Narrativa do Nascimento de Maria

“No tempo das seitas místicas e cultos sagrados da Grande Fraternidade Branca do Oriente, houve um certo Joaquim, alto sacerdote do Sagrado Templo de Helios, fora dos portões de Jerusalém. Era ele um devoto seguidor dos rituais sagrados e havia se comprometido a dar tudo que lhe pertencesse ao grande trabalho. Quando chegou a época de Ana, sua mulher, ter um filho, eles concordaram que, se fosse uma menina e demonstrasse já durante a infância que fora divinamente enviada, ela se tornaria uma pomba (Columba) no Templo Santo, como virgem do Sanctum Sagrado. No nono mês Ana deu à luz uma criança, uma menina tal como haviam predito os astrólogos (Magos) do Templo. Passado o tempo de praxe, Ana purificou-se e amamentou a criança, chamando-a Maria, porque o sol estava em Libra na hora do nascimento.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 91.

A Alquimia da Palavra

“Os místicos de todos os tempos demonstraram que mesmo a palavra falada, composta de um som vocálico adequadamente pronunciado pelo homem, tem o poder de perturbar o estado da matéria, de fazê-la vibrar ou modificar sua natureza elementar ou sua composição química.(…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 84.

O Poder Mental e o Poder da Palavra

“Outro ponto importante a considerar é que a razão da aceitação geral dos místicos quanto à Divina Concepção encontra-se na crença comum entre os místicos e filósofos orientais de que o poder do pensamento, ou o poder de uma palavra mental ou audível é capaz de impregnar a matéria e levar a matéria sem vida à consciência. (…) Os místicos de todos os tempos afirmaram, e através dos chamados milagres comprovaram para si mesmos, que certos princípios latentes e poderosos podem ser invocados pelo homem e são aplicados por Deus no processo criativo do universo. A própria criação do mundo é considerada por todos os místicos do Oriente como a primeira grande demonstração da potência do Logos, ou o poder da Palavra enviada ao espaço onde não existia vida, resultando na sua imediata impregnação e na manifestação da matéria viva. (…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 82-83.

Essênios Enviados à Galileia

“Por outro lado, existia uma organização de místicos com o nome de Essênios, a qual se dedicava a muitas formas de atividades humanitárias que incluíam hospitais, casas de Socorro e locais que dispensavam cuidados aos pobres e necessitados. O centro norte dos Essênios ficava na Galileia, entre os arianos, porque tinham sido mandados a esta localidade por sua organização no Egito, a Grande Fraternidade Branca.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 64.

Conceito de Nazareno

“Em primeiro lugar, devemos tornar claro que o título de Nazareno não queria dizer que a pessoa que o tivesse fosse de uma cidade chamada Nazaré. O título de Nazareno era dado pelos judeus a pessoas estranhas que não seguiam sua religião e que pareciam pertencer a um culto ou seita secreta que existira ao Norte da Palestina por muitos séculos; podemos verificar na Bíblia Cristã que o próprio João Batista era chamado de Nazareno. Também encontramos muitas outras referências a pessoas conhecidas como nazarenos. Em Atos XXIV:5, encontramos um homem qualquer sendo condenado como provocador de uma rebelião entre os judeus em todo o mundo e sendo chamado de “líder da seita dos nazarenos”. Sempre que os entravam em contato com alguém em seu pais que fosse de outra religião, e especialmente se tivesse uma compreensão mística das coisas da vida e vivesse de acordo com um código ético ou filosófico diferente do judaico, chamavam-no de Nazareno falta de um nome mais adequado.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 57-58.

Dissolução, Transcendência ou Transmutação

“É assim que se alguém – em qualquer sociedade – assumir por si mesmo a tarefa de fazer a perigosa jornada na escuridão, por meio da descida, intencional ou involuntária, aos tortuosos caminhos do seu próprio labirinto espiritual, logo se verá numa paisagem de figuras simbólicas (podendo qualquer delas devorá-lo), o que não é menos maravilhoso que o selvagem mundo siberiano do pudak e das montanhas sagradas. No vocabulário dos místicos, esse é o segundo estágio do Caminho, o estágio da “purificação do eu”, em que os sentidos são “purificados e tornados humildes” e as energias e interesses, “concentrados em coisas transcendentais”; ou, num vocabulário mais moderno: trata-se do processo de dissolução, transcendência ou transmutação das imagens infantis do nosso passado pessoal. Em nossos sonhos, os perigos, gárgulas, provações, auxiliares secretos e guias ainda são encontrados à noite; e podemos ver refletidos, em suas formas, não apenas todo o quadro da nossa presente situação, como também a indicação daquilo que devemos fazer para ser salvos”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 105.