Compreensão de símbolos

“Quando a educação do discípulo de magia não é iniciada ou concluída por um mestre, ela deve estar baseada na compreensão de símbolos e da ciência explicados acima (…) Ela deve seguir tendências para a unidade no discípulo: isto é, seguir a síntese de suas aspirações e de sua potencialidade.

Comece do germe espiritual e estabeleça um objetivo fixo e imutá- vel; pense que você tem de alcançar esse objetivo, qualquer que seja, desde que seja honesto e ético.

Para estudar minuciosamente os meios para educar sua vontade, nunca mude seu objetivo. Você pode escolhê-lo livremente mas, uma vez feita a opção, jamais se afaste da meta.

(…)

Se você entendeu o primeiro aforismo, estude o germe. Eduque a si mesmo para sondar as profundezas desconhecidas do seu espírito para o sopro, que provocará a sua transformação – e a Luz aparecerá para você.

(…)não se engane; as palavras mudam como os humores das pessoas; curve-se apenas diante da verdade, seja qual for o nome dado a ela, seja lá como esti- ver sendo chamada; a verdade é uma só.

(…)

O mundo é a matéria, as sensações da matéria, a ilusão do eflúvio material, a sociedade humana espiritualmente não redimida, orgulho, ambição, satisfação dos desejos carnais. Este mundo do sacer dócio egípcio foi chamado na Idade Média de mundo sublunar, isto é, variável ou mutável como a Lua; só pode haver concepção imaculada se o mundo sublunar ou a Lua forem colocados sob os pés. Então, o mundo está dentro de nós: é aquela parte de nós que sente com mais força o eflúvio terrestre, é a parte mais terrena, mais socialmente brutal do Homo sapiens.

O homem corresponde à sensibilidade de segundo grau do indivíduo pensante. Além da sensibilidade física em indivíduos desenvolvidos os pretensamente civilizados, uma sensibilidade hiperfísica torna-se evidente. No indivíduo pensante, o homem se manifesta ape- nas como mentalidade humana, ativa na sociedade.

Tomás de Kempis diz:”Tenta, portanto, afastar teu coração das coi- sas visíveis de modo a desviar todos os teus sentimentos para o invisível”.

Homem: razão, vontade, inspiração.

(…)

O ovo ou germe deve ser entendido como a mais profunda raiz da alma conhecida pelo homem; em outras palavras, é o Jesus Cristo de Tomás de Kempis, isto é, o princípio mais elevado e puramente divino existente no homem.

A vida iniciática ou mágica ativa é o caminho mais curto, isto é, o mais rápido. Mas, na natureza, tudo é evolução e tudo avança por graus; celeridade não significa a supressão de estágios intermediários, mas sim a condensação de períodos. Consequentemente, maiores são as dores, mais sangrentas as feridas e muito mais afiada a coroa de espinhos.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.214-218.

Terceira Parte

Os Aforismos

Discípulos e mestres

“Um fio invisível prende discípulos ao mestre e uns aos outros, mesmo sem o conhecimento deles.

Imagine um círculo: coloque o mestre no centro, ou, e, ao redor da circunferência, os discípulos. Temos aí o conceito da Rosa Mística, muitas pétalas ao redor de um botão, que é sua alma, espírito, força e inteligência.

Por iniciado, portanto, devemos entender o discípulo que emergiu da água estagnada das multidões e veio para dentro da zona de radiação do centro (…)

Proposição I – Mudanças fluídicas brilham nos hábitos exteriores do discípulo.

As mudanças fluídicas do discípulo têm um efeito tão grande sobre seu exterior, destacam-se de tal forma em seus hábitos externos que os homens comuns, isto é, aqueles que não compreendem coisas secretas, em geral consideram os homens e mulheres que se dedicam à magia pessoas extravagantes.

O conflito entre os mundos visível e invisível tem em sua base a paixão da temporalidade: isto é, o mundo visível se alimenta do medo constante de não ter e não possuir, enquanto o mundo invisível vive na eterna certeza de que o indivíduo obtém quando quer e quando precisa.


