“Porém, cuidado com o anacronismo! Como dissemos anteriormente, o amarelo, que hoje costumamos associar ao sol, ao divino e à luz. na Idade Média era a cor de Judas, dos loucos e do diabo. O azul, que para nós é uma cor fria. Para as pessoas da época era a cor quente por excelência, associada ao ar quente e ao azul puro de um céu de verão. Cor marial e principesca, suplanta o vermelho, preferido pelo Ocidente desde o Império Romano (que considerava o azul uma cor “bárbara”). O vermelho é menos a cor da paixão e da cólera do que a que intervém com violência, tanto no bem quanto no mal. O verde, embora atualmente seja associado à cura, é a cor da desordem, da enganação, do desequilíbrio. Refletindo sobre as cores, os historiadores têm uma bela mensagem a transmitir, que poderíamos traduzir da seguinte forma: “Não pensem que suas concepções são universais”. Essa mensagem poderia nutrir toda a nossa reflexão sobre o tarô.”
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 47.