Coagulatio – mortificatio- putrefactio

“Desde a antiguidade manifesta-se a tendência de identificar a matéria com o mal, que alcançou extremos em algumas seitas gnósticas. A queda da alma do seu estado imortal para a forma corporal também costuma ser vinculada com um crime primal.

Prometeu, que ensinou os seres humanos a enganarem os deuses e a ficarem com a melhor parte do animal sacrificial para si mesmos, roubou o fogo para dá-lo às pessoas e por isso foi punido pela coagulatio sendo acorrentado a uma pedra (ver figura 4-5). Da mesma maneira, Adão e Eva foram expulsos da condição paradisíaca, que precede o ego, depois do crime que cometeram ao comer do fruto proibido. Esses exemplos demonstram que o desenvolvimento do ego associa-se à experiência do mal, do crime e da culpa.

(…) As pessoas santas ou espiritualizadas costumam ter vida curta. No passado, com frequência morriam de tuberculose. É perigoso ser unilateral, mesmo na bondade.

Os sonhos frequentemente fazem alusão ao aspecto criminoso da condição de ego. A presunção de assumir a vontade e a consciência pode ser representada como um roubo. O atrevimento que consiste em seguir a autoridade interior é expresso como o assassinato de uma autoridade proje-tada, talvez como um parricídio.

A coagulatio costuma ser seguida por outros processos, em geral pela mortificatio e pela putrefactio. Aquilo que se concretizou plenamente ora se acha sujeito à transformação. Tornou-se uma tribulação, que chama à transcendência.”

 

EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág.110-111.

Capítulo 4 Coagulatio

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