Ritos e Vontade

“Para o discípulo, os ritos são como instrumentos mágicos, chave para qualquer magia que se desenvolva; portanto, os ritos contra os quais todas as pessoas ignorantes se rebelam são os recursos mais poderosos para educar e direcionar a vontade, para reservar o lugar da ciência em quem não tem ciência nenhuma, para gerar equilíbrio naqueles que estão sujeitos às paixões.

Um rito e uma fórmula ritual não obedecem magicamente à personalidade consciente do operador; obedecem à consciência privada do indivíduo, isto é, à consciência oculta do indivíduo integral.

Se não houver homogeneidade entre a consciência oculta e a cons ciência normal, o efeito do rito, embora seja uma contribuição inegável à cadeia da Schola, está com frequência em contradição direta com os desejos expressos pelo praticante.

Na magia, a prática de um rito é, por si só, um arcano porque aque- le que o cumpre deve ter vontade e, na magia, o significado hermético da palavra vontade não é o que em geral entendemos que seja.

(…) O exercício da vontade humana reside no domínio específico da paixão impulsiva que assume, com frequência, a forma de raciocínio lógico.

A vontade tem um potencial mágico real quando é a expressão predominante de nossa consciência oculta ou quando a personalidade externa concorda com o indivíduo oculto dentro de nós.

Naqueles que agem de forma mágica, é possível observar a mesma coisa que podemos observar nos médiuns. Neles, o estado de transe, quando é profundo, mostra com frequência uma personalidade oculta em contradição direta com a personalidade visível.

A integração do homem começa quando sua personalidade consciente coincide com a consciência do homem oculto e histórico.

Uma prática mágica difere da prece religiosa no sentido de que a primeira tem de encontrar seu poder volitivo na vontade interior e acentuar o valor da imagem (imago in-magus), enquanto a segunda vem da consciência exterior que acredita no que está acima e no que não về.

Educar a vontade é dirigi-la, substituir a ciência é gerar. não é pos sivel obter um equilibrio ativo sem o método mágico,

Regnum regnare docet to reino ensina a governar): operar é aprender agindo. Vamos para a guerra primeiro como recrutas e depois como veteranos, mas, quando já somos veteranos, podemos mostrar as mar cas dos ferimentos sofridos quando éramos recrutas.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 236-237.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

 

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