Ciência, força e vontade – equilíbrio

“(…)a ciência estiver unida à vontade transformada em força, todos os milagres são possíveis.

Siga as seguintes regras para se adaptar à força:

1. Vontade sem desejo.

2. Vontade sem medo.

3. Vontade sem arrependimento.

Desejo, medo e arrependimento matam a vontade (…)

(…) se arrepender ou temer neutraliza cada ato de vontade.

Equilíbrio e Força

Inspirar-se pela justiça absoluta significa estar em equilíbrio, ser justo. Portanto, vontade, ciência e equilíbrio são as três condições essenciais de Ariel ou o mago da força.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.249-250.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Ciência e Vontade

“Os agentes patogênicos que os médicos contemporâneos procuram em bactérias para explicar a propagação de doenças (e isso sairá de moda mais rápido do que se pensa) serão encontrados pela futura medicina em um elemento inconcebível para a pesquisa atual: no espírito do homem em contato ou em contraste com o espírito das coisas.

A era da escuridão chegará ao fim e começará uma nova era em que as ciências humanas serão ciências do espírito humano.

O hermetismo encontra uma ajuda, que to todos os médicos modernos deixam de considerar, no espírito ou na profunda vitalidade inteligente do paciente, em cujo espírito não podemos agir com drogas, mas sim com a quintessência de todas as drogas dos três reinos, que está sintetizada no espírito ou na vitalidade inteligente do médico que cura, isto é, que ajuda o paciente a superar a doença.

Saber talidade inteligente e essencial do centro inesgotável do mundo universal nos permite conceber o valor do Senhor das causas como o mais generoso, incomensurável e nobre provedor já concebido pela imaginação religiosa ou mística.

(…) cum scientia et ratione [com ciência e fundamentação]”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.242-247.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Vontade e Sinais gráficos

“Devemos agora considerar que cada palavra não é apenas um som, mas também uma expressão gráfica do som, se as ondas vibratórias do som estão refletidas nos delicados dispositivos que servem como receptores.

(…)

Cifras, caracteres, palavras sagradas têm um valor correspondente não à vontade dos que os utilizam pela primeira vez, mas à soma de todas as vontades daqueles que os utilizaram, ou seja, milhões de vontades fortes, serenas e efetivas.

Talismãs representam criações das vontades iniciais ou da vontade evocada, algo como uma ferramenta psíquica, isto é, aquela que atua sobre a psique ou alma, imprimindo como um selo na cera virgem da alma as propriedades sutis evocadas por meio de signos, cifras e assim por diante.

São manifestações analógicas da vontade e não do desejo.

São manifestações refletidas da vontade na alma humana, instru- mentos de pequenos, breves milagres de tempo, de força e de expansão limitados aos efeitos desejados, conforme a intensidade da força de quem os fez.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.241-242.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Vontade e conjuração

“Essas palavras poderosas são canções e emissões articuladas de vontade. Sejam animadas ou não por ideias concretas, tais palavras são tanto mais poderosas quanto maior for o magnetismo de que foram saturadas por outros operadores e quanto mais seus sons correspondam às ideias que queremos despertar.

Os salmos dos hebreus são mágicos. Mas em hebraico eles têm mais poder do que em latim (…) Mais poderosos que os salmos, no entanto, são as imprecações, exorcismos e feitiços de magia egípcia e caldeia, pois, ao serem pronuncia- dos ou cantados, despertam não só as ideias das gerações anteriores na zona astral; também os espíritos dos praticantes que, durante mais de cinquenta séculos, repetiram-nos mecanicamente são envolvidos na tentativa de dar-lhes força.

É por isso que esses feitiços são confiados apenas aos que os merecem, porque são forças por si mesmas já ativamente vitalizadas, a tal ponto que seus efeitos são rápidos e precisos (…)

 Certas palavras, que não repetimos em vão, são patrimônio de homens muito excepcionais e terão sua eficácia comprometida se forem usadas em excesso, pois tais palavras foram aprendidas diretamente do céu de Ea, e cada uma delas contém, de forma sintética, um ato embrionário de criação. Ai daqueles que não pronunciam as palavras no tempo devido, permitindo que o germe vital da criação seja abortado!

