O escutar não é um ato passivo

“No futuro haverá possivelmente, uma profissão que se chamará escutador [Zuhörer]. Em troca de pagamento se fornecerá, ao outro, a escuta. Vai-se ao escutador pois, caso contrário, mal haverá outra pessoa que escutará o outro. Hoje, perdemos cada vez mais a capacidade de escuta. Sobretudo o foco crescente.”

O escutar não é um ato passivo. Uma atividade especial o caracteriza. Eu tenho, primeiramente, de dar boas-vindas ao outro; ou seja, afirmar o outro em sua alteridade. Então, eu o presenteio com a escuta. O escutar é um presentear, um dar, um dom. Só ele traz o outro primeiramente à fala. Ele não segue passivamente o discurso do outro. Em certo sentido, o escutar antecede a fala. Só o escutar traz o outro à fala. Eu já escuto antes que o outro fale, ou eu escuto para que o outro fale. O escutar convida o outro a falar, liberta-o em sua alteridade. O escutador é um espaço de ressonância no qual o outro fala livremente. Assim, o escutar pode ser curativo.”

HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 1177-1181.

Escutar

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