“A coniunctio é o ponto culminante da opus. Em termos históricos, assim como psicológicos, ela apresenta um aspecto extrovertido e um aspecto introvertido. O fascínio dos alquimistas com a coniunctio do lado extrovertido promoveu um estudo do milagre da combinação química e levou à química moderna e à física nuclear. Do lado introvertido, esse fascínio gerou o interesse pelo conjunto de imagens e pelos processos inconscientes, levando à psicologia profunda do século XX.
Os alquimistas tiveram a oportunidade de testemunhar em sens laboratórios muitos exemplos de combinação química e física, na qual duas substâncias se unem para criar uma terceira substância com propriedades distintas.
Quando se tenta compreender o rico e complexo simbolismo da coniunctio, é aconselhável distinguir entre duas fases: uma coniunctio inferior e uma superior. A coniunctio inferior é uma união ou fusão de substâncias que ainda não se encontram completamente separadas ou discriminadas. É sempre seguida pela morte ou mortificatio. A coniunctio superior, por outro lado, é o alvo da opus, a suprema realização. Na realidade concreta, esses dois aspectos se acham combinados. A experiência da coniunctio é quase sempre uma mistura dos aspectos inferior e superior. Todavia, é útil distinguir entre os dois para propósitos descritivos.
A CONIUNCTIO INFERIOR
Aqui estamos no território familiar do complexo de Édipo. Entretanto, para o alquimista, a mãe era a prima materia e produzia cura e rejuvenescimento, bem como morte. Essa imagem da coniunctio refere-se a uma fase do processo de transformação, a morte, a ser seguida, tem-se a esperança, pelo renascimento. Por certo, representa-se aqui o aspecto perigoso da coniunctio. O filho-ego imaturo é eclipsado e ameaçado com destruição quando abraça ingenuamente o inconsciente maternal. Mas outras imagens indicam que um eclipse desses pode ser impregnador e rejuvenescedor.”
EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág 227-228.
Capítulo 8 Coniunctio