As invocações dos rituais e grimórios convencionais são quase inúteis. Os feitiços não são falados quando as pessoas podem ouvi-los com os ouvidos do corpo físico, mas são disparados como muitas flechas, a distância ou à queima roupa, no corpo mental das coisas ou dos seres que são evocados.

Em magia, não falar significa também não dizer palavras inúteis.

Quando fala, o mago deve operar.

Quando você fala, você cura, consola, salva ou mata.

O mistério das palavras e sons na magia é profundo.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.241-242.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Vontade e Palavras

“Existem ritos e conjurações para invocações bem-sucedidas. Os latinos chamavam de carmina, os hebreus os chamavam de salmos, os italianos nos, feitiços.

As vibrações que colocam o éter em movimento no mundo da matéria muito fina são rítmicas por sua própria natureza.

Palavras são articulações de notas musicais produzidas com a boca, uma espécie de trompete cujo som é modulado à vontade. Cada nota correspondente a uma sílaba ou letra tem um valor vibratório no éter.

As palavras agem de forma tangível, como todos os sons, sobre o aparelho auditivo das pessoas sensíveis.

Certos sons produzidos de uma forma específica tem uma ação poderosa sobre a psique humana, como um ímã sobre o ferro.

Portanto, a palavra ou o som rítmico tem um efeito poderoso e tangível sobre coisas vivas. A canção de ninar da avó traz o sono para a criança no berço, a criança que ainda não se tornou consciente de anti-

gas ideias transportadas de suas vidas passadas e sobre quem o canto atua de forma mecânica.

A palavra, portanto, é uma força.

Ariel é invocado, ou pode ser invocado, por meio de palavras poderosas.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.239.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Vontade, desejo e Invocação

Vontade e Desejo

A fim de se iniciar na prática da magia, devemos determinar com clare- za nossa vontade e nosso propósito.

Querer e saber querer é um grande segredo.

Querer não é desejar. O desejo mata a vontade. Basta o desejo sem o querer para destruir qualquer trabalho de magia.

Vontade e Invocação

O anjo da vontade é Ariel, energia ou vontade, porque a força mais poderosa é a vontade de um homem que sabe o que quer.

Invocar significa chamar em ti.

Evocar significa chamar para ti.

(…)se queres atrair para ti mesmo os átomos invisíveis da força geradora que é a Vida Universal.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.238.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

 

Ritos e Vontade

“Para o discípulo, os ritos são como instrumentos mágicos, chave para qualquer magia que se desenvolva; portanto, os ritos contra os quais todas as pessoas ignorantes se rebelam são os recursos mais poderosos para educar e direcionar a vontade, para reservar o lugar da ciência em quem não tem ciência nenhuma, para gerar equilíbrio naqueles que estão sujeitos às paixões.

Um rito e uma fórmula ritual não obedecem magicamente à personalidade consciente do operador; obedecem à consciência privada do indivíduo, isto é, à consciência oculta do indivíduo integral.

Se não houver homogeneidade entre a consciência oculta e a cons ciência normal, o efeito do rito, embora seja uma contribuição inegável à cadeia da Schola, está com frequência em contradição direta com os desejos expressos pelo praticante.

Na magia, a prática de um rito é, por si só, um arcano porque aque- le que o cumpre deve ter vontade e, na magia, o significado hermético da palavra vontade não é o que em geral entendemos que seja.

(…) O exercício da vontade humana reside no domínio específico da paixão impulsiva que assume, com frequência, a forma de raciocínio lógico.

A vontade tem um potencial mágico real quando é a expressão predominante de nossa consciência oculta ou quando a personalidade externa concorda com o indivíduo oculto dentro de nós.

Naqueles que agem de forma mágica, é possível observar a mesma coisa que podemos observar nos médiuns. Neles, o estado de transe, quando é profundo, mostra com frequência uma personalidade oculta em contradição direta com a personalidade visível.

A integração do homem começa quando sua personalidade consciente coincide com a consciência do homem oculto e histórico.

Uma prática mágica difere da prece religiosa no sentido de que a primeira tem de encontrar seu poder volitivo na vontade interior e acentuar o valor da imagem (imago in-magus), enquanto a segunda vem da consciência exterior que acredita no que está acima e no que não về.

