Imaginação ativa como agente de transformação

“A imaginação ativa é uma forma de engajar-se consigo e requer, portanto, a introversão intencional da energia psíquica. Na imaginação ativa, a direção da atenção do sujeito, seu foco, pensamentos e sentimentos se volta ao seu interior, para imagens que possam aparecer. A extroversão direciona a atenção de uma pessoa para o mundo ao seu redor, já a introversão, para o mundo interior.

Se você for a um concerto, por exemplo, e escutar atentamente a música com toda sua atenção, o que você está percebendo na verdade são as vibrações no ar que estão entrando em seus ouvidos e sendo traduzidas em ondas cerebrais. Sua atenção está concentrada nos sons que estão vindo até você do lado de fora. Às vezes, no entanto, quando está ouvindo música, você pode começar a enxergar imagens por meio de imagens mentais, no seu mundo interior, ou talvez veja determinadas cores ou algumas formas em movimento. Isso se chama sinestesia. Ou, ainda, você pode começar a acessar imagens mentais de uma paisagem ou de pessoas que conhece. Se começar a prestar atenção ao que está acontecendo em sua mente, você está gerando uma mudança da extroversão para a introversão. A extroversão é escutar os sons, e a introversão é perceber como estes sons o afetam. No seu mundo interior, a música está a criar emoções, imagens ou pensamentos.

Em algumas correntes filosóficas, argumenta-se que nossa experiência do mundo exterior é puramente uma construção mental, e que só temos acesso direto ao nosso mundo interior. Na psicologia, entretanto, geralmente aceitamos que nossos sentidos e funções mentais nos fornecem uma impressão, embora talvez não totalmente precisa, de um mundo externo. Reconhecemos a distinção entre o mundo interior e o mundo exterior, embora também reconheçamos que esses dois estão interconectados e influenciam um ao outro. A projeção é um fenômeno psicológico que ocorre quando atribuímos nossos conteúdos internos a objetos ou pessoas externas. A imaginação ativa é um método deliberado de direcionar nossa atenção para dentro, a fim de nos envolvermos com a subjetividade mais profunda da psique, enquanto ainda permanecemos em um estado de vigília. É um processo semelhante à meditação, em que nos permitimos explorar conscientemente as imagens, emoções e narrativas que emergem em nossa mente. ”

STEIN, Murray. Os quatro pilares da psicanálise junguiana: Individuação – Relacionamento analítico – Sonhos – Imaginação ativa – Uma introdução concisa. Ed. Cultrix, 2023.

Pilar 4

Imaginação ativa como agente de transformação

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