Cansaço originário

“O “cansaço originário” (lassitude primordiale) caracteriza uma passividade radical que se furta a toda iniciativa do eu. Ela introduz o tempo do outro. O cansaço primordial abre espaço inacessível a todo poder, a toda iniciativa. Eu sou fraco em vista do outro. Justo nessa fraqueza metafisica do não poder/poder desperta um desejo pelo outro. Mesmo se o sujeito satisfez todas as [suas] necessidades, ele está em busca do outro.

Só o Eros tem condição de libertar o eu da depressão, do envolvimento narcisista consigo mesmo. O outro é, visto assim, uma fórmula de redenção. Apenas o Eros que me arranca para fora de mim e para o outro pode vencer a depressão. O sujeito depressivo de desempenho é inteiramente desacoplado do outro. O desejo do outro, sim o clamor pelo outro ou a “conversão” para o outro  seriam um antidepressivo metafísico, que rompem a casca narcisista do eu.”

HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 1125-1131.

O pensamento do outro

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