“Perfumes, dos mais sutis aos mais fortes, por meio de uma ação direta em nosso organismo e no organismo daqueles que entram em um lugar específico, são capazes de desenvolver tamanha preponderância de fluído em nós que as tentativas de contágio fluídico feitas por outros são em vão.
Enquanto o ascetismo exige e promove a solidão, a vida do mago não pode exigir uma solidão perfeita, completa e perpétua devido à própria natureza da arte e da prática mágicas. O asceta almeja o aperfeiçoamento individual; ele é passivo, não procura outros em quem exercitar seu intelecto e força. O mago, no entanto, que é ativo por excelência, não pode nem agir nem desenvolver sua força senão por meio de outras pessoas e coisas vivas.
(…) qualquer que alcança a perfeição tem, como missão, usar sua conquista, senão para o bem das nações e da humanidade, pelo menos para o bem de seu próximo, que ele deve ajudar em todas as circunstâncias da vida. O conceito de solidariedade humana está baseado neste senso de irmandade; assim, qualquer aspirante ao poder mágico que espera ser bem-sucedido em seu ideal transforma-se em um pequeno messias, um portador de paz e consolo.
O pretenso mago, para viver no mundo das causas, tem de estar isolado e, para manifestar e desenvolver seus poderes, tem de manter relações sociais.
Os aromas que vêm do fogo purificam de qualquer coagulação fluídica o ar que ele respira, já que os vapores dos aromas têm em si não apenas a virtude das resinas, das cascas, da madeira e das ervas aromáticas, mas também confirmam para nossos sentidos como o fogo, ao queimar a madeira, as resinas, as cascas e as ervas transmite para as águas mortas das forças coaguladas seu movimento purificador e renovador, sendo a origem de toda mu- dança que impede o apodrecimento da estase astral.”
KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 99-100.
Segunda Parte
O Discípulo