“A magia era a aplicação prática das capacidades psíquicas adquiridas ao longo dos vários graus iniciáticos.
Os antigos, observando a existência de vida em toda parte, notaram também a influência universal exercida pela vontade.
O desenvolvimento da vontade é, pois, o objetivo de todo homem destinado a dominar as forças da natureza.
O mundo perceptível é penetrado em todos os pontos por outro mundo puramente espiritual, que escapa aos nossos sentidos; o mundo visível tem, por con trapartida, o mundo invisível.
Esse mundo invisível é povoado por seres espirituais de várias classes.
Alguns seres se mostram indiferentes tanto ao bem quanto ao mal, mas podem se tornar instrumentos de um ou de outro e são chamados de espíritos ele mentares ou elementais.
Há também seres, vestígios vitais de homens pouco evoluidos, de vontade perversa ou que cometeram suicídio, que recebem o nome de larvas. São movidos por um único objetivo: o desejo insaciável.
Finalmente, o mundo invisível também é povoado por nossas ideias, que se comportam como seres reais.
Todo pensamento do homem, depois de elaborado, passa para o mundo interior e se torna uma entidade ativa, associando-se – aderindo, seria a palavra – a um ELEMENTAL, isto é, a uma das forças semi-inteligentes dos reinos. Sobrevive como inteligência ativa – criatura gerada pela mente – por maior ou menor periodo, conforme a intensidade original do impulso cerebral que a produziu.
Assim, um bom pensamento é perpetuado como poder ativo, benéfico; um mau pensamento, como um demônio maléfico. Portanto, o homem está sempre povoando sua correnteza no espaço com um mundo próprio (…) O adepto manipula essas formas conscientemente, ao passo que outros homens as descartam inconscientemente.
O agente por cujos meios agimos sobre essas forças intelectuais é a vontade!
A diferença entre um mago e um feiticeiro é que o primeiro sabe o que faz e qual resultado vai obter, enquanto o segundo ignora tudo isso. Dessa forma, o que importa é a Vontade, e todas as tradições são unanimes quanto a esse assunto (…)”.
PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág. 102-103.
Capítulo 5