“A guerra tinha introduzido com força no campo visual de Freud a potência destruidora da morte, obrigando o indefeso explorador da psique a modificar o seu quadro de leitura do aparelho originário dos atos pulsionais, de maneira a tornar inteligíveis comportamentos individuais e coletivos que não era possível atribuir às pulsões da libido. O espectro das suas observações dilata-se até abarcar os grandes enigmas do mundo. A guerra, com as suas carnificinas mundiais, torna-se, aos seus olhos um apocalipse no sentido etimológico do termo, uma revelação da mentira construída em cada um de nós pela civilização.”
FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág.11.
Prefácio