Educar a vontade é dirigi-la, substituir a ciência é gerar. não é pos sivel obter um equilibrio ativo sem o método mágico,

Regnum regnare docet to reino ensina a governar): operar é aprender agindo. Vamos para a guerra primeiro como recrutas e depois como veteranos, mas, quando já somos veteranos, podemos mostrar as mar cas dos ferimentos sofridos quando éramos recrutas.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 236-237.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

 

Palavras

“Uma palavra é a materialização de uma ideia. É o ato gerado pela ideia. Aqueles que estudam filologia em escolas comuns não são competentes na técnica magnética e mágica da palavra. (…)Alma, vida e pensamento são palavras, sons e sinais; são efeitos e obras; são cálculos e monumentos; são sensações e são… nada.

As sensações podem ser ou podem não ser eficazes para determinar a verdade do que existe. Os dois fatores devem ser memória e vontade; consciência é apenas o sentimento persistente que resulta do trabalho conjunto dos três fatores:

sensibilidade

memória perene (evidência irrefutável, consciência)

vontade

A sensibilidade é enganosa, a memória pode ser igualmente enga- nosa, a vontade pode ser dominada por uma vontade de maior dina- mismo. Consequentemente, a evidência da verdade tem de vir de um sentido que é mais sutil, mais profundo, mais elevado que a simples consciência animal ou sensorial.

A consciência é uma sensação na medida em que é resultado de coi- sas complexas e distintas agindo sobre o corpo humano (…)

Mas o homem psiquicamente avançado tem uma segunda consciên- cia, que não é resultado de ações físicas e que contém um certo sentido inexprimível, luminoso, que destaca e separa as duas setas resultantes da equação do livre poder individualizado do éter de Hipócrates e da corrente externa.

(…)

Palavras são expressões e deturpações de ideias concebidas. Falar significa tornar material. Falar é dissolver. Ouvir uma fala é desviar-se, caso a pessoa não vá além das palavras faladas e não apreenda as ideias por trás delas. O grande mistério reside no silêncio dos sentidos para permitir a evolução ou purificação do espírito encarnado.

O dogma da onipotência do Ser-Deus (Tetragrammaton) contém a união de dois elementos ativos agindo sobre o mesmo elemento passivo. Mas se o Universo, ou macrocosmo, contém este poder absoluto, o mi- crocosmo, ou homem (Deus-Homem), contém, por analogia, os mes mos elementos.

(…)

(…) a magia, a ciência perfeita, não deve ser compreendida apenas como manifestação dos poderes ocultos de uma pessoa sobre outras pessoas ou coisas, mas deve nos levar a ver a mente humana como manifestação da harmonia divina em todo o meio histórico no decorrer de longas eras.

(…) a partir de seus tormentos, da cruz em que foi pregado, ele realizou, através do Consummatum est, o maior ato de magia social: preparou o caminho para novos tempos, pôs em movimento a ideia de harmonia que, vinte séculos depois, ainda não está completamente concretizada e viva.

*A ciência divina pode ser confiada apenas a homens puros, isto é, homens que não têm interesse pessoal e, consequentemente, estão livres de necessidades e ambições. Seguir a estrada da ciência secreta dos magos com um desapego apenas aparente é obra de feiticeiros. O egoísmo é o padrão. O egoísmo é a pedra de toque de todos os iniciados. Os governos teocráticos de tempos antigos não estavam baseados na indústria religiosa, como os jovens costumam ser levados a crer. Eles na verdade representaram a atração dos povos por homens iluminados que agiam de forma desinteressada.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.180-184.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

Vontade, Força e prática

“A filosofia é estudada, ideias são discutidas, símbolos são explicados, mas para aprender a arte mágica após ter aprendido a filosofia da magia, você deve possuir três coisas:

1. A vontade sem desejo.

2. A força para estar sempre em ação.

3. A prática de quem não comete erros.

Aquele que deseja é incapaz de querer. O desejo é um apetite de ilusão que paralisa a vontade, e o mecanismo da vontade se torna mais perfeito na ausência de qualquer desejo. (…) Mas ninguém pode dizer com exatidão onde termina o desejo e começa o querer, apenas a sua filosofia pode explicar isso para você.

(…) o mago tem de possuir a força necessária para transformar-se nas diferentes forças da natureza e produzir. como a natureza, todos os seus milagres e maravilhas;(…) A força para avançar de modo incessante é como a força na imutável persistência da natureza e é a mesma força dos que querem operar milagres.

