mesma parentela e se exerce acima de quaisquer interesses da vida humana isolada, pois diz respeito à vida integral do Espirito Eterno.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 151-155.

 

Predestinação de Maria

“Maria não guardava no imo de sua alma as revelações de ter sido predestinada para dar à luz o Salvador dos homens? (…)

O Alto já havia suspendido a frequência das visões mediúnicas de Maria e dos seus familiares, a fim de evitar neles qualquer superexcitação transcendental e inoportuna, que os viesse perturbar em sua vida cotidiana e até dificultar a vida do próprio menino Jesus.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 140.