Sepultamento

“Fig 1- Imagem tridimensional do homem envolto no Sudário, produzida pelo analisador de imagens VP-8. Este aparelho correlaciona, para cada ponto da imagem gravada no tecido, a intensidade da cor e a distância entre o corpo e o pano, e reproduz no vídeo a imagem em relevo. Uma fotografia comum fornece uma imagem bi-dimensional e distorcida, mas no caso do Sudário a correspondência é perfeita, permitindo até distinguir detalhes.”

“Fig 2- Imagem tridimensional da face; percebe-se que a barba está desviada para cima e que o cabelo do lado direito se mostra repuxado para trás, indicando que uma atadura – um «sudário» propriamente dito – teria sido amarrada verticalmente em torno da cabeça, para manter a boca fechada. Também são aparentes os objetos colocados sobre os olhos; uma análise detalhada desses objetos indica tratar-se de leptos, moeda cunhada entre os anos 29-32 d.C.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 41.

O Problema da Prova com C-14

“Antes de mais, o Prof. Luigi Gonella, do Departamento de Física do Politécnico de Turim e, assessor do Cardeal Ballestrero, combinara com os laboratórios que se fizesse uma prévia análise físico-química do tecido, para avaliar a, quantidade de microrganismos vivos (fungos, esporos, pólen) e de outros corpos microscópicos que tinham ido permeando os próprios fios da trama no decorrer dos séculos. Os peritos que, ao longo do tempo, tinham estudado o Sudário, chegaram a estimar que 10 a 15% do seu peso poderiam resultar desse material estranho, mais recente e por isso mesmo capaz de alterar significativamente os resultados da prova, pois seria praticamente impossível retirá-lo sem destruir o próprio tecido. Ora bem, nenhum dos laboratórios publicou os resultados desse exame. Até que ponto os procedimentos rotineiros de purificação levados a cabo foram capazes de eliminar esses resíduos é uma questão que permanece em aberto.

Outra dificuldade, mais grave que a anterior, para a objetividade dos resultados do C-14, reside nas vicissitudes por que passou o Santo Sudário ao longo dos séculos, como o incêndio de Chambéry e um outro, que submeteram o Sudário a queimaduras e temperaturas altíssimas. Estes aspectos teriam ainda maior relevância no caso de ser verdade o que relata um cronista do século XVI sobre uma prova a que o Sudário foi submetido em 14 de abril de 1503, em Bourg-en-Bresse. Nessa ocasião, a resistência  da imagem teria sido oficialmente verifica da, na presença de três bispos, com métodos altamente poluentes: <«Para verificar se o Santo Sudário era autêntico, foi fervido em óleo, passado pelo fogo e lavado e esfregado diversas vezes, mas não se conseguiu apagar a figura».

Por outro lado, as exposições para a veneração dos fiéis submeteram o Lençol de Turim à ação de raios solares, de fumaça (círios, tochas, incenso), de ambientes confinados e atulhados de pessoas, com uma atmosfera muito rica em dióxido de carbono, ao contato com mãos, muitas das quais sujas e suadas, etc.

(…)

A hipótese de absorção posterior de carbono-14 não é digressão puramente acadêmica. Pode realmente haver fatores que alterem o ritmo de formação ou desintegração do C-14, tal como a incidência de radiação solar, de raios cósmicos ou de radioatividade natural ou provocada sobre a peça arqueológica. Tem havido, neste sentido, uma série de erros bem comprovados em algumas datações com o método do C-14: amostras de árvores vivas, situadas à beira de uma estrada bem movimentada, foram datadas como tendo morrido bastantes séculos antes, por terem absorvido gases de escapamento procedentes de um petróleo originado há milhares de anos. E- ponto importante – o caso contrário também aconteceu várias vezes: peças arqueológicas de há séculos continham mais C-14 do que seres vivos atuais, porque haviam sido afetadas pelas emissões radioativas de uma central nuclear próxima. Em ambos os casos, a prova estava muito bem feita, mas eram falsas as bases de que partia.

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 67-69.

Pesquisas com Carbono C-14

“Em outubro de 1988, o Arcebispo de Turim, Cardeal Anastasio Ballestrero, responsável pela conservação do Santo Sudário, anunciava oficialmente o resultado de uma pesquisa levada a cabo por três laboratórios para determinar a ida de do Sudário pelo método do carbono-14 (C-14). O veredito unânime desses laboratórios era que a peça devia ser datada entre os anos de 1260 e 1390, com uma margem de erro não superior 5%. Caía assim pela base a crença de que se tratava do lençol mortuário que envolvera o corpo de Cristo; o sudário não passaria da obra de algum falsário medieval. Em que consistiu essa prova? Realmente desmentia a crença secular?”

Existem vários tipos de carbono, dos quais interessam aqui o C-12, o C-13 e o C-14, que são absorvidos pelos seres vivos até a sua morte. O C-14, que é radioativo e tem peso atômico diferente dos outros dois, forma-se normalmente na atmosfera a partir do nitrogênio ou do C-13, devido à ação da radiação solar e dos raios cósmicos; uma vez morto o organismo pelo qual foi absorvido, vai diminuindo de maneira uniforme, por desintegração, de modo que, quanto mais antiga for a peça, menor pro porção de C-14 conterá e ao contrário.

(…)

Em 21 de abril de 1988, na sacristia da catedral de Turim, cortou-se uma faixa de 10×70 mm do Sudário, que foi dividida em três pedaços e, juntamente com três outras amostras de controle de data conhecida, entregue aos representantes dos laboratórios da Universidade de Oxford, da Universidade de Tucson (Arizona) e do Instituto de Tecnologia de Zurich.

(…)

Levada avante a pesquisa, os resultados foram dados a conhecer pelo Cardeal Ballestrero numa conferência de imprensa em 16 de outubro de 1988: «O tecido do Sudário de Turim pode ser datado entre os anos 1260 e 1390: este é o resultado, com 95% de probabilidade de acerto, da prova do carbono-14 a que foi submetido o Sudário pelos laboratórios da Universidade de Arizona, de Oxford e do Instituto Tecnológico de Zurich, sob a coordenação geral do Dr. Michael Tite, do British Museum».”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 63-65.

Cristas na Fibra do Tecido

“Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica. Mas os especialistas que estudaram o Sudário não encontraram o menor indício desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não esteve muitos dias em contato com o corpo sepultado.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 52.

Coincidências

“Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do Sudário e Jesus de Nazaré:

1. A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do Sudário.

2. A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.

3. A brutal flagelação, insólita em condena dos à crucifixão, executada com o flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.

4. A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.

5. O homem do Sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.

6. As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucifixão, para apressar a morte do condenado.

7. Uma lança de forma igual à que usavam soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.

8. O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.

9. Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.

10. O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 54-55.

Probabilidades

“Diversos especialistas de renome aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a probabilidade de que o homem do Sudário não fosse Jesus Cristo.

Para uns, é de um para um octilhão, isto é, de 1 para 10 elevado a 27 (a unidade seguida de vinte e sete zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse.

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 55.

A Figura no Tecido

“As conclusões científicas apenas nos dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi formada por contato direto à exceção das manchas de sangue -nem mediante vapores ou qualquer outro processo conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.

Segundo vimos, a teoria mais plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor eu por uma luz intensa.”‘

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 53.

Retirada do Corpo

“Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas ter-se-iam desfeito e se espalhado. Toda via, encontram-se intactas (figs. 6 e 8).

A separação natural deixaria no tecido sinais fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam sido repuxadas no separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes, o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de repuxamento das fibras”.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 52-53.