Na arte da mági ca, aquele que sabe como conceber e não concebe é como o fabricante de espadas que faz a arma para a guerra e não vai à guerra.

Por meio do desenvolvimento de suas faculdades, isto é, pela virtude de seu espírito, o mago se torna um artista depois de ser um filósofo. Esse espírito do mago, instalado e alimentado pelo corpo humano, tem duas grandes prerrogativas que os espíritos desencarnados não têm o poder para transformar energia e a liberdade para materializar. Assim que o mago começa a trabalhar por conta própria, sua alma adaptável torna-se a chama de vida que sobe e desce, como os antigos hermetistas costumavam dizer. Isso significa que o espírito dele vive na terra e no espaço, e somente quando o espírito do homem vivendo na carne adquiriu o poder de subir, isto é, de chegar à superfície da corrente astral, ele é capaz de subjugar todas as criaturas da corrente ou oceano que constitui a aura da Terra.

(…) icthys.

O Cristo – isto é, a alma do homem que, a seu bel-prazer, sobe aos céus ou desce às profundezas – era simbolizado por um peixe que, usando suas nadadeiras e bexigas natatórias, vem à superfície da água ou, sem- pre que tem vontade, desce até as mais profundas cavernas do oceano.

A alma do homem na luz astral é como o peixe na água. Ela só é capaz de operar em harmonia com os poderes intelectuais ultra-astrais após adquirir o poder de subir e descer, como o peixe; antes de atingir esse estado, o homem comum é simbolizado pela tartaruga e o caracol, que representam o corpo astral no pesado recipiente da matéria carnal.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.174-176.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

A Vontade

“Para chegar a uma realização, a magia emprega todos os meios externos que se pode usar. (…) Mas se a pompa é mágica nas religiões, a magia dos magos, tomada por si mesma, em sua essência, só precisa de uma coisa para produzir milagres: a vontade.

É a Fé a substância do esperado

E argumento evidente do invisível, diz Dante.

(…)a chave para a comoção geral está em estimular o sentimento que permeia a cadeia de psiques de todos os participantes.

Não é assim na magia divina e natural praticada por um mago conhecedor e capaz. No lugar dos rituais maravilhosos, ricos em acessórios e adereços sagrados e religiosos, o mago só substitui sua espiritualização pela inteligência e sua fluidificação pela realização daquilo que quer.

Ele pensa ou é inspirado, encontra analogias, e através de sua arte alcança seu objetivo.

(…)

O magnetismo, como determinação da vontade, é uma força incompleta se usada de modo isolado por um operador, porque só pode ser projetado para fortificar alguma coisa com intenção, não com inteligência; o mago, porém, usa o magnetismo de forma transcendental, acres- centando-o ao poderoso segredo da vitalização das coisas, que é algo acima do magnetismo porque acopla a fluidificação magnética a uma alma que é inteligente por causa de seu poder.

A palavra vitalização é inadequada, mas não há outro modo de indicar os poderosos meios mágicos de carregar coisas inanimadas não apenas com força, mas também com uma inteligência que está viva e que mantém afastados eventos contingentes.

(…)

Em primeiro lugar, deve-se possuir vontade, pois o mago tenta concluir sua carreira assim que a começa, abrindo mão de tudo que possa auxiliá-lo para usar apenas sua varinha, como se ela fosse um cetro; e o cetro dos reis modernos não passa de uma deturpação da varinha mágica dos magos da antiga teocracia sacerdotal.

Aqueles que veem e sabem são os artistas das manifestações. O autor da verdade é a Sabedoria Absoluta, que é a Verdade Eterna, cujo nome profano, individual, é Deus.

Na história, os autores de grandes renovações, de redenções, de revoluções humanitárias são apenas nomes de ideias, personificação da verdade absoluta em relação à sociedade e à época.

A multidão acredita que os homens são os autores de mudanças políticas na Grécia, na América do Norte, na Inglaterra, na Itália, mas a boa filosofia reconhece em cada homem um espírito de justiça enviado pelo mundo das causas com a missão de cumprir a vontade divina na Terra.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.158-164.

Segunda Parte

Inteligência, Força e Criação