Enfermidade Mental

“– Conheço Anésia e nela estimo admirável irmã. Há meses, não disponho de oportunidade para visitá-la como venho desejando. Decerto, não me negarei ao concurso fraterno, entretanto, não será conveniente estabelecer medidas drásticas sem uma auscultação do caso em si. Sabemos que a obsessão entre desencarnados ou encarnados, sob qualquer prisma em que se mostre, é uma enfermidade mental, reclamando por vezes tratamento de longo curso.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 19.

Obsidiado Autêntico

Teonília, companheira no trabalho assistencial.

“(…) Anésia, (…) sorvia o fel de dura prova.

(…) Jovino, o esposo, vivia agora sob a estranha fascinação de outra mulher. (…)

Dia e noite, deixava-se dominar pelos pensamentos da nova mulher que o enlaçara na armadilha de mentirosos encantos. Em casa, nas atividades da profissão ou na via pública, era ela, sempre ela a senhorear-lhe a mente desprevenida. Transformara-se o mísero num obsidiado autêntico, sob a constante atuação da criatura que lhe anestesiava o senso de responsabilidade para consigo mesmo.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 19.

Amor de Jesus sem Dogmas

(…) Por esse motivo, o Governo oculto do Planeta deliberou que a mediunidade fosse trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente anestesiada do povo. É assim que Jesus nos reaparece, agora, não como fundador de ritos e fronteiras dogmáticas, mas sim em sua verdadeira feição de Redentor da Alma Humana. Instrumento de Deus por excelência, Ele se utilizou da mediunidade para acender a luz da sua Doutrina de Amor. Restaurando enfermos e pacificando aflitos, em muitas ocasiões esteve em contacto com os chamados mortos, alguns dos quais não eram senão almas sofredoras a vampirizarem obsidiados de diversos matizes. E, além de surgir em colóquio com Moisés materializado no Tabor, Ele mesmo é o grande ressuscitado, legando aos homens o sepulcro vazio e acompanhando os discípulos com acendrado amor, para que lhe continuassem o apostolado de bênçãos.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 18.

Separação dos Espíritos Trevosos

“Muita gente ia e vinha.

Desencarnados, em grande cópia, congregavam-se no recinto e fora dele. Vigilantes de nosso plano estendiam-se, atenciosos, impedindo o acesso de Espíritos impenitentes ou escarnecedores.

Variados grupos de pessoas ganhavam ingresso à intimidade da casa, mas no pórtico experimentavam a separação de certos Espíritos que as seguiam, Espíritos que não eram simples curiosos ou sofredores, mas blasfemadores e renitentes no mal.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 16.

Desejos Similares

“A dupla em trabalho não nos registrou a presença.

– Neste instante – anunciou Áulus, atencioso –, nosso irmão desconhecido é hábil médium psicógrafo. Tem as células do pensamento integralmente controladas pelo infeliz cultivador de crueldade sob a nossa vista. Imanta-se-lhe à imaginação e lhe assimila as ideias, atendendo-lhe aos propósitos escusos, através dos princípios da indução magnética, de vez que o rapaz, desejando produzir páginas escabrosas, encontrou quem lhe fortaleça a mente e o ajude nesse mister.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 135-143.

Associação Mental Viciosa

“Em mesa lautamente provida com fino conhaque, um rapaz, fumando com volúpia e sob o domínio de uma entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava, escrevia, escrevia, escrevia…

– Estudemos – recomendou o orientador.

O cérebro do moço embebia-se em substância escura e pastosa que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava. Via-se-lhes a absoluta associação na autoria dos caracteres escritos.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 135-143.

Vemos Aquilo que Somos

“Quando acordar no corpo carnal, pela manhã, nossa pobre amiga lembrar-se-á vagamente de haver sonhado com Libório, ao lado de uma companheira, pintando um quadro de impressões a seu bel-prazer, porquanto cada mente vê nos outros aquilo que traz em si mesma.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 125-133.

Mente Enferma

“Nossa abnegada amiga (Celina) avançou para ela com simplicidade e implorou:

– Minha irmã, acalme-se! Libório está fatigado, enfermo! Ajudemo-lo a repousar!…

A interlocutora não lhe suportou o olhar doce e benigno e, longe de reconhecer a prestimosa médium do grupo a que se associara, enceguecida de ciúme, gritou para o enfermo palavras amargas, que não seria lícito reproduzir, e abandonou o recinto, em desabalada carreira.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 125-133.

Vitimização

“Milhares de pessoas são assim. Registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura acomodação com o menor esforço. Dizem-se prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em diferentes manifestações, auxiliando-as a cultivar a posição de vítimas, na qual se comprazem. Isso acontece na maioria dos fenômenos de obsessão. Encarnados e desencarnados se prendem uns aos outros, sob vigorosa fascinação mútua, até que o centro de vida mental se lhes altere. É por esse motivo que, em muitas ocasiões, as dores maiores são chamadas a funcionar sobre as dores menores, com o objetivo de acordar as almas viciadas nesse gênero de trocas inferiores.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 125-133.

Obsessão Mútua

“– Tudo indica a vizinhança da irmã que se lhe apoderou da mente. Nosso companheiro se revela mais dominado, mais aflito…

Mal acabara o orientador de formular o seu prognóstico e a pobre mulher, desligada do corpo físico pela atuação do sono, apareceu à nossa frente, reclamando feroz:

– Libório! Libório! por que te ausentaste? Não me abandones! Regressemos para nossa casa! Atende, atende!…

– Que vemos? – exclamou Hilário, intrigado. – Não será esta a criatura que o serviço desta noite pretende isolar das más influências? “

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 125-133.