(…) a sublimatio é escrita como uma purificação. Quando são misturados num estado de contaminação inconsciente, a matéria e o espírito devem ser purificados pela separação.(…) Toda a história da evolução cultural pode ser considerada como um grande processo de sublimatio, no qual os seres humanos aprendem a ver com objetividade a si mesmos e ao seu mundo.(…) A razão, que dá às pessoas uma perspectiva situada fora de seus gostos e aversões, torna-se um agente indispensável de sublimatio, ao ensinar-lhes como serem espectadores reflexivos de si mesmos. Schopenhauer o exprime com elegância:
“[É] verdadeiramente maravilhoso ver que o homem, além de sua vida concreta, sempre vive, no plano abstrato, uma segunda vida.”
A capacidade de estar acima das coisas e de ver a si mesmo com objetividade é a habilidade de dissociar. O uso dessa palavra indica de imediato o perigo da sublimatio: Quando levada a extremos, çada operação alquímica tem sua própria sintomatologia patológica, mas o indivíduo moderno, provavelmente abusa da sublimatio mais do que qualquer outro. A capacidade de dissociação da psique é tanto a fonte da consciência do ego quanto a causa da doença mental.
(…)
Esse jovem viu-se tragicamente aprisionado no dinamismo arquetípico da sublimatio como um processo autônomo de dissociação.
(…) A sublimatio extrema é compensada pela imagem da coagulatio comer a maçã do mundo.”
EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág.143-144.
Capítulo 5 Sublimatio