Sobre a Temperança
Tal como no caso das outras virtudes cardeais, a temperança apareceu em A República. Platão explica que ela controla a propensão à concupiscência. (…) o substantivo “temperança” se define pela moderação do prazer sensual.
(…)A Temperança implica moderação, que consiste principalmente na moderação das paixões que tendem aos bens dos sentidos. (…) a pessoa que se modera desse modo obriga-se a resistir à atração das paixões e dos prazeres, em particular de ordem sensual, quando eles se tornam excessivos.
(…)podemos nos perguntar de onde vem essa representação particular de mulher que transfere um líquido de um vaso a outro e, sobretudo, por que ela é representada como um anjo (…) ela coloca água em seu vinho, ou seja, modera suas pretensões(…) atenua o vinho com a água.
(…) à origem e à moderação dos prazeres sensuais, atenua o vinho com a água, e esse é seu significado de base. (…)os anjos são as criaturas mais puras da Criação, as mais distantes que existem da concupiscência terrestre.
Significados
1909, Papus: 14, a Temperança
(…) a harmonia das misturas.
1949, Paul Marteau: lâmina XIIII, Temperança
O trabalho de adaptação antes de uma nova atividade; trabalho de modelagem que o homem realiza para readaptar, em uma área mais extensa, as energias materiais às energias espirituais.
(…)a ausência de paixão: dá o sentido profundo das coisas.
Nos negócios, conciliação; pesam-se os prós e os contras preparam-se acordos.
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 244-245.