“Os psicanalistas junguianos atribuem grande valor ao trabalho com os sonhos de seus pacientes (e com os próprios). Os sonhos têm a capacidade de revelar ao analista e ao paciente o que está acontecendo abaixo da superfície consciente. O inconsciente é uma esfera distinta, com sua própria vida, e muitas vezes está em contradição com o mundo consciente.
No entanto, além de tudo isso, esse fenômeno talvez seja ainda mais crucial para o resultado da análise, pois os sonhos constroem o caminho para a integração psicológica.
Embora muitas pessoas afirmem não se lembrar dos sonhos ou digam que não sonham, pesquisas científicas demonstram que todos sonham durante o sono, incluindo não apenas os humanos, mas também outros mamíferos. Lembrar ou não dos sonhos é uma questão diferente, mas a realidade é que todos nós sonhamos.
Encorajar os outros a prestar atenção aos seus sonhos pode despertar sua curiosidade e levá-los a começar a registrar suas experiências oníricas. É assim que tudo começa. Algumas semanas depois, essas mesmas pessoas podem relatar que tiveram alguns sonhos e os anotaram, mas que não conseguem compreender o significado deles. Nesse momento, podemos responder com um sorriso enigmático: “Seus sonhos estão se comunicando em uma linguagem simbólica, em um novo idioma. Para compreender o que eles têm a dizer sobre você, é preciso aprender essa linguagem.
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Jung olha para você e, com tranquilidade, responde: “Não tenho ideia do que você deve fazer, não tenho nenhuma sugestão de como deveria viver sua vida. Não posso fornecer respostas para questões tão importantes. Mas, se me apresentar seus sonhos, podemos explorá-los juntos e verificar se sua psique traz a resposta. Se houver alguma orientação, é aí que a encontraremos”.”
STEIN, Murray. Os quatro pilares da psicanálise junguiana: Individuação – Relacionamento analítico – Sonhos – Imaginação ativa – Uma introdução concisa. Ed. Cultrix, 2023. Local, 760-810.
Pilar 3
Os sonhos como caminho para a totalidade
