“A referência à Sibila remete a uma passagem do Livro II dos Sibylline Oracles:
E eis que um grande rio de fogo ardente fluirá dos céus e consumirá todos os lugares, a terra, o grande oceano e o cinzento mar, lagos, rios e fontes, o implacável Hades e o Pólo do céu: mas as luzes do céu fundir-se-ão numa só e numa forma (?) vazia (desolada). Porque as estrelas cairão do céu no mar (?) e todas as almas humanas rilharão os dentes ao arderem no rio de enxofre e o afluxo do fogo na planície flamejante e as cinzas cobrirão todas as coisas, e todos os elementos do mundo serão pó: ar, terra, mar, luz, pólos, dias e noites, e as multidões de pássaros não mais cruzarão o ar, nem as criaturas que nadam percorrerão o mar; nenhum barco navegará com sua carga pelas ondas; o gado não mais sulcará com perfeição a terra cultivada; não mais haverá o som de ventos velozes, mas ele fará de tudo uma só coisa, e as purgará para que se purifiquem.
Neste trecho, a calcinatio se entremescla com a imagem da coniunctio. Os quatro elementos fundem-se num único elemento quintessencial. A multiplicidade transforma-se em unidade. Por essa razão, o trecho faz referência à integração da personalidade por meio do processo de calcinatio.
De acordo com Josephus, Adão previu que a Terra seria destruída duas
vezes, numa delas pela água e na outra pelo fogo – primeiro, uma solutio e, mais tarde, uma calcinatio. Essa mesma idéia expressa em 2 Pedro, 3:6. 7 (RSV): “O mundo de então pereceu, coberto pelas águas do dilúvio. Mas, pela mesma palavra, os céus e a terra de hoje são reservados para o fogo,
guardados até o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios.”
EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág. 49-50.
Capítulo 2 Calcinatio