Proposição II – O teste fatal do discípulo está em sua separação do mestre.

a) O discípulo pode se considerar um iniciado assim que se retirar do fluxo comum.

b) Aqueles que são iniciados nas ciências e práticas ocultas acabam necessariamente entrando em conflito com as opiniões profanas do público.

c) O teste supremo do discípulo está em sua separação do mestre; se não possui a força necessária para levar adiante sua formação de modo independente, ele cai na corrente comum e é destruído.

Proposição III- Equilibrio fluídico equivale a equilíbrio físico.

Aqueles que querem estudar a magia e sua prática devem ser saudáveis equilibradas, e de corpo e mente. A saúde do corpo é indispensável (é por isso que todas as regras da magia ensinam que, quando alguém não está com saúde perfeita, não pena) porque cada prática carrega a marca indelével do estado de equilíbrio ou falta de equilíbrio do praticante. Assim como a deformidade do corpo dá origem a um estado quase permanente de desvio fluídico, enfermidades temporárias determinam um estágio passageiro de falta de equilíbrio no praticante.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 90-94.

Segunda Parte

O Discípulo

Mestre Perfeito

(…)a lei da evolução e o propósito de toda existência humana torna todos os homens iguais diante da causa primeira, já que não se pode dizer que todos os homens sejam iguais em termos físicos ou nos domínios da espiritualidade e da moralidade

Em termos absolutos, isto é, sem a especificação de tempo e espaço, a verdade da lei é inquestionável; mas onde espaço e tempo são definidos, como na natureza, nem todos os homens têm os mesmos direitos.

O Mestre do ensinamento oculto é a pessoa mais avançada em comparação com os neófitos.

Nenhuma sociedade espiritual pode evitar esse poder do Mestre, porque ele, que vê e entende de modo mais claro, será sempre o instrutor dos espiritualmente jovens.

Quando uma sociedade espiritual é criada, o Mestre torna-se indispensável.

Se o Mestre é um mestre no sentido mais amplo da palavra – isto é, se vê com clareza e compreende as leis sintéticas dos três mundos, o físico, o intelectual e o espiritual – sua autoridade torna-se absoluta e seus ensinamentos ou regras são dogmáticos.

Um dogma é pensamento (cogitatio), visão clara, do grego dokeo,”ver”.

(…) Um pensamento (bene cogitatus) que está sinteticamente coagulado na psique de um mestre – concreto, harmônico, verdadeiro, expresso em uma forma grá- fica ou auditiva – é um dogma, porque é verdadeiro não apenas em relação à filosofia, mas também à moralidade e à realização prática; e é imutável, isto é infalível, se corresponde a uma verdade que é absoluta, infalível e imutável.

O Mestre Perfeito deve ter não apenas o poder da visão, mas também o poder de transmitir seus dons espirituais a outros.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 86-88.

Segunda Parte

O Mestre Perfeito

Mestre Liberto

“Um mestre liberto tal como Jesus não precisa depender do método natural de regresso à Terra mediante o lento processo de renascimento e crescimento até alcançar a maturidade. Quando alguém se torna o Espírito, pode materializar um corpo e nele alojar-se, e então desmaterializá-lo no momento em que assim queira. Se uma pessoa desce uma escada e alguém tranca a porta atrás dela, tal pessoa não pode subir de volta. Mas se ela possui a chave, pode subir e descer como quiser. (…) Ora, para reaparecer depois da ressurreição, Jesus podia optar por ressuscitar seu corpo crucificado ou então desmaterializar sua forma e criar um novo corpo composto de novos átomos.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 430-433.

Instrução e Expansão

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; por tanto sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos acoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos de cuidado como, ou o que haveis de falar, porque na quela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.

“E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que per severar até o fim será salvo.

“Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?

“Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. O que vos digo em trevas, dizei-o na luz; e o que escutais ao ouvido, pregai-o sobre os telhados.

“E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.

“Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.

“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei tam bém diante de meu Pai, que está nos céus.

“Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.

“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo em qualidade de justo, receberá galar dão de justo.

“E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”

E, aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.”

Mateus 10:16-11:1

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 234-235.

Capítulo 41: Conselhos de Jesus aos que pregan a palavra de Deus (Parte II).

