O fogo encerrado na lareira

“O fogo, liberto de afazeres práticos, estimula a fantasia. Ele se torna um meio da inatividade:

O fogo encerrado na lareira foi certamente o primeiro tema de devaneio para o ser humano, símbolo do repouso, convite ao repouso. […] Assim, acreditamos que não se entregar ao devaneio diante do fogo é perder o uso verdadeiramente humano e primeiro do fogo. […] Só recebemos o bem-estar do fogo se apoiamos os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. Essa atitude vem de longe. A criança junto ao fogo a adota naturalmente. Não por acaso, é a atitude do pensador. Determina uma atenção muito particular que nada tem em comum com a atenção da espreita ou da observação. […] Perto do fogo, é preciso sentar-se; é preciso repousar sem dormir.”

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 122.

Considerações sobre a inatividade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

Arquétipo

“ARQUÉTIPO — C.G. Jung: “O conceito de arquétipo… deriva da observação reiterada de que os

Leia mais

Animus e anima

“C.G. Jung: “Desde a origem, todo homem traz em si a imagem da mulher; não

Leia mais