Nascer da Água

Água”, aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico no ventre da mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu atra vés de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o ser humano se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus.

A consciência comum está presa ao corpo, e através dos dois olhos físicos o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro da Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 269-270.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

Controle da Mente Sobre o Corpo

“Uma vez que a alma desceu do Espírito para a matéria e fez do corpo imperfeito o seu pátio de recreio, a perfeição do Espírito e da alma tem que ser estabelecida na mente a fim de capacitar a alma, antes envolvida com a matéria, a manifestar no corpo, e através dele, sua natureza como Espírito. Sua imortalidade original, a ausência de doenças e a imutável felicidade têm que ser evidenciadas no completo controle da mente sobre o corpo.”

(…)

Nota: A inteligência ou a mente do homem não é uma única faculdade simples. A Yoga analisou em detalhe seus componentes fisiológicos, psicológicos e espirituais, definindo-a como um conglomerado constituído do ego (ahamkara) – o agente ou autor subjetivo e observador; a consciência ou sentimento e percepção (chitta); a mente sensorial (manas), que consiste no poder vivificante dos cinco sentidos do conhecimento (olfato, paladar, visão, tato e audição) e dos cinco sentidos da ação (locomoção, exercício da habilidade manual, fala, eliminação e procriação); e o intelecto discernidor (buddhi). Destes princípios evoluem as cinco correntes vitais, as cinco funções do prana responsável por possibilitar a execução das atividades corporais de cristalização, assimilação, eliminação, metabolização e circulação. Portanto, o homem é um agregado altamente complexo de energias inteligentes e de consciência, todas elas originando-se da alma e de sua fonte na Consciência Cósmica de Deus.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 183.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Estados Mais Sutis

“(…)Dissemos que, dessa forma, o hábito da utilização de tais instrumentos, sentidos mais perfeitos, permitiria perceber uma realidade mais sutil velada pelas limitações dos cinco sentidos normais ao ser humano e levaria, a experiência o demonstra, a uma correspondente expansão da consciência, benéfica para a apreensão e consequente juízo, em nível mais alto, sobre o jogo de ações e reações que se passam nos planos energéticos e de matéria em estados mais sutis, ainda não acessíveis ao instrumental de pesquisa disponível pela ciência clássica, acadêmico -universitária, atual.”

UCHÔA, Alfredo Moacyr. Mergulho no Hiperespaço. Dimensões Esotéricas na Pesquisa dos Discos Voadores. Brasília, 1976, pág. 47-48.

Os Cincos Sentidos na Ciência

A ciência se faz utilizando recursos e virtudes dos cinco (5) sentidos, postos a serviço de nossa inteligência e de nossa capacidade de apreciar, relacionar, julgar e, afinal, conceituar.

UCHÔA, Alfredo Moacyr. Mergulho no Hiperespaço. Dimensões Esotéricas na Pesquisa dos Discos Voadores. Brasília, 1976, pág. 26.

Perspectiva Consciencial

A nossa perplexidade advém de pretensiosamente querermos marcar limites à realidade, vendo-a deformada pela limitação dos nossos sentidos e da estreiteza relativa da nossa consciência espaço-temporal, em que a ciência quer restringir toda a possibilidade do conhecimento humano.”

UCHÔA, Alfredo Moacyr. Mergulho no Hiperespaço. Dimensões Esotéricas na Pesquisa dos Discos Voadores. Brasília, 1976, pág. 12.

Amor Entre Almas e a Contemplação de Sua Transcendência

“O encontro a separação, apesar de todo o exagero que aqui os envolve, são típicos dos sofrimentos do amor. Pois quando um coração insiste em seguir o seu destino, resistindo as recomendações generalizadas para que se abrande, a agonia é grande, assim como o é o perigo. Todavia, terão sido postas em movimento forças que estão além da capacidade de reconhecimento dos sentidos. Sequências de eventos dos quatro cantos do mundo gradualmente se reúnem, e milagres de coincidência levam a cabo o inevitável. O anel talismânico resultante do encontro da alma com a sua metade, no local da reunião, representa o fato de o coração estar consciente daquilo que escapou a Rip Van Winkle; representa, igualmente, uma convicção da mente vígil de que a realidade do profundo não é desmentida pelo cotidiano. Trata-se de um indício da necessidade do herói de reunir seus dois mundos.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 224-225.

Dissolução, Transcendência ou Transmutação

“É assim que se alguém – em qualquer sociedade – assumir por si mesmo a tarefa de fazer a perigosa jornada na escuridão, por meio da descida, intencional ou involuntária, aos tortuosos caminhos do seu próprio labirinto espiritual, logo se verá numa paisagem de figuras simbólicas (podendo qualquer delas devorá-lo), o que não é menos maravilhoso que o selvagem mundo siberiano do pudak e das montanhas sagradas. No vocabulário dos místicos, esse é o segundo estágio do Caminho, o estágio da “purificação do eu”, em que os sentidos são “purificados e tornados humildes” e as energias e interesses, “concentrados em coisas transcendentais”; ou, num vocabulário mais moderno: trata-se do processo de dissolução, transcendência ou transmutação das imagens infantis do nosso passado pessoal. Em nossos sonhos, os perigos, gárgulas, provações, auxiliares secretos e guias ainda são encontrados à noite; e podemos ver refletidos, em suas formas, não apenas todo o quadro da nossa presente situação, como também a indicação daquilo que devemos fazer para ser salvos”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 105.

Além dos Cinco Sentidos

“Como símbolo do mundo ao qual os cincos sentidos nos prendem, prisão de que não nos podemos furtar pelas ações dos órgãos físicos, Cabelo Pegajoso só foi subjugado quando o Futuro Buda, não mais protegido pelas cinco armas do seu nome e aparência física momentâneos, recorreu à arma não nomeada, invisível: o divino relâmpago do conhecimento do princípio transcendente, que está além do reino fenomênico dos nomes e formas. Nesse momento, a situação mudou. Ele já não estava preso, mas liberto, pois aquele que ele lembrou ser está sempre livre”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 90.