Viver a Verdade

“Ao prestar serviços semelhantes aos de seu mestre, os discípulos comprovaram ser muito mais do que o produto de uma escola teológica. Eles de fato viviam a verdade; com isso, pelo exemplo espiritual e por suas ações, prestaram grande serviço aos homens ao curar o corpo das enfermidades físicas e mentais, e a alma do mal da ignorância.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 256.

Capítulo 41: Conselhos de Jesus aos que pregan a palavra de Deus (Parte II).

O Termo Mestre

” (…) o termo Mestre equivale ao modo apropriado de dirigir-se ao guru com o sufixo ji ou deva, que tem conotação de respeito: Guruji, Gurudeva, Mestre. A palavra mestre se reporta etimologicamente ao termo latino magnus, grande; e magnus corresponde ao termo sânscrito mahat (grande, importante, elevado, eminente: maharishi, um grande conhecedor de Deus).

Do berço à sepultura e até a ascensão no Espírito, a totalidade da civilização baseia-se na transmissão de conhecimento – daqueles que sabem aos que estão aprendendo.

(…)

O autodomínio é a cidadela da sabedoria.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 204 -205.

Capítulo 9: Jesus encontra seus primeiros discípulos.

Grupo de Discípulos

“Quando grandes mestres vêm à Terra, trazem consigo um grupo seleto de adiantados discípulos de vidas passadas para que os ajudem em sua missão e para que possam promover ou concluir o pre paro desses discípulos para a libertação.

(…)

(…) a receptividade de uma pessoa comum entre as multidões é limitada; ela pode satisfazer-se meramente com alguma ideia ou certos preceitos que integrem os ensinamentos do mestre, como sendo tudo o que ela deseja ou sente ser necessário para progredir adequadamente em seu determinado e tágio de evolução.

(…)

Gurus enviados por Deus sentem intuitivamente as vibrações espirituais de seus discípulos, estejam eles próximos ou distantes; e quando um guru mentalmente chama seus discípulos, eles vêm, atraídos pela sintonia espiritual com o mestre – o instrumento da graça divina designado por Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 203-204.

Capítulo 9: Jesus encontra seus primeiros discípulos.

Jesus Mestre da Justiça

“JESUS, O MESTRE DA JUSTIÇA – Introdução Mateus apresenta Jesus com o título de Emanuel, que significa: “Deus está conosco” (Mt 1,23). À medida que lemos este Evangelho, vamos descobrindo o significado desse título: Deus está presente em Jesus, comunicando a palavra e ação que libertam os homens e os reúnem como novo povo de Deus.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56485.

O Guru

“Um guru não é um instrutor espiritual comum. Podemos ter muitos instrutores, mas um só guru, que é o agente de salvação designado por Deus em resposta aos cativeiro da matéria.

(…)

Nenhum guru pode desenvolver-se somente por anos de estudo na fábrica intelectual de um seminário teológico que considera ter alcançado seus objetivos ao outorgar títulos de bacharel ou de doutor em teologia. Tais títulos podem ser recebidos por pessoas de boa memória; entretanto, caráter, autocontrole e a sabedoria da intuição da alma podem ser cultivados somente pelo conhecimento e aplicação de métodos adiantados de profunda meditação (…)

Tampouco pode alguém ser um guru por sua própria escolha. Ele precisa ser ordenado por um verdadeiro guru, para que possa servir e salvar os outros; ou então precisa de fato ouvir a voz de Deus pedindo-lhe para redimir os demais. (…) Gurus autodesignados desviam-se muito ao escutar a voz do ego imaginativo em sua mente subconsciente.

Os verdadeiros gurus treinam primeiro seu eu interno na escola teológica superior da intuição e da comunhão divina na meditação. Eles se batizam espiritualmente no Espírito antes de pretenderem iniciar os demais.

Não é necessário para um discípulo estar na a fim de receber suas bênçãos. O mais importante é estar espiritualmente em sintonia com o guru, pois sua ajuda é conferida ao discípulo primeiramente no plano espiritual interno, e não por meios materiais.

Se o discípulo se mantém sem uma atitude crítica, considerando o mestre com amor e reverência incondicionais, e segue lealmente seus preceitos, tal receptividade torna mais fácil o trabalho do guru. A sintonia cria um elo entre a ajuda do guru e o esforço sincero do discípulo, ainda que o guru não esteja mais encarnado na Terra.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 127-129.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.