“Quando eu era um jovem analista, às vezes recebia projeções de ser um velho sábio. O inconsciente busca e precisa projetar no analista aquilo que anseia.

Quando uma transferência intensa é ativada, o analista precisa decidir se tentará reduzir sua intensidade ou até mesmo removê-la por meio da interpretação, ou se a carregará temporariamente, porque é o que o paciente necessita até aquele momento. Alguns analistas preferem interpretar de maneira vigorosa a transferência, reconhecendo que isso pode trazer consciência para a relação e levá-la em direção à possibilidade de diálogo.

A regra geral que a maioria dos analistas junguianos segue, como meu professor Joseph Wheelwright me disse uma vez, é simplesmente: “Eu sempre deixo o paciente me demitir. Eu não demito o paciente”. Se um paciente está se beneficiando das sessões, sentindo que está se tornando mais consciente, experimentando um crescimento psicológico ou espiritual, e deseja continuar – e se o analista estiver com boa saúde, sem planos de aposentadoria ou mudanças iminentes – então a relação terapêutica pode continuar por tempo indeterminado.

Já trabalhei com pacientes por cerca de trinta anos, o que foi o tempo mais longo até agora. Uma análise junguiana típica costuma durar entre dois e cinco anos.

Começando com uma forte transferência, que com o passar do tempo diminui e se transforma em diálogo. Novas energias podem surgir, como um novo projeto ou um sentimento emergente, e ao longo do tempo, o relacionamento se desenvolve e amadurece. Não permanece estático.

Ao prestar atenção em conteúdos como sonhos e praticar a imaginação ativa, bem como manter relacionamentos significativos e profundos com amigos ou parceiros, a individuação pode continuar de maneira sustentável.”

STEIN, Murray. Os quatro pilares da psicanálise junguiana: Individuação – Relacionamento analítico – Sonhos – Imaginação ativa – Uma introdução concisa. Ed. Cultrix, 2023. Local, 622-661.

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Algumas considerações práticas