Adulto Jovem – A Era do Pai

“A criança com o tempo chegará a um importante estágio de transição que é a adolescência, uma fase que normalmente se inicia entre os 11 e 13 anos de idade. Esse é o início da transição para a idade adulta. Nesse ponto, há necessidade de uma forte separação entre o Mundo Mãe e o que chamaremos de Mundo Pai. O adolescente se afasta do apego à mãe e a outros cuidadores primários e passa a se apegar a grupos de pares e outras figuras não parentais adultas.

(…)uma nova identidade como um jovem adulto começa a ser formada com base em novas identificações que se desenvolvem ao redor de outros, que não fazem parte da família de origem.

O adolescente é um exemplo clássico de pessoa limiar – separada do Mundo Mãe, mas ainda não completamente apegada ao Mundo Pai.

(…)há uma resistência compreensível em entrar no Mundo Paternal, onde o trabalho, a labuta, o desempenho, o julgamento e a hierarquia das autoridades dominam, um mundo muito diferente da nutrição e proteção garantidas pelo Mundo Materno.

(…)todas essas importantes escolhas de vida ocorrem durante esta fase e dão à pessoa uma identidade social particular e distinta, ou seja, uma persona.

Algumas pessoas resistem em tomar essas decisões ou podem tomá-las de coração, mas muitas vezes ficam presas ao desejo de voltar ao paraíso da infância. Essas pessoas não querem “crescer”. Peter Pan é o representante clássico dessa problemática. Podem experimentar drogas porque essas substâncias proporcionam uma sensação de retorno ao paraíso. Podem resistir em escolher um parceiro de vida, em encontrar uma carreira ou emprego adequado e trabalhar em um nível muito abaixo do seu potencial. Essa resistência à participação plena e ativa no Mundo Pai é baseada tanto em um complexo paterno negativo quanto em um desejo geral de permanecer na infância e no paraíso.

Em termos arquetípicos, o papel do pai é ajudar a criança a deixar o Mundo Mãe e avançar para o próximo estágio de individuação. Tanto meninas quanto meninos precisam experimentar um tipo de sedução no mundo, assim como a primeira sedução em que o bebê se apega a um objeto de amor, uma figura materna. No entanto, agora o jovem precisa encontrar algo no Mundo Pai que lhe traga satisfação e senso de pertencimento.

Durante o estágio do Pai, as escolhas se tornam extremamente importantes, pois podem definir a trajetória da vida futura. No entanto, a liberdade para fazer essas escolhas pode variar muito, dependendo de diferentes pressões sociais e culturais.

Psicólogos muitas vezes aconselham que se dedique mais tempo a essa fase e que não se encerre as possibilidades muito rapidamente, nem se escolha de forma impulsiva. Além disso, as pressões familiares também podem desempenhar um papel significativo, especialmente quando se espera que o indivíduo siga uma determinada carreira ou profissão.

Em suma, a liberdade de escolha durante o estágio do Pai pode variar muito, e a capacidade de tomar decisões com sabedoria e autonomia é fundamental para se alcançar uma vida significativa e satisfatória.

Os psicólogos, em geral, recomendam que as pessoas não forcem uma escolha decisiva, mas permitam que ela surja espontaneamente a partir da experiência e do sentimento pessoal. É importante que essa escolha seja baseada no respeito mútuo, na compatibilidade e no compromisso, e que o indivíduo tenha a liberdade de escolher o parceiro que melhor se alinha às suas necessidades e desejos.”

STEIN, Murray. Os quatro pilares da psicanálise junguiana: Individuação – Relacionamento analítico – Sonhos – Imaginação ativa – Uma introdução concisa. Ed. Cultrix, 2023. Local, 281-351.

Pilar 1

Estágio Dois: Adulto Jovem – A Era do Pai

 